Cat Stevens, ex-Pop star, Reino Unido (parte 2 de 2)

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Descrição: Uma das figuras musicais mais proeminentes dos anos 70 e sua busca pela verdade.   Parte 2: O Alcorão e a aceitação do Islã.

  • Por Cat Stevens
  • Publicado em 04 Jan 2009
  • Última modificação em 07 Jan 2009
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O Alcorão

Quando ele veio a Londres, ele trouxe uma tradução do Alcorão, que me deu.  Ele não se tornou muçulmano, mas sentiu algo nesta religião, e pensou que eu pudesse encontrar algo nela também.

Quando eu recebi o livro, uma orientação que explicava tudo para mim – quem eu era; qual era o propósito da vida; qual era a realidade e qual seria a realidade; e de onde eu vim – eu percebi que esta era a religião verdadeira; religião não no sentido como o Ocidente entende, não o tipo para quando você ficar velho.  No Ocidente, quem quer que deseje abraçar uma religião e fazer dela seu único modo de vida é considerado um fanático.  Eu não era um fanático; eu inicialmente estava confuso entre o corpo e a alma.  Então eu percebi que o corpo e a alma não estão separados e você não tem que ir para a montanha para ser religioso.  Nós devemos seguir a vontade de Deus.  Então nós podemos nos elevar mais que os anjos.  A primeira coisa que eu queria fazer era ser um muçulmano.

Eu percebi que tudo pertence a Deus, que o sono não O domina.  Ele criou tudo.  Nesse ponto eu comecei a perder o meu orgulho, porque até então eu achava que a razão de eu estar aqui era por causa de minha própria grandeza.  Mas eu percebi que eu não criei a mim mesmo, e que todo o propósito do meu ser aqui era se submeter aos ensinamentos que foram aperfeiçoados pela religião que conhecemos como Islã.  Nesse ponto eu comecei a descobrir a minha fé.  Eu senti que era um muçulmano.  Ao ler o Alcorão, eu percebia que todos os Profetas enviados por Deus trouxeram a mesma mensagem.  Por que então os judeus e cristãos eram diferentes?  Eu sei agora como os judeus não aceitaram Jesus como o Messias, e que eles mudaram a Palavra de Deus.  Até mesmo os cristãos não compreenderam a Palavra de Deus e chamaram Jesus de filho de Deus.  Tudo fazia muito sentido.  Esta é a beleza do Alcorão; ele pede a você para refletir e usar a razão, e não para adorar o sol ou a lua, mas Aquele que criou tudo.  O Alcorão pede ao homem que reflita sobre o sol e a lua e a criação de Deus em geral.  Você percebe o quanto o sol é diferente da lua?  Eles estão a distâncias diferentes da terra, e ainda assim parecem do mesmo tamanho para nós; às vezes, parece que um se sobrepõe ao outro.

Quando muitos dos astronautas vão para o espaço, eles vêem o tamanho insignificante da terra e a vastidão do espaço.  Eles se tornam muito religiosos, porque eles vêem os Sinais de Deus.

Quando eu prossegui na leitura do Alcorão, vi ele falava sobre oração, gentileza e caridade.   Eu não era um muçulmano ainda, mas eu sentia que a única resposta para mim era o Alcorão, e que Deus o tinha enviado para mim, mas eu mantive isso em segredo.  Mas o Alcorão também fala em níveis diferentes.  Eu comecei a compreendê-lo em outro nível, onde o Alcorão diz, “Aqueles que crêem não adotam os descrentes como amigos e os crentes são irmãos.”  Neste ponto eu quis encontrar meus irmãos muçulmanos.

Conversão

Então eu decidi fazer uma viagem para Jerusalém (como meu irmão havia feito).  Em Jerusalém eu fui à mesquita e sentei.  Um homem me perguntou o que eu queria.  Eu disse a ele que eu era um muçulmano.  Ele perguntou qual era o meu nome.  Eu disse a ele, “Stevens.”  Ele estava confuso.  Eu então me juntei à oração, embora não de forma bem-sucedida.  De volta a Londres, eu encontrei uma irmã chamada Nafisa.  Eu disse a ela que queria abraçar o Islã e ela me orientou a ir à mesquita New Regent.  Isso foi em 1977, aproximadamente um ano e meio depois de eu ter recebido o Alcorão.  Eu percebi que eu tinha que me livrar do meu orgulho, de Satanás, e me voltar para uma direção.  Então numa sexta-feira, após o serviço da oração congregacional, eu me dirigi ao Imame e declarei a minha fé (a Shahadah).  Você tem diante de si alguém que alcançou fama e fortuna.  Mas a orientação foi algo que me fugia à compreensão, não importa o quanto eu tentasse, até que me foi mostrado o Alcorão.  Eu percebi que eu podia ter contato direto com Deus, ao contrário de no Cristianismo ou qualquer outra religião.  Como uma senhora hindu me disse, “Você não entende os hindus.  Nós acreditamos em um Deus; nós usamos esses objetos (ídolos) simplesmente para nos concentrarmos.”  O que ela estava dizendo é que de modo a alcançar Deus, alguém tem que criar associados, que são ídolos para o propósito.  Mas o Islã remove todas essas barreiras.  A única coisa que separa os crentes dos descrentes é o salat (oração).  Esse é o processo de purificação.

Por fim, eu queria dizer que tudo que eu faço é para a satisfazer a Deus e eu oro a Deus que você obtenha alguma inspiração a partir das minhas experiências.  Além disso, eu gostaria de enfatizar que eu não entrei em contato com qualquer muçulmano antes de abraçar o Islã.  Eu li o Alcorão primeiro e percebi que nenhuma pessoa é perfeita.  O Islã é perfeito, e se nós imitarmos a conduta do Profeta nós seremos bem-sucedidos.

Que Deus nós dê orientação para seguir o caminho da nação de Muhammad, que Deus o exalte.  Amém!

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