O Velho Testamento
Descrição: Um olhar no que os eruditos judaico-cristãos dizem sobre a autenticidade e preservação do Velho Testamento.
- Por Laurence B. Brown, MD
- Publicado em 18 Jan 2010
- Última modificação em 18 Jan 2010
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“[A Bíblia] contém poesia nobre; e algumas fábulas inteligentes; e alguma história sangrenta; e é rica em obscenidade; e têm milhares de mentiras.”
—Mark Twain, Cartas da Terra, Vol. II
Comecemos colocando “dois de cada tipo (de animal) na arca,” e então... espere! Eram “dois de cada tipo,” como em Gênesis 6:19 ou sete de animais puros e dois de impuros, como em Gênesis 7:2-3?
Humm. Bem, temos 120 anos para pensar sobre isso, porque esse é o limite da vida humana, de acordo com a promessa de Deus em Gênesis 6:3. Assim como Sem....
Oops. Mau exemplo. Gênesis 11:11 afirma que "Sem viveu quinhentos anos..."
Ok, esqueça Sem. Então, assim como Noé... Duplo Oops. Gênesis 9:29 ensina que “Então todos os dias de Noé foram de novecentos e cinquenta anos; e ele morreu.” Então vejamos: Gênesis 6:3 prometeu uma perspectiva de vida limitada a cento e vinte anos, mas poucos versos depois tanto Sem quanto Noé quebraram a norma?
Vamos dar uma parada.
Olhemos para as datas no Velho Testamento de um ângulo diferente. Em Gênesis 16:16: “Abraão tinha oitenta e seis anos quando Agar deu Ismael a Abraão.” Gênesis 21:5 nos diz: “Abraão estava com cem anos quando seu filho Isaque nasceu.” Então vejamos: cem menos oitenta e seis é igual a quatorze. Então Ismael tinha quatorze quando Isaque nasceu.
Um pouco depois, em Gênesis 21:8, lemos “Então o filho (Isaque) cresceu e foi desmamado.” O desmame no Oriente Médio leva dois anos, de acordo com o costume étnico. Então acrescente dois aos quatorze e Ismael estava com dezesseis anos antes de Sara ordenar a Abraão que o expulsasse (Gênesis 21:10).
Ótimo.
Até agora.
Alguns versos depois e Gênesis 21:14-19 retrata o Ismael banido como um bebê indefeso ao invés de um adolescente fisicamente capaz de dezesseis anos, como se segue:
Então se levantou Abraão de manhã cedo e, tomando pão e um odre de água, os deu a Agar, pondo-os sobre o ombro dela; também lhe deu o menino e despediu-a; e ela partiu e foi andando errante pelo deserto de Beer-Seba.
E consumida a água do odre, Agar deitou o menino debaixo de um dos arbustos, e foi assentar-se em frente dele, a boa distância, como a de um tiro de arco; porque dizia: Que não veja eu morrer o menino. Assim sentada em frente dele, levantou a sua voz e chorou.
Mas Deus ouviu a voz do menino. e o anjo de Deus, bradando a Agar desde o céu, disse-lhe: Que tens, Agar? Não temas, porque Deus ouviu a voz do menino desde o lugar onde está. Ergue-te, levanta o menino e toma-o pela mão, porque dele farei uma grande nação.
E abriu-lhe Deus os olhos, e ela viu um poço; e foi encher de água o odre e deu de beber ao menino.
Um jovem de dezesseis anos descrito como um “menino”? Em uma época e lugar em que era comum pessoas de dezesseis anos estarem casadas e esperando seu segundo ou terceiro filho enquanto sustentava sua família que crescia? Além de serem caçadores, soldados e, embora raro, até reis? Dezesseis anos equivalia à masculinidade no tempo de Ismael. Então como exatamente seu pai deu o “menino” de dezesseis anos, Ismael, para Agar? E como ela o deixou chorando (ou seja, “a voz do menino”) como um bebê indefeso sob um arbusto? E como, precisamente, sua mãe o ergueu e o segurou pela mão? Por fim, sinceramente espera-se que acreditemos que Ismael era tão frágil que sua mãe tinha que dar de beber a ele, porque ele próprio não era capaz de fazê-lo?
Sim, essa é a questão. É nisso que supostamente devemos acreditar.
Mas espere, porque tem mais.
Em 2 Crônicas 22:2 é ensinado que “Acazias tinha quarenta e dois anos quando se tornou rei...” Humm. Quarenta e dois anos. Não parece valer à pena mencionar. A menos que notemos que nos registros em 2 Reis 8:26 “Acazias tinha vinte e dois anos quando se tornou rei...” Então qual era a idade? Quarenta e dois ou vinte e dois?
Peguemos uma pista da Bíblia. 2 Crônicas 21:20 ensina que o pai de Acazias, o rei Jeorão, morreu com a idade de quarenta anos.
O rei Jeorão morreu com quarenta anos e foi sucedido por seu filho, que tinha quarenta e dois? Em outras palavras, o rei Jeorão era pai de uma criança dois anos mais velha que ele próprio? A aritmética, de acordo com Mickey Mouse, é “Ser capaz de contar até vinte sem tirar seus sapatos.” Mas não há meio desses números fazerem sentido. E quando a conclusão lógica se aproxima rapidamente, 2 Crônicas 22:1 destaca que Acazias era o filho mais jovem do rei Jeorão, porque invasores tinham assassinado todos os filhos mais velhos de Jeorão.
Então, se Acazias era dois anos mais velho que seu pai falecido, quantos anos a mais que seu pai tinham seus irmãos mais velhos?
Obviamente não se pode confiar em 2 Crônicas 22:2 e 2 Reis 8:26, que ensina que Acazias tinha vinte e dois anos quando se tornou rei, deve ser a versão correta.
Então quando o rei Jeorão morreu aos quarenta anos (2 Crônicas 21:20) e foi sucedido por Acazias, ele tinha vinte e dois anos (2 Reis 8:26). O que significa que o rei Jeorão tinha dezoito anos quando Acazias nasceu e aproximadamente dezessete quando ele foi concebido. Não apenas isso, mas Jeorão tinha filhos mais velhos (2 Crônicas 22:1), então ele deve ter começado sua família com a idade de quinze ou menos. Difícil ver Ismael como um menino indefeso com a idade de dezesseis anos. Esse foi um tempo em que adolescentes eram homens.
Mas e 2 Crônicas 22:2, que afirma que Acazias tinha quarenta e dois quando assumiu o trono?
Um erro de cópia, sem dúvida.
Mas esse não é o ponto.
Isaías 40:8 alega que “a palavra de nosso Deus permanece para sempre.” Essa afirmativa não desculpa erros de cópia, ou qualquer outro erro, independentemente do quanto ele for insignificante. De fato, de acordo com Isaías 40:8, qualquer “palavra” que não “permanecer para sempre” é desqualificada como tendo sido de Deus.
O que deve nos fazer questionar a autoria.
Se “a palavra de Deus permanece para sempre” e a “palavra” da idade de Acazias não passa no teste do tempo, de quem é essa palavra? De Deus ou de Satanás?
Não se surpreenda, mas até o Velho Testamento parece incerto sobre esse ponto.
Em 2 Samuel 24:1 se lê “A ira do Senhor tornou a acender-se contra Israel, e o Senhor incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá.” Entretanto,1 Crônicas 21:1 afirma: “Então, Satanás se levantou contra Israel e incitou a Davi a levantar o censo de Israel.
Hã, quem foi? O Senhor ou Satanás? Existe uma pequena (total) diferença.
Roubo de identidade.
Mas falando sério, o erro é compreensível. Afinal, é muito difícil saber com quem você está falando, quando não pode dar um rosto à revelação. E, como Deus disse em Êxodo 33:20, “Não poderás ver Minha face, porquanto nenhum homem pode ver a Minha face e viver."
É o que está escrito.
Nenhum homem pode ver a face de Deus e viver.
Bem, exceto por Jacó, claro. Como Gênesis 32:30 afirma “Jacó chamou o lugar de Peniel: porque vi Deus face a face e minha vida foi preservada.”
E não devemos esquecer Moisés, de acordo com Êxodo 33:11: “Então o Senhor falou com Moisés face a face, como um homem fala com seu amigo.”
Então nenhum homem pode ver a face de Deus e viver.
Exceto por Jacó e Moisés.
Mas Deus não mencionou essa exceção, mencionou?
Talvez Ele tenha mudado de idéia.
Ou talvez não.
Copyright © 2007 Laurence B. Brown; usado com permissão.
O excerto acima foi tirado do próximo livro do Dr. Brown, MisGod’ed, que deve ser publicado com sua sequência, God’ed. Ambos os livros podem ser visualizados no site do Dr. Brown, www.Leveltruth.com . O Dr. Brown pode ser contatado em BrownL38@yahoo.com
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