“Mi”, ex-cristã, EUA (parte 3 de 3)
Descrição: A filha de um ministro batista encontra o caminho para o Islã. Parte 3: Busca e questionamento sinceros finalmente a levam para o Islã.
- Por “Mi”
- Publicado em 30 May 2016
- Última modificação em 30 May 2016
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Em uma noite em particular com metade da atenção ao meu instrutor e a outra metade aos pensamentos incessantes que tinha em relação a fé e religião, comecei a escrever meus pensamentos e perguntas. Havia uma irmã africana cristão que tinha um casamento inter-racial sentada à minha esquerda. Sabia que era tinha orgulho de ser cristã e que isso dava a ela a mesma alegria que eu costumava ter. Passei a ela o pedaço de papel para ela tentar responder. Em um intervalo ela tentou responder as perguntas sobre trindade, pecado e expiação, mas por alguma razão eu conhecia os preceitos sobre os quais ela falava, mas agora não os entendia. A muçulmana quieta e estudiosa estava sentada atrás da moça cristã. Passei a ela a mesma nota. Para minha surpresa ela escreveu respostas que eram muito claras e concretas. A linguagem corporal dela era sutil. Não estava escrevendo freneticamente tentando me converter à sua fé, enquanto que a outra irmã o fez. Escreveu alguns sites que eu poderia visitar que tinham mais explicações. O QUE TINHA ACABADO DE ACONTECER? Por que perguntei à muçulmana? Tinha acabado de sabotar novamente toda minha identidade? Com as respostas claras que ela forneceu, se eu fosse uma ministra, como poderia compartilhar o evangelho com ela e convertê-la? Como ela era de outro país, não tinha conceito de expiação ou de um Deus trino.
Em casa comecei a escrever artigos e quando meu marido tinha saído para o trabalho, visitei sites sobre o Islã. A maioria dos sites tinha informação consistente. Os que pareciam estranhos, chamando o Salat de oração de contato, por exemplo, obviamente não eram o que eu procurava. Louvado seja Allah, olhando para trás, era somente eu em busca dessas respostas sem ninguém para interpretar o que estava lendo e pude decifrar o que não era Islã. Investiguei tudo que pude encontrar. Tinha me tornado obcecada com religião e a busca pelo que sentia ser certo. Cheguei à conclusão de que tinha que haver apenas um Deus. Considerei o ateísmo, mas o mundo natural, o corpo humano, a força dentro de nós que nos faz quem somos, eram muito intrincados para ser alguma coincidência cósmica ou acidente. Fiquei restrita ao Judaísmo ou ao Islã.
Enquanto isso, enquanto os semestres passavam, minha vida pessoal começou a se desfazer. Apresentei as constatações que tinha sobre o Islã a meu marido. Ele não gostou nem um pouco. Não falou comigo por 2 dias. Quando estava pronto para falar, afirmou que não entendia de onde tudo isso vinha ou por que eu queria passar tanto tempo na universidade ou com amigos da universidade. Com sua total desaprovação e conhecimento de que ele não se converteria, estudava em segredo. Com duas crianças, uma pressão constante em meu coração e um sentimento instintivo sobre as questões em mãos, tinha que tomar algumas decisões. Uma noite estava online testemunhando uma pessoa fazer a shahada, ou declaração de fé. Comecei a chorar incontrolavelmente e até hoje ainda não sei por que, nem posso explicar o que estava sentindo. Poucos dias depois fiz a minha completamente sozinha. Até a fiz em três ocasiões diferentes para ter certeza.
Durante minha busca havia muitas opiniões em relação a religião e fé. A maioria das pessoas era ateias, agnósticas ou apóstatas do Islã que tinham visto injustiças ou experimentado alguma dificuldade que atribuíam a Deus. Assegurei-me de não fazer isso. Assegurei-me de considerar todos os argumentos, retratar minhas afirmações blasfemas a Deus quando estava zangada com Ele e confiei que qualquer ato que cometesse baseado em algum sentimento de fé não era culpa alguma de Deus. Ouvi argumentos sobre como as pessoas de pouca fé são mais suscetíveis a ter alguém capaz de convertê-las. Não acredito que esse tenha sido o meu caso. Prefiro adotar a posição de que estive sempre em busca do que Deus queria que eu fizesse. Ele queria essas ações corporais de adoração: quanto mais alto melhor? Ele intencionava que nos segregássemos por cor ou cultura? Apesar de ter depressão clínica e perguntas, sentia que devia a mim mesma tomar a decisão mais coerente, firme e clara. Adoraria dizer que a vida se tornou mais fácil, que houve borboletas e arco-íris e vivemos felizes para sempre, mas não foi o caso. Meu casamento acabou e, claro, sou a única muçulmana na família. Tenho dificuldades com as orações, já que meu conceito de adoração era completamente diferente. Muitos revertidos revelam como obtiveram muita paz por meio da oração ou como sentiram essa pressão em seus corações, mas isso era uma batalha para mim. Meus conflitos pessoais como muçulmana lidam com cultura versus fé e o sentimento de simplesmente me destacar completamente sozinha em hijab, em nome de minhas crenças. Entretanto, a coisa mais bela para mim depois de me tornar muçulmana é que, finalmente, tive minhas orações e perguntas respondidas. Isso me traz muita paz e faz de minha luta quase nada, em comparação com os benefícios que ganhei.
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