Judaísmo (parte 2 de 4): O povo escolhido
Descrição: Quem é o povo escolhido e eles caíram da graça?
- Por Aisha Stacey (© 2015 IslamReligion.com)
- Publicado em 26 Oct 2015
- Última modificação em 26 Oct 2015
- Impresso: 31
- 'Visualizado: 16,111 (média diária: 5)
- Classificado por: 0
- Enviado por email: 0
- Comentado em: 0
No último artigo aprendemos que a religião organizada e estruturada revelada ao profeta Moisés passou a ser conhecida como Judaísmo. O nome provavelmente se originou de Judá, o filho do profeta Jacó e líder de uma das doze tribos de Israel ou do antigo reino de Judá. Os judeus, sob orientação de Deus, se tornaram um povo poderoso com reis (que também eram profetas de Deus) incluindo Saul, Davi e Salomão, que construiu o primeiro grande templo. Informações mais detalhadas sobre o antigo reino de Israel podem ser encontradas nesse site.[1]
Entretanto, os judeus, como um povo, rastreiam sua história até o profeta Abraão, como os muçulmanos. O Islã, o Judaísmo e o Cristianismo são conhecidos como fés abraâmicas ou as três grandes fés monoteístas. No Islã e no Judaísmo as pessoas conhecidas como judias são geralmente referidas como os filhos de Israel. Isso não deve ser confundido com o estado de Israel que existe hoje no Oriente Médio. Israel é outro nome para o profeta Jacó (no Islã, Yacub) e, portanto, o termo "filhos de Israel" se refere aos descendentes do profeta Jacó.
Mais de mil anos depois de Abraão, os judeus viviam como escravos no Egito, seu líder era o profeta de Deus conhecido como Moisés[2] para os cristãos e conhecido no Judaísmo como Moshe Rabbenu ("Moisés nosso professor"). Ele tirou seu povo da escravidão no Egito e em nome deles recebeu a Torá que incluía não só os Dez Mandamentos, mas um total de 613 regras (ou mandamentos) que alguns judeus continuam a adotar até hoje.
Os judeus acreditam que só há um Deus, com Quem eles têm uma aliança forte e vinculante.
"Que deveras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos; E em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz. (Gênesis 22:18) [3]
"E Deus disse a Moisés: "Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel." (Êxodo 19: 5&6) [4]
De acordo com vários sites judaicos, o fato de os judeus se referirem a si mesmos como o povo escolhido de Deus não significa que sejam de modo algum superiores aos outros povos. Os versos bíblicos como Êxodo 19:5 simplesmente implicam que Deus selecionou os judeus para receber e estudar a Torá, adorar somente a Deus, descansar no Sabbath semanal e celebrar os festivais. Os judeus não foram escolhidos para serem melhores que os outros, foram selecionados para receber responsabilidades mais difíceis e uma punição mais onerosa se falharem.
Deus, dizem, nomeou os judeus para ser Seu povo escolhido para estabelecer um exemplo de sacralidade e comportamento ético para o mundo.[5] Isso é confirmado na escritura e literatura islâmicas.
"Ó Filhos de Israel! Recordai-vos das Minhas mercês, com as quais vos agraciei, e de que vos preferi aos vossos contemporâneos." (Alcorão 2:47)
"E concedemos o Livro a Moisés, (Livro esse) que transformamos em orientação para os israelitas, (dizendo-lhes): Não adoteis, além de Mim, outro guardião!" (Alcorão 17:2)
"Ó Filhos de Israel! Recordai-vos das Minhas mercês, com as quais vos agraciei. Cumpri o vosso compromisso, que cumprirei o Meu compromisso, e temei somente a Mim." (Alcorão 2:40)
Assim, para cumprir sua aliança os judeus mantêm as leis de Deus e buscam trazer o sagrado para todos os aspectos de suas vidas. Um judeu religioso tenta trazer o sagrado para tudo que faz, fazendo disso um ato que louva a Deus e para essa pessoa a vida se torna um ato de adoração. O Alcorão, entretanto, afirma que os judeus fracassaram na manutenção da aliança com Deus.
"E crede no que revelei, e que corrobora a revelação que vós tendes; não sejais os primeiros a negá-lo, nem negocieis as Minhas leis a vil preço, e temei a Mim, somente." (Alcorão 2:41)
"Porém, pela violação de sua promessa, amaldiçoamo-los e endurecemos os seus corações. Eles deturparam as palavras (do Livro) e se esqueceram de grande parte que lhes foi revelado;" (Alcorão 5:13)
O Islã ensina que todos os profetas vieram para seu povo com a mesma proclamação: "Ó povo meu, adorai a Deus, porque não tereis outra divindade além d’Ele." (Alcorão 11:50). Entre os profetas que o Islã reconhece está uma cadeia de profetas enviada para os judeus. Profetas que judeus, cristãos e muçulmanos estão familiarizados. Essa cadeia inclui os profetas Moisés, rei Davi, rei Salomão, Zacarias, João Batista e Jesus, filho de Maria. Os judeus não acreditaram em Jesus, filho de Maria, apesar da missão dele ser clara.
"E depois deles (profetas), enviamos Jesus, filho de Maria, corroborando a Tora que o precedeu; e lhe concedemos o Evangelho, que encerra orientação e luz, corroborante do que foi revelado na Tora e exortação para os tementes." (Alcorão 5:46)
O profeta Muhammad é o último dos profetas e ainda assim os judeus também não acreditaram nele e nem em quaisquer referências feitas a ele na Torá.
"Ó adeptos do Livro (judeus e cristãos), crede no que vos revelamos, coisa que bem corrobora o que tendes..." (Alcorão 4:47)
Na parte 3 dessa séria de artigos sobre o Judaísmo discutiremos as semelhanças entre o Judaísmo e o Islã.
Adicione um comentário