Paz e Segurança (parte 3 de 3): Consciência de Deus
Descrição: O papel da crença em Deus e de estar constantemente consciente Dele em relação à paz e segurança na sociedade.
- Por Jamaal al-Din Zarabozo (© 2011 IslamReligion.com)
- Publicado em 03 Oct 2011
- Última modificação em 03 Oct 2011
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Na realidade, entretanto, somente leis não podem trazer paz e segurança. Isso leva a outro fator muito importante que distancia o Islã de todas as tentativas humanas sobre paz e segurança. O primeiro e mais importante fator que contribui para a segurança tem a ver não com leis, mas com o que está nos corações das pessoas. O objetivo final da lei islâmica é estabelecer, fortalecer e apoiar a fé em indivíduos e na comunidade como um todo. Como discutido acima, essa fé traz paz no coração que imediatamente inibe sentimentos violentos em relação aos outros. Além disso, parte dessa fé é a implantação de taqwa (consciência de Deus) nos corações dos indivíduos. Como notado acima, essa fé e taqwa lhe trazem paz, mas também restringe suas ações. Ele deve se comportar somente dentro de um conjunto de princípios gerais e um dos objetivos desses princípios é o estabelecimento de paz e segurança. Se estiver descontente, por exemplo, entende que não tem o direito de ir para seu trabalho e começar a gritar com todos ao redor, como aconteceu em mais de uma ocasião nos Estados Unidos em anos recentes. Então, existem limites ao seu comportamento que garantem segurança e paz.
Existe um ponto muito importante que realça toda a perspectiva de uma pessoa sobre a vida que, novamente, resulta em segurança e paz. Essa fé e taqwa fornecem um propósito para a vida e uma compreensão de ser uma criatura nobre com um objetivo na vida. Essa vida não é sem sentido. Não é resultado de alguma combinação aleatória de matéria. Da mesma forma, humanos não são simplesmente descendentes de outros animais. Essa compreensão em si tem um efeito profundo sobre as ações do indivíduo. Esse autor teve experiência pessoal trabalhando em prisões nos Estados Unidos. Ao perguntar a vários presidiários por que cometeram seus crimes, a resposta foi invariavelmente “Por que não?” A única questão para eles era se conseguiriam levar um ato adiante sem serem pegos. Não havia nenhuma questão de responsabilidade em relação ao Criador ou qualquer sentido de propósito nessa vida. De fato, não se pode argumentar muito contra seu modo de pensar se alguém for tolo o bastante para acreditar que sua existência não tem propósito e é um mero acaso.
Não apenas existe um impedimento às ações via fé e taqwa, mas é desenvolvido um desejo correspondente de fazer o que é bom. Nesse ponto pode-se tomar o famoso exemplo da proibição de álcool nos Estados Unidos decretada em 1919. Essa lei foi passada como resultado de bebedeira generalizada e também o aumento nas taxas de crime e violência. Mesmo que as pessoas pudessem ver a sabedoria da lei e acreditassem na lei - e foi por isso que a lei foi passada - muitas delas não tinham nada em seus corações que pudessem levá-las a obedecer a lei. Quando existe crença nas leis de Deus e taqwa, a situação é muito diferente. Desenvolve-se um ódio no coração pelo ato banido. O crente reconhece que o ato em si é maléfico e, pior ainda, desagrada seu Senhor. Assim, o crente se reprime da melhor maneira possível de cometer esses atos ilegais. E, uma vez que o decreto das leis de Deus resulta em segurança, o resultado final é alcançado.
O que contribui ainda para a implementação das leis de Deus que garantem segurança é a ênfase que o Islã coloca no espírito de comunidade. Em anos recentes nos Estados Unidos, como reação à falta de paz e segurança, muitas comunidades desenvolveram o que é conhecido como “sentinelas da vizinhança.” São vizinhos que cuidam uns dos outros e mantêm as coisas sob vigilância. O objetivo não é simplesmente identificar violações de paz e segurança, mas fazer as pessoas perceberem que são parte de uma comunidade e que devem se preocupar com o que acontece com as outras em sua vizinhança. Claro, o que desenvolveram não pode ser comparado ao tipo de espírito de comunidade e irmandade que é desenvolvido dentro do Islã. A realidade é que algumas pessoas são fracas e podem ser facilmente levadas pelos desejos ou por outras pessoas más. Elas precisam de pessoas nas quais possam se apoiar para mantê-las na Senda Reta e ajudá-las a superar suas fraquezas. Dessa forma o espírito de irmandade no Islã é permeado pela obrigação de se cuidarem mutuamente, se encorajarem mutuamente a fazer o bem e se prevenirem mutuamente de fazer o mal. Assim, Deus diz:
“Os crentes e as crentes são protetores uns dos outros; recomendam o bem, proíbem o ilícito...” (Alcorão 9:71)
O Profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, afirmou:
“O crente em relação a outro crente é como um edifício, uma parte fortalecendo a outra.”[1]
Essa relação entre os membros da sociedade, como o espírito por trás dos programas de Sentinela da Vizinhança, promove a paz e segurança para os indivíduos da sociedade.
O Islã cuida tanto dessa vida quanto da Vida Futura. De fato, conecta as duas. Pode-se argumentar que é somente através dessa relação íntima que a paz e segurança verdadeiras serão alcançadas. A orientação deve vir de Deus - e só pode vir de Deus - para saber quais são as crenças, leis e etapas que fornecerão paz e segurança. Através do Islã o indivíduo pode encontrar paz interior. Isso pode lhe permitir estar em paz com os outros. Ao mesmo tempo, ele tem as etapas e leis que precisa para garantir paz e segurança para a sociedade como um todo.
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