A termodinâmica falsifica a evolução (parte 2 de 2)

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Descrição: Pode ser que se consiga alguma “ordem” em um sistema, mas para um sistema “organizado” passar a existir tem que haver consciência, conhecimento, projeto e planejamento.

  • Por A.O.
  • Publicado em 27 Apr 2015
  • Última modificação em 27 Apr 2015
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O mito da "Auto-organização da matéria"

Thermodynamics_Falsifies_Evolution_(part_2_of_2)_por-BR_001.jpgMuito cientes de que a segunda lei da termodinâmica torna a evolução impossível, alguns cientistas evolucionistas têm feito tentativas especulativas de conciliar as duas, para poderem alegar que a evolução é possível.

As duas teorias mais importantes que emergiram como resultado desse objetivo foram a teoria da "auto-organização" e a teoria relacionada das "estruturas dissipativas".  A primeira delas mantém que moléculas simples podem se organizar para formar sistemas vivos complexos; a segunda alega que sistemas complexos e ordenados podem emergir de sistemas não ordenados e de alta entropia.

Se examinarmos cuidadosamente toda a literatura evolucionista sobre esse assunto, podemos ver que caíram em uma armadilha muito importante. Para adequar a evolução com a termodinâmica os evolucionistas estão constantemente tentando provar que uma determinada ordem pode emergir de sistemas abertos.

O problema deles reside na - algumas vezes deliberada - confusão de dois conceitos distintos: "ordenada" e "organizada".

Esclareceremos isso com um exemplo. Imagine uma praia completamente plana no litoral. Quando uma onda forte atinge a praia, montes de areia, grandes e pequenos, formam saliências na superfície da areia.

Esse é um processo de "ordenação". O litoral é um sistema aberto e o fluxo de energia (a onda) que entra nele pode formar padrões simples na areia, que parecem completamente regulares. Do ponto de vista termodinâmico, a ordem pode ser estabelecida onde antes não havia nenhuma. Mas devemos esclarecer que essas mesmas ondas não podem construir um castelo na praia. Se virmos um castelo lá não temos dúvida de que alguém o construiu, porque o castelo é um sistema "organizado". Em outras palavras, possui um projeto e informações claros. Cada parte dele foi feita por uma entidade consciente de maneira planejada.

A diferença entre a areia e o castelo é que o castelo é uma complexidade organizada, enquanto que a areia possui apenas ordem, trazida por repetições simples. A ordem formada a partir das repetições é como se um objeto (em outras palavras, o fluxo de energia entrando no sistema) tivesse caído na letra "a" em um teclado, escrevendo "aaaaaaaa" centenas de vezes. Mas a cadeia de "a"s em uma ordem repetida dessa forma não contém informação e nem complexidade. Para escrever uma cadeia complexa de letras que de fato contenha informação (em outras palavras, uma frase com significado, parágrafo ou livro), é essencial a presença de inteligência.

O mesmo se aplica quando uma lufada de vento entra em um quarto empoeirado. Quando o vento sopra, a poeira que estava depositada em uma camada pode ser coletada em um canto do quarto. Também é uma situação mais ordenada que a anterior, no sentido termodinâmico, mas os grãos de poeira não podem formar um retrato de alguém no chão de maneira organizada.

Isso significa que sistemas organizados e complexos não podem nunca ser resultado de processos naturais. Embora exemplos simples de ordem possam acontecer de tempos em tempos, não vão além de certos limites.

Mas os evolucionistas apontam para essa auto-ordenação que emerge por meio de processos naturais como uma prova importante da evolução e retratam esses casos como exemplos de "auto-organização". Como resultado dessa confusão de conceitos, propõem que sistemas vivos podem desenvolver por conta própria de ocorrências na natureza e reações químicas. Os métodos e estudos empregados por Prigogine e seus seguidores, que consideramos acima, são baseados nessa lógica enganosa.

Entretanto, como deixamos claro desde o início, sistemas organizados são estruturas completamente diferentes das ordenadas. Enquanto sistemas ordenados contêm estruturas formadas de repetições simples, sistemas organizados contêm estruturas e processos altamente complexos, um geralmente embutido no outro. Para que essas estruturas venham a existir há a necessidade de uma consciência, conhecimento e planejamento. Jeffrey Wicken, um cientista evolucionista, descreve a diferença importante entre esses dois conceitos dessa forma:

Sistemas "organizados" tem que ser cuidadosamente distinguidos dos sistemas "ordenados". Nenhum tipo de sistema é "aleatório", mas enquanto os sistemas ordenados são gerados de acordo com algoritmos simples e, portanto, carecem de complexidade, sistemas organizados devem ser montados elemento por elemento de acordo com um "diagrama de conexão" externo, com um alto conteúdo de informação. A organização, então, é uma complexidade funcional e carrega informação.[1]

Ilya Prigogine — talvez como resultado do pensamento fantasioso evolucionista - recorreu a uma confusão desses dois conceitos e anunciou exemplos de moléculas que se ordenaram sozinhas sob a influência de entradas de energia como "auto-organização".

Os cientistas americanos Charles B. Thaxton, Walter L. Bradley e Roger L. Olsen, no livro The Mystery of Life’s Origin (O Mistério da Origem da Vida) explicam esse fato da seguinte maneira:

Em cada caso movimentos aleatórios de moléculas em um fluido são espontaneamente substituídos por um comportamento altamente ordenado. Prigogine, Eigen e outros sugeriram que um tipo semelhante de auto-organização pode ser intrínseco em química orgânica e pode ser potencialmente responsável pelas macromoléculas altamente complexas essenciais para sistemas vivos. Mas essas analogias têm pouca relevância para a questão da origem da vida. Uma razão importante é que não distinguem entre ordem e complexidade... Regularidade ou ordem não servem para armazenar a grande quantidade de informação exigida por sistemas vivos. É exigido uma estrutura altamente irregular, mas especificada, ao invés de uma estrutura ordenada. Essa é uma falha séria na analogia oferecida. Não há conexão aparente entre o tipo de ordenação espontânea que ocorre a partir do fluxo de energia através desses sistemas e o trabalho requerido para construir macromoléculas irregulares cheias de informação, como o DNA e a proteína.[2]

E é assim que os mesmos cientistas explicam o vazio lógico e a distorção de afirmar que água virar gelo é um exemplo de como a ordem biológica pode emergir espontaneamente:

Tem se argumentado com frequência por analogia com a cristalização da água em gelo, que monômeros simples podem polimerizar em moléculas complexas como proteínas e DNA. Entretanto, analogia é claramente inadequada... As forças de vinculação atômica atraem moléculas de água em uma organização cristalina ordenada quando a agitação térmica (ou força de entropia) se torna suficientemente pequena pela redução da temperatura. Monômeros orgânicos como os aminoácidos resistem à combinação em qualquer temperatura e, mais ainda, a algum arranjo ordenado.[3]

Ilya Prigogine, um dos mais famosos proponentes da auto-organização, devotou toda sua carreira a reconciliar a evolução e a termodinâmica, mas até ele admitiu que não havia semelhança entre a cristalização da água e a emergência de estruturas biológicas complexas:

O ponto é que em um sistema não isolado existe uma possibilidade para formação de estruturas ordenadas e de baixa entropia a temperaturas suficientemente baixas. Esse princípio de ordenação é responsável pelo aparecimento de estruturas ordenadas como cristais e também pelo fenômeno das transições de fase. Infelizmente esse princípio não pode explicar a formação de estruturas biológicas.[4]

Em resumo, nenhum efeito químico ou físico pode explicar a origem da vida e o conceito de "auto-organização da matéria" permanecerá uma fantasia.

Auto-organização:um dogma materialista

Então por que os evolucionistas continuam a acreditar em cenários como o da "auto-organização da matéria", que não têm base científica? Por que estão tão determinados a rejeitar a consciência e planejamento que podem ser vistos tão claramente nos sistemas vivos?

A resposta a essas perguntas reside na filosofia materialista oculta na qual a teoria da evolução está fundamentalmente construída. A filosofia materialista acredita que só existe a matéria, razão pela qual as coisas vivas precisam ser baseadas na matéria. Essa dificuldade foi a origem da teoria da evolução e não importa o quanto conflite com a evidência científica, ela é defendida justamente por essa razão. Um professor de química da Universidade de Nova Iorque e especialista em DNA, Robert Shapiro, explica essa crença dos evolucionistas sobre a "auto-organização da matéria" e o dogma materialista em seu âmago:

Outro princípio evolucionário é, portanto, necessário para cruzarmos o vão a partir de misturas de químicas naturais simples para o primeiro replicador eficiente. Esse princípio ainda não foi descrito em detalhes ou demonstrado, mas é antecipado e recebeu nomes como evolução química e auto-organização da matéria. A existência do princípio é tido como certa na filosofia do materialismo dialético, como aplicado à origem da vida por Alexander Oparin.[5]

As verdades que examinamos aqui demonstram claramente a impossibilidade de evolução em face da segunda lei da termodinâmica. O conceito de "auto-organização" é outro dogma que cientistas evolucionistas estão tentando manter vivo, apesar de toda evidência científica.



Notas de rodapé:

[1] Jeffrey S. Wicken, "The Generation of Complexity in Evolution: A Thermodynamic and Information-Theoretical Discussion," Journal of Theoretical Biology, vol. 77, Abril 1979, p. 349.

[2] Charles B. Thaxton, Walter L. Bradley & Roger L. Olsen, The Mystery of Life’s Origin: Reassessing Current Theories, 4th edition, Dallas, 1992, p. 151.

[3] C. B. Thaxton, W. L. Bradley, and R. L. Olsen, The Mystery of Life’s Origin: Reassessing Current Theories, Lewis and Stanley, Texas, 1992, p. 120.

[4] I. Prigogine, G. Nicolis ve A. Babloyants, "Thermodynamics of Evolution," Physics Today, Novembro1972, vol. 25, p. 23.

[5] Robert Shapiro, Origins: A Sceptics Guide to the Creation of Life on Earth, Summit Books, Nova Iorque, 1986, p. 207.

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