Angelene McLaren, ex-católica, EUA

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Descrição: A jornalista afro americana baseada em Detroit e relações públicas, Angelene McLaren, é muçulmana há seis anos.  Com a conversão ela adotou o nome de Sumayyah bint Joan.  Aqui ela registra o seu encontro com o Islã.

  • Por Angelene McLaren
  • Publicado em 11 Aug 2014
  • Última modificação em 11 Aug 2014
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Desde menina sempre tive uma relação profunda com Deus.  Apesar de ter sido educada como católica, com todas as ambiguidades, contradições e confusões, fiz o máximo para ficar focada em Deus e não abrir mão dos ensinamentos da igreja, porque até para mim como criança eles pareciam de alguma forma contraditórios.  Durante meus anos escolares tomei uma decisão consciente de me dedicar mais à minha fé.  Frequentava a missa duas vezes por dia, todos os dias, confessava pelo menos uma vez por semana e fazia todos os rituais nos quais meu padre insistia. Tudo em um esforço para me aproximar de Deus.  A igreja não respondeu a todas as perguntas importantes da vida: quem sou eu? Quem e o que é Deus? Por que estou aqui? E qual deve ser minha relação com este ser superior que criou o universo?  Como devo viver minha vida?  Qual é o meu modelo e como devo segui-lo?  Por que Deus precisa ter um filho agora quando estava sozinho na criação de tudo e não precisou de parceiro ou intercessor antes?  Meu padre não era capaz de responder às minhas perguntas, além de afirmar que eu devia ter fé e que nem tudo tinha que fazer sentido, desde que minha fé fosse forte o suficiente.  Isso não me satisfazia e ao concluir o segundo grau deixei a igreja e iniciei uma busca para encontrar o caminho, a crença e a religião corretos.

Investiguei várias religiões em um esforço para me livrar do vazio interior.  Pratiquei Hinduísmo, Taoísmo, Zen budismo e nos últimos anos até tentei magia branca.  A maioria das pessoas pode achar loucura, mas entenda que estava buscando, de verdade, mas todas deixaram um vazio e nunca pareciam se adequar.  Então um dia minha irmã veio me ver e o que vi me surpreendeu.  Ela entrou na casa com um vestido muito comprido e estava coberta dos pés à cabeça.  O cabelo dela estava coberto com um lenço opaco que cobria os seios e ia até pouco acima da cintura.  Depois de perguntar por que ela estava vestida daquela forma no meio do verão, ela explicou que era muçulmana.

De todas as religiões que tinha pesquisado, nunca pensei em investigar o Islã, principalmente porque não havia muita informação disponível, mas também porque carregava muitos estereótipos em minha cabeça com os quais tenho que lidar agora com outras pessoas.  Deixei minha família e me mudei para a Califórnia, ainda sem uma religião ou uma relação forte com Deus.

No início muitos dos estereótipos sobre o Islã me impediram de estudar sobre essa religião.

Em certo ponto desisti e decidi ir ao sabor da maré e não me preocupar com isso.  Fiz isso por dois anos e, embora tivesse encontrado o amor e ficado noiva de minha paixão dos tempos da universidade, algo ainda faltava.  Na minha cabeça havia sempre aquela voz incômoda que ficava me dizendo que minha vida não estava funcionando, mas fiz o máximo para ignorar até uma noite fatídica.  Pouco antes de deixar a Califórnia e retornar para o meu estado para ficar com meu noivo e começar a construir nossa vida juntos, tive o sonho mais assustador de toda a minha vida.

Nesse sonho dois homens muito altos vestidos de branco estavam no pé da minha cama.  Quando olhei para eles pensei que fossem alienígenas ou anjos, não tinha certeza, mas estava com muito medo e tentando ao máximo me livrar deles. Mas quanto mais tentava me afastar, mais próximos deles ficava.  No fim terminei no topo de uma montanha muito alta, com um mar abaixo de nós vermelho como sangue e quente como lava.  Os dois homens apontaram e me instruíram a olhar para o mar. O que vi ficará comigo até o dia em que eu morrer.  O mar estava cheio de pessoas nuas, girando como carne sendo tostada no fogo, e todas gritavam: "Ajude-nos, ajude-nos!" Desnecessário dizer que senti que estava tendo uma visão em primeira mão do inferno e fiquei aterrorizada.  Contei ao meu noivo sobre o sonho e ele simplesmente riu e disse que eu tinha uma imaginação fértil, mas não consegui ignorar o sonho tão facilmente.

Quando retornei para Michigan descobri que minha outra irmã e minha prima também tinham abraçado o Islã durante minha ausência.  Isso me deixou curiosa e pedi à minha irmã para me dar alguns livros para ler e um deles era Descrições do Inferno.  Tudo que estava em meu sonho, estava nesse livro.  Estava impressionada.  Então comecei a ler continuamente, ir a palestras e fazer perguntas e quanto mais aprendia sobre o Islã, mais minha cabeça e coração me diziam que era o que tinha estado procurando todo esse tempo.  Tinha tomado a decisão de abraçar o Islã, mas tinha um pequeno problema: meu noivo.  Ele estava decidido a não se tornar muçulmano e eu tinha que escolher entre o homem que amava e fazer o que sabia em meu coração que era o certo.

Deus diz que se você acredita verdadeiramente Nele e em Seu mensageiro, que Deus o louve, Ele o testará e esse foi meu teste.  Apesar da enorme dor que me causou na época, escolhi o Islã.  Isso foi há quase seis anos e Deus desde então me abençoou com um marido maravilhoso que ama Allah e Seu mensageiro e um belo filho.  Deus diz a todos que verdadeiramente querem orientação que os liderará das trevas para a luz e sei que isso foi o que Ele fez por mim.

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