A Bondade do Profeta Muhammad com os Animais
Descrição: O profeta Muhammad advertiu a humanidade para ter misericórdia com todas as criaturas vivas.
- Por Aisha Stacey (© 2012 IslamReligion.com)
- Publicado em 12 Mar 2012
- Última modificação em 10 May 2015
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Quando mencionamos a religião do Islã, com frequência a primeira palavra que vem a mente é paz. A palavra Islã é derivada do infinitivo ‘sa-la’ma’, que também é a raiz para a palavra salam, que significa paz. O Islã é um estilo de vida que promove paz, dignidade, respeito, tolerância, justiça e misericórdia e todas essas qualidades são misturadas com serenidade (calma) que vem da submissão a Deus. Talvez a maior dessas qualidades seja misericórdia. É um dos temas recorrentes em todo o Alcorão.
“Não obstante lhes temos apresentado um Livro, o qual lhes elucidamos sabiamente, e é orientação e misericórdia para os crentes.” (Alcorão 7:52)
A misericórdia é aquela qualidade etérea que abrange gentileza, devoção, cuidado, consideração, amor e perdão. Quando essas qualidades são observáveis nesse mundo, são um mero reflexo da misericórdia de Deus em relação à Sua criação. Deus disse claramente que o profeta Muhammad, que Deus o louve, foi uma misericórdia para toda a criação, não apenas para sua família e amigos ou a nação árabe, ou o povo do século 7 EC, e não apenas para os seres humanos.
“E não te enviamos, senão como misericórdia para a humanidade, gênios e tudo que existe.” (Alcorão 21:107)
O profeta Muhammad foi a personificação da misericórdia; mostrou compaixão com todos ao seu redor: família, órfãos, amigos, estranhos e até inimigos. Também tratou o meio ambiente e os animais com respeito e misericórdia. Ensinou seus seguidores que como os animais eram parte da criação de Deus, deviam ser tratados com dignidade e o devido cuidado.
As tradições do profeta Muhammad nos lembram que a humanidade foi colocada na terra para ter a custódia da criação de Deus. Tratar os animais com bondade e misericórdia é apenas uma dessas responsabilidades embutidas nessa custódia. As palavras e comportamento do profeta Muhammad deixam claro que causar dor e sofrimento a criaturas indefesas além de ser inaceitável, é passível de prestação de contas perante Deus.
“Se alguém matar um pardal por esporte, o pardal clamará no Dia do Juízo: “Ó Senhor! Aquela pessoa me matou em vão! Não me matou por qualquer propósito útil.”[1]
O profeta, que Deus o louve, disse: “Quem matar um pardal ou qualquer coisa maior sem uma causa justa, Deus o fará responsável no Dia do Juízo.” Os ouvintes perguntaram: “Ó mensageiro de Deus, o que é uma causa justa?” Ele respondeu: “Matar para comer, não simplesmente cortar sua cabeça e então jogá-lo fora.”[2]
O Islã espera que a humanidade trate todos os animais (todas as criaturas vivas - pássaros, criaturas do mar e insetos) com respeito e dignidade. O profeta Muhammad continuamente aconselhou as pessoas a mostrarem bondade. Proibiu a prática de cortar as caudas e crinas dos cavalos, de marcar os animais em qualquer parte macia e de manter os cavalos com sela desnecessariamente.[3] Se o profeta visse qualquer animal sobrecarregado ou mal alimentado, falava de forma branda com o dono e dizia: “Tema a Deus por seu tratamento aos animais.” [4]
Entretanto, refrear-se de crueldade física não é suficiente; abster-se de crueldade mental é igualmente importante. Até o sofrimento emocional de um pássaro deve ser tratado seriamente. Um dos companheiros do profeta Muhammad narra: “Estávamos em uma viagem e durante a ausência do profeta vimos um pássaro com seus dois filhotes; nós os pegamos. A mãe ficou voando sobre nós, batendo suas asas em aflição. Quando o profeta Muhammad retornou, disse: “Quem feriu os sentimentos desse pássaro pegando seus filhotes? Devolva-os para ela!”[5]
Em outra narrativa, um companheiro do profeta veio até ele carregando filhotes de pássaro em sua roupa e mencionou que a mãe os tinha sobrevoado. Foi orientado a retornar os filhotes para o mesmo arbusto.[6]
Em tempos pré-islâmicos, as superstições pagãs e práticas politeístas incluíam atos de tortura e crueldade aos animais. O Islã condenou isso e colocou um fim a essas práticas. Quando o profeta Muhammad e seus companheiros migraram para Medina, notaram que as pessoas cortavam a corcova dos camelos e a cauda com gordura da ovelha para alimento. O profeta os proibiu de fazer isso e disse: “O que for cortado de um animal enquanto estiver vivo é carniça e é ilícito comer.” [7]
No Islã as regras referentes ao abate de animais são muito estritas e fixas. Proteger os animais de dor e sofrimento indevido é imperativo.
“Deus ordenou bondade (e excelência) em tudo. Se a morte (de animais) tiver que ser realizada, que seja da melhor maneira e quando abaterem, que o façam da melhor maneira primeiro afiando a faca e deixando o animal confortável.” [8]
"Quando sair com seu cão (para a caça), mencione o nome de Deus se ele pegar a presa, e se você a alcançar enquanto estiver viva, corte sua garganta rapidamente (para que ela não sofra).”[9]
A humanidade deve encontrar um equilíbrio no tratamento aos animais. Todas as criaturas vivas foram colocadas nessa terra por Deus para nosso benefício. Não estão no mesmo nível dos seres humanos, mas também não podem ser tratadas cruelmente. É responsabilidade da humanidade cuidar para que tenham alimento, água e abrigo dos elementos. As criaturas vivas não devem ser sobrecarregadas, abusadas ou torturadas. Fazer isso certamente resultará em uma punição justa de Deus. Um verdadeiro crente em Deus demonstra sua crença respeitando toda a criação e o caráter e ações do profeta Muhammad são um exemplo excelente de respeito por tudo que existe.
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