A História de Moisés (parte 9 de 12): Nós os Afogamos no Mar
Descrição: Os filhos de Israel fogem, mas são um povo subjugado.
- Por Aisha Stacey (© 2012 IslamReligion.com)
- Publicado em 30 Apr 2012
- Última modificação em 30 Apr 2012
- Impresso: 1,282
- 'Visualizado: 329,498 (média diária: 72)
- Classificado por: 0
- Enviado por email: 0
- Comentado em: 1
O faraó e a maioria das pessoas do Egito se recusam a acreditar nos sinais. Repetidamente Deus enviou Suas punições e o povo apelou a Moisés, prometendo adorar somente a Deus e libertar os filhos de Israel, ma seguidamente quebraram suas promessas. Finalmente Deus retirou Sua misericórdia e deu ordem a Moisés para liderar seu povo para fora do Egito.
“Porém, quando os livramos do castigo, adiando-o para o término prefixado, eis que perjuram! Então, punimo-los, e os afogamos no mar por haverem desmentido e negligenciado os Nossos versículos.” (Alcorão 7:130-136)
Os espiões do faraó sabiam imediatamente que algo importante estava acontecendo e o faraó marcou uma reunião com seus conselheiros mais confiáveis. Decidiram reunir um exército inteiro para perseguir os escravos fugidos. Reunir o exército levou a noite toda e o exército do faraó não deixou os confins da cidade até a alvorada.
Marcharam para o deserto. Logo os filhos de Israel puderam olhar para trás e ver ao longe a poeira levantada pelo exército que se aproximava. E logo os que estavam nas primeiras fileiras dos filhos de Israel alcançaram o limite com o Mar Vermelho.
Os filhos de Israel estavam encurralados. À frente deles o Mar Vermelho e às suas costas um exército vingativo. Temor e pânico começaram a se espalhar entre eles. Apelaram a Moisés. Moisés estava caminhando na retaguarda de seu povo e podia ver o exército se aproximando cada vez mais. Abriu caminho entre as fileiras até o mar. Caminhou entre seu povo amenizando seus temores e lembrando-os de manter a fé e continuar a confiar que Deus não os abandonaria.
Moisés parou no limite do Mar Vermelho e olhou em direção ao horizonte. Ibn Kathir narra que Josué se voltou para Moisés e disse: “À nossa frente está uma barreira intransponível, o mar, e atrás de nós o inimigo. Não temos como escapar da morte!”Moisés não entrou em pânico; ficou de pé em silêncio e aguardou que Deus mantivesse Sua promessa de libertar os filhos de Israel.
Naquele momento, como o pânico tomava conta dos filhos de Israel, Deus inspirou Moisés a bater no mar com seu cajado. Ele fez o que lhe foi ordenado. Um forte vento começou a soprar, o mar começou a entrar em redemoinho e girar e, repentinamente, se partiu para revelar uma passagem; o fundo do mar ficou seco o suficiente para as pessoas caminharem através dele, cruzando-o.
Moisés começou a orientar o povo através do corredor seco no meio do mar. Aguardou até que a última pessoa começasse a cruzar o mar antes de se voltar para olhar o exército que se aproximava e, então, seguiu seu povo através do leito do mar. Quando alcançaram o outro lado, o pânico e o temor começaram a tomar conta dos filhos de Israel. Mais uma vez começaram a implorar a Moisés que fechasse o corredor. Moisés se recusou, com o plano de Deus já em andamento, e estava confiante de que os filhos de Israel se safariam mesmo que o exército do faraó os seguissem pelo corredor seco formado no leito do mar.
“E fizemos atravessar o mar os israelitas; porém o Faraó e seu exército perseguiram-no iníqua e hostilmente até que, estando a ponto de afogar-se, o Faraó disse: Creio agora que não há mais divindade além de Deus em que crêem os israelitas, e sou um dos submissos!
(E foi-lhe dito): Agora crês, ao passo que antes te havias rebelado e eras um dos corruptores! Porém, hoje salvamos apenas o teu corpo, para que sirvas de exemplo à tua posteridade. Em verdade, há muitos humanos que estão negligenciando os Nossos versículos.”(Alcorão 10:90-92)
Ibn Kathir descreve a morte do faraó: “A cortina caiu sobre a tirania do faraó e as ondas jogaram seu corpo na direção da costa ocidental. Os egípcios o viram e souberam que o deus a quem adoraram e obedeceram era um mero homem que não pode livrar seu pescoço da morte. Quando o faraó tinha poder, fortuna, boa saúde e força, eles se recusaram a reconhecer Deus, mas quando ele viu a morte se aproximando suplicou a Deus com temor e horror. Se a humanidade se lembra de Deus em tempos de facilidade, Deus lembrará até do mais vil dos seres humanos em tempos de aflição.
Gerações de opressão tinham deixado uma marca indelével sobre os filhos de Israel. Anos de humilhação e medo constante os tinham deixado ignorantes e obstinados. A maioria deles tinha sido privada de confortos e luxos por todas as suas vidas. Ansiavam por qualquer coisa que fosse um sinal de fortuna ou materialismo. Os filhos de Israel acreditavam em Deus, tinham acabado de testemunhar os milagres e sinais mais surpreendentes do poder de Deus, mas ainda assim cobiçavam um ídolo que viram em sua jornada para fora do Egito.
“Fizemos os israelitas atravessar o mar, e eis que encontrando (depois) um povo devotado a alguns de seus ídolos, disseram: Ó Moisés, faze-nos um deus como os seus deuses! Respondeu-lhes: Sois um povo de insipientes!
Porque em verdade, tudo quanto eles adorarem aniquilá-los-á, e em vão será tudo quanto fizerem. Disse: Como poderia apresentar-nos outra divindade além de Deus, uma vez que vos preferiu aos vossos contemporâneos?
Recordai-vos de quando vos livramos do povo do Faraó que vos infligia os piores castigos, sacrificando os vossos filhos e deixando com vida as vossas mulheres; naquilo tivestes uma grande prova do vosso Senhor!” (Alcorão 7: 138-141)
Deus tinha favorecido os filhos de Israel. Foram liderados em segurança para fora do Egito e testemunharam o afogamento de seu cruel governante, o faraó. Quando precisaram de água
Deus ordenou Moisés a bater em uma rocha, que jorrou doze fontes de água para as doze diferentes tribos, de modo que não houvesse disputa. Deus também enviou nuvens para protegê-los do sol escaldante e para aliviar sua fome, Ele enviou um alimento especial delicioso chamado maná e codornizes. Infelizmente, apesar da generosidade de Deus muitos dos filhos de Israel reclamavam e queriam o alimento que costumavam comer no Egito: cebolas, alho, feijões e lentilhas.
Moisés alertou seu povo e lembrou-os de que tinham acabado de deixar uma vida de degradação e humilhação. Perguntou por que lamentavam pelas piores dádivas quando Deus os estava provendo com o melhor. Moisés disse: “Quereis trocar o melhor pelo pior? Pois bem: Voltai para o Egito, onde tereis o que implorais!” (Alcorão 2:61) Deus estava provendo dádivas e facilitando a vida para os filhos de Israel, enquanto se dirigiam para a terra prometida, mas eram um povo subjugado, incapaz de se afastarem de pecado e corrupção.