Missão Profética no Islã (parte 1 de 2): A Natureza da Missão Profética

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Descrição: Uma explicação do propósito da missão profética e as características comuns compartilhadas por todos os Profetas e sua mensagem.

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  • Última modificação em 07 Jan 2009
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Prophethood_in_Islam_(part_1_of_2)_001.jpgA missão profética não é desconhecida das religiões reveladas, como o Judaísmo e o Cristianismo.  No Islã, entretanto, tem uma posição e significância especiais.

De acordo com o Islã, Deus criou o homem para um propósito nobre: adorá-Lo e levar uma vida virtuosa baseada nos Seus ensinamentos e orientação.  Como o homem saberia o seu papel e propósito de sua existência a menos que ele recebesse instruções claras e práticas do que Deus quer que ele faça?  Aqui entra a necessidade da missão profética.  Portanto Deus escolheu de cada nação pelo menos um profeta para transmitir Sua Mensagem às pessoas.

Pode-se perguntar, como os profetas foram escolhidos e quais receberam essa grande honra?

A missão profética é bênção e favor de Deus e Ele pode concedê-la a quem Ele quiser.  Entretanto, pesquisando os vários mensageiros ao longo da história, podem ser reconhecidas três características de um profeta:

1.    Ele é o melhor em sua comunidade moralmente e intelectualmente.  Isso é necessário porque a vida de um profeta serve como um modelo para seus seguidores.  Sua personalidade deve atrair as pessoas a aceitarem sua mensagem ao invés de afastá-las por seu caráter imperfeito.  Após receber a mensagem, ele é infalível.  Isso é, ele não poderia cometer qualquer pecado.  Ele pode cometer alguns erros menores, que são geralmente corrigidos pela revelação.

2.    Ele é apoiado por milagres para provar que ele não é um impostor.  Esses milagres são concedidos pelo poder e permissão de Deus e são usualmente no campo no qual seu povo se destaca e é reconhecido como superior.  Nós podemos ilustrar isso citando os maiores milagres dos três profetas das maiores religiões mundiais, Judaísmo, Cristianismo e Islã.

Os contemporâneos de Moisés eram excelentes em magia, e assim seu maior milagre foi derrotar os melhores magos do Egito de seu tempo.  Os contemporâneos de Jesus eram reconhecidos como médicos capacitados, portanto, seus milagres foram ressuscitar o morto e curar doenças incuráveis.  Os árabes, contemporâneos do Profeta Muhammad, que Deus o exalte, eram conhecidos por sua eloqüência e poesia magnificente.  Então o maior milagre do Profeta Muhammad foi o Alcorão, o equivalente do que toda a legião de poetas e oradores árabes não pode produzir, apesar do desafio repetido do próprio Alcorão.  O milagre de Muhammad tem algo de especial.   Todos os milagres anteriores foram limitados por tempo e espaço; isso é, eles foram mostrados a pessoas específicas em um momento específico.  O mesmo não acontece com o milagre do Profeta Muhammad, que Deus o exalte, o Alcorão.  Ele é um milagre universal e perpétuo.  As gerações anteriores o testemunharam e as gerações futuras testemunharão sua natureza milagrosa em termos de estilo, conteúdo e elevação espiritual.  Eles ainda podem ser testados e portanto provarão a origem divina do Alcorão.

3.    Todo profeta afirma claramente que o que ele recebe não é fruto seu, mas de Deus, para o bem-estar da humanidade.  Ele também confirma o que foi revelado antes dele e o que pode ser revelado depois dele.  Um profeta faz isso para mostrar que ele está simplesmente transmitindo a mensagem que é confiada a ele pelo Único Verdadeiro Deus de todos os povos em todos os tempos.  Dessa forma a mensagem é a mesma em essência e com o mesmo propósito.  Portanto, não deve se desviar do que foi revelado antes dele ou do que pode vir depois dele.

Os profetas são necessários para transmitir as instruções e orientação de Deus para a humanidade.  Nós não temos meios de saber por que fomos criados.  O que nos acontecerá após a morte?  Existe alguma vida após a morte?  Nós somos responsáveis por nossas ações?  Essas e muitas outras questões sobre Deus, anjos, paraíso, inferno e mais, não podem ser respondidas sem revelação direta do Criador e Sabedor do invisível.  Essas respostas devem ser autênticas e devem ser trazidas por indivíduos em quem confiamos e respeitamos.  É por isso que os mensageiros são a elite de suas sociedades em termos de conduta moral e habilidade intelectual.

Portanto, as estórias bíblicas caluniosas sobre alguns dos grandes profetas não são aceitas pelos muçulmanos.  Por exemplo, é dito que Lot cometeu fornicação incestuosa enquanto estava bêbado.  Davi supostamente enviou um de seus líderes para a morte para se casar com sua esposa.  Os profetas, para os muçulmanos, são maiores do que essas estórias indicam.  Essas estórias não podem ser verdadeiras do ponto de vista islâmico.

Os profetas também foram milagrosamente apoiados por Deus e instruídos por Ele a afirmar a continuidade da mensagem.  O conteúdo da mensagem dos profetas para a humanidade pode ser resumido como se segue:

a)    Conceito claro de Deus: Seus atributos, Sua criação, o que deve e o que não deve ser atribuído a Ele.

b)    Idéia clara sobre o mundo invisível, os anjos, jinns (espíritos), Paraíso e Inferno.

c)    Por que Deus nos criou, o que Ele quer de nós e quais as recompensas e punições para obediência e desobediência.

d)    Como administrar nossas sociedades de acordo com a Sua vontade.  Isso é, instruções claras e leis que, quando aplicadas corretamente e honestamente, resultarão em uma sociedade funcionando suavemente e em harmonia.

É claro da discussão acima que não existe substituto para os profetas.  Mesmo hoje com o avanço da ciência, a única fonte autêntica de informação sobre o mundo sobrenatural é revelação.  A orientação não pode ser obtida nem da ciência e nem de experiência mística.  A primeira é muito materialista e limitada; a segunda é muito subjetiva e freqüentemente enganadora.

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Missão Profética no Islã (parte 2 de 2): Crença em Todos os Profetas sem Distinção

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Descrição: A crença islâmica em todos os profetas sem exceção, com uma pequena discussão sobre a natureza de Jesus e Muhammad.

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Pode-se bem perguntar:

quantos  profetas Deus enviou para a humanidade?  Nós temos certeza apenas do que foi claramente mencionado no Alcorão, de que Deus enviou um mensageiro para cada nação.  Isso porque é um dos princípios de Deus que Ele nunca pedirá contas a um povo a menos que Ele tenha deixado claro a eles o que fazer e o que não fazer.  O Alcorão menciona os nomes de 25 profetas e indica que existiram outros que não foram mencionados ao Profeta Muhammad, que Deus o exalte.  Esses 25 incluem Noé, Abraão, Moisés, Jesus e Muhammad (que Deus exalte a todos).  Esses cinco são os maiores entre os mensageiros de Deus.  Eles são chamados os profetas ‘resolutos’.

Um aspecto notável da crença islâmica na missão profética é que os muçulmanos respeitam e acreditam em todos os mensageiros de Deus sem exceções.  Todos os profetas vieram do mesmo Único Deus, para o mesmo propósito: levar a humanidade a Deus.  Dessa forma, a crença em todos eles é essencial e lógica; aceitar alguns e rejeitar outros tem que ser baseado em equívocos sobre o papel do profeta ou em um preconceito racial.  Os muçulmanos são o único povo no mundo que consideram a crença em todos os profetas um artigo de fé.  Os judeus rejeitam Jesus e Muhammad (que a paz esteja sobre eles), e os cristãos rejeitam Muhammad, que Deus o exalte.   Os muçulmanos aceitam todos eles como mensageiros de Deus que trouxeram orientação para a humanidade.  Entretanto, as revelações que os profetas antes de Muhammad, que Deus o exalte, trouxeram de Deus foram corrompidas de uma forma ou de outra.

A crença em todos os profetas de Deus é exigida dos muçulmanos no Alcorão:

“Dize (Ó muçulmanos): “Cremos em Deus e no que foi revelado para nós, e no que foi revelado para Abraão e Ismael, e Isaque e Jacó e para as tribos; e no que foi concedido a Moisés e a Jesus.  Não fazemos distinção entre nenhum deles e a Ele nos submetemos.” (Alcorão 2:136)

O Alcorão continua nos versículos seguintes a instruir os muçulmanos de que essa é a crença verdadeira e imparcial.   Se outras nações acreditam no mesmo, elas estão seguindo o caminho certo.  Se não, elas devem estar seguindo seus próprios objetivos e preconceitos e Deus cuidará delas.  Dessa forma nós lemos:

“E se eles crêem no que vós credes, com efeito, se guiarão.  Mas se eles voltarem as costas, por certo, estarão em discórdia e Deus será suficiente contra eles.  Ele é o Oniouvinte, o Onisciente.  Essa é a religião de Deus e quem é melhor do que a religião de Deus?” (Alcorão 2:137-138)

Existem, pelo menos, dois pontos importantes relacionados à missão profética que  precisam ser esclarecidos.  Esses pontos se referem ao papel de Jesus e Muhammad (que a paz esteja sobre eles) como profetas, que são geralmente mal-compreendidos.

O relato corânico de Jesus enfaticamente rejeita o conceito de sua ‘divindade’ e ‘filiação divina’ e o apresenta como um dos grandes profetas de Deus.  O Alcorão deixa claro que o nascimento de Jesus sem um pai não faz dele o filho de Deus e menciona, a esse respeito, Adão, que foi criado por Deus sem pai ou mãe.

“Verdadeiramente, o exemplo de Jesus, aos olhos de Deus, é como o de Adão; Ele o criou do pó e então disse-lhe: “Sê”, e ele foi.” (Alcorão 3:59)

Como outros profetas, Jesus também realizou milagres.  Por exemplo, ele ressuscitou o morto e curou o cego e os leprosos, mas, enquanto realizava esses milagres, ele sempre deixou claro que era tudo de Deus.  Na verdade, os equívocos sobre a personalidade e missão de Jesus, que a paz esteja sobre ele, encontraram espaço entre seus seguidores porque a mensagem divina que ele pregou não foi registrada durante sua presença no mundo.  Ao contrário, ela foi registrada após um lapso de aproximadamente cem anos.  De acordo com o Alcorão, ele foi enviado aos Filhos de Israel; ele confirmou a validade do Torá, que foi revelado a Moisés, que a paz esteja sobre ele, e ele também trouxe boas novas de um mensageiro final depois dele.

“E quando Jesus, filho de Maria, disse: ‘Filhos de Israel!  De fato eu sou o mensageiro para vós, confirmando o Torá que havia antes de mim, e anunciando um Mensageiro que virá depois de mim, cujo nome será o louvado.”  (Alcorão 61:6)

(O “louvado” é a tradução de “Ahmad”, que é o nome do Profeta Muhammad.)

Entretanto, a maioria dos judeus rejeitou seu ministério.  Eles atentaram contra sua vida e em sua opinião, o crucificaram.  Mas o Alcorão refuta essa opinião e diz que eles nem o mataram e nem o crucificaram; ao contrário, ele foi elevado até Deus.   Existe um versículo no Alcorão que deixa implícito que Jesus voltará e que todos os cristãos e judeus acreditarão nele antes dele morrer.  Isso também é suportado por ditos autênticos do Profeta Muhammad, que Deus o exalte.

O último profeta de Deus, Muhammad, nasceu na Arábia no século 6 EC.  Até a idade de 40 anos, o povo de Meca o conhecia apenas como um homem de excelente caráter e maneiras educadas e o chamava de ‘Al-Ameen’ (‘O Confiável’).  Ele também não sabia que logo seria feito profeta e recebedor de revelação de Deus.  Ele chamou os idólatras de Meca à adoração do único Deus e a aceitá-lo (Muhammad, que Deus o exalte) como Seu profeta.  A revelação que ele recebeu foi preservada durante a sua vida na memória de seus companheiros e também foi registrada em pedaços de folha de palmeira, couro, etc.  Dessa forma o Alcorão que é encontrado hoje é o mesmo que foi revelado a ele, nem uma sílaba foi alterada, já que o próprio Deus garantiu sua preservação.  O Alcorão clama ser o livro da orientação para toda a humanidade para todos os tempos, e menciona Muhammad, que Deus o exalte, como o último Profeta de Deus.

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