As mulheres no Islã (parte 2 de 2)

Classificação:
Tamanho da fonte:
A- A A+

Descrição: O aspecto social, legal e político das mulheres no Islã.

  • Por Mostafa Malaekah
  • Publicado em 30 Dec 2013
  • Última modificação em 30 Dec 2013
  • Impresso: 115
  • 'Visualizado: 19,961 (média diária: 5)
  • Classificação: nenhum ainda
  • Classificado por: 0
  • Enviado por email: 0
  • Comentado em: 0
Pobre Melhor

O aspecto social das mulheres no Islã

A)      Como filha:

(1)  O Alcorão colocou fim a uma prática cruel de infanticídio feminino, que havia antes do Islã.  Deus disse:

“Quando a filha, sepultada vida, for interrogada: Por que delito foste assassinada?” (Alcorão 81:8-9)

(2)  O Alcorão foi além ao refutar a atitude desagradável de alguns pais ao ouvir a notícia do nascimento de uma menina, ao invés de um menino.  Deus disse:

“Quando a algum deles é anunciado o nascimento de uma filha, o seu semblante se entristece e fica angustiado. Oculta-se do seu povo, pela má notícia que lhe foi anunciada: deixá-la-á viver, envergonhado, ou a enterrará viva? Que péssimo é o que julgam!” (Alcorão 16:58-59)

(3)  Os pais têm o dever de sustentar e demonstrar carinho e justiça com suas filhas.  O Profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, disse: “Quem cuidar de duas filhas até que cheguem à idade adulta virá no Dia do Juízo assim (e colocou seus dedos juntos).”

(4)  Um aspecto crucial na criação de filhas que influencia muito seu futuro é a educação.  A educação não é apenas um direito, mas uma responsabilidade para todos os homens e mulheres.  O Profeta Muhammad disse: “Buscar conhecimento é um dever para todo muçulmano.”  A palavra “muçulmano” aqui inclui homens e mulheres.

(5)  O Islã não requer e nem encoraja a circuncisão feminina.  E embora possa ser praticada por alguns muçulmanos em certas partes da África, também é praticada por outros povos, incluindo cristãos naqueles locais, meramente um reflexo dos costumes e práticas locais.

B)      Como esposa:

(1) O casamento no Islã é baseado em paz, amor e compaixão mútuas e não apenas na mera satisfação do desejo sexual humano.  A seguir estão os versículos mais impressionantes no Alcorão sobre o casamento:

“Entre os Seus sinais está o de haver-vos criado companheiras da vossa mesma espécie, para que com elas convivais; e colocou amor e piedade entre vós. Por certo que nisto há sinais para os sensatos.” (Alcorão 30:21, ver também 42:11 e 2:228)

(2)  A mulher tem o direito de aceitar ou rejeitar propostas de casamento.  De acordo com a Lei Islâmica, as mulheres não podem ser forçadas a casar com alguém sem o seu consentimento.

(3)  O marido é responsável pela manutenção, proteção e liderança geral da família, dentro da estrutura de consulta (ver Alcorão 2;233) e gentileza (ver Alcorão 4:19).  A mutualidade e natureza complementar do papel do marido e da esposa não significa subserviência de nenhuma parte em relação à outra.  O Profeta Muhammad instruiu os muçulmanos sobre as mulheres: “Recomendo que sejam bons com as mulheres.”  E “Os melhores entre vocês são os melhores para suas esposas.”  O Alcorão encoraja os maridos a serem gentis e atenciosos com suas esposas, mesmo que o marido não esteja mais satisfeito com a esposa ou tenha desenvolvido uma aversão em relação a ela:

“...E harmonizai-vos com elas.  Pois se as menosprezardes, podereis estar depreciando seres que Deus dotou de muitas virtudes.” (Alcorão 4:19)

Também baniu a prática árabe antes do Islã na qual o enteado do falecido pai tinha permissão para tomar posse da(s) esposa(s) do pai (herdá-las) como se fossem parte dos bens do falecido (ver Alcorão 4:19).

(4)  Caso surjam disputas conjugais, o Alcorão encoraja o casal a resolvê-las em particular, em um espírito de justiça e bondade.  Na verdade, o Alcorão delineia uma etapa iluminada e uma abordagem sábia para o marido e a esposa resolverem o conflito persistente em sua vida conjugal.  No caso de a disputa não poder ser resolvida de forma equitativa entre marido e esposa, o Alcorão prescreve a mediação entre as partes através de intervenção familiar em nome de ambos os cônjuges (ver Alcorão 4:35)

(5)  O divórcio é o último recurso, permissível mas não encorajado, porque o Alcorão estima a preservação da fé e o direito do indivíduo - homem e mulher - à felicidade.  As formas de dissolução do casamento incluem uma promulgação baseada em acordo mútuo; iniciativa do marido; iniciativa da esposa (se for parte do contrato de casamento dela); decisão do tribunal com base em iniciativa da esposa (por razão legítima); e iniciativa da esposa sem uma causa, desde que ela devolva o presente de casamento ao marido.  Quando a continuação do casamento for impossível por qualquer razão, os homens ainda são ensinados a buscar um fim honrado.  O Alcorão afirma sobre esses casos:

“Quando vos divorciardes das mulheres, ao terem elas cumprido o seu período prefixado, tomai-as de volta equitativamente, ou liberta-as equitativamente. Não as tomeis de volta com o intuito de injuriá-las injustamente, porque quem tal fizer condenar-se-á.” (Alcorão 2:231, ver também 2:229 e 33:49)

(6)  Associar a poliginia com o Islã, como se fosse introduzida por ele ou fosse a norma de acordo com seus ensinamentos é um dos mitos mais persistentes perpetuados na literatura e na mídia ocidentais.  A poliginia existia em quase todas as nações e era até mesmo sancionada pelo Judaísmo e Cristianismo até séculos recentes.  O Islã não baniu a poliginia, como muitos povos e comunidades religiosas; ao invés disso, a regulou e restringiu.  Não é exigida, mas simplesmente permitida com condições (ver Alcorão 4:3).  O espírito da lei, incluindo o momento da revelação, é lidar com as contingências individuais e coletivas que podem surgir de tempos em tempos (por exemplo, desequilíbrios entre o número de homens e mulheres criado por guerras) e fornecer uma solução moral, prática e humana para os problemas de viúvas e órfãos.

C)      Como mãe:

(1)  O Alcorão eleva a gentileza com os pais (especialmente as mães) a um status imediatamente depois da adoração a Deus:

“E vosso Senhor decretou que não adoreis outro senão Ele. que sejais indulgentes com vossos pais, mesmo que a velhice alcance um deles ou ambos, em vossa companhia; não os reproveis, nem os rejeiteis; outrossim, dirigi-lhes palavras honrosas. E estende sobre eles a asa da humildade, e dize: Ó Senhor meu, tem misericórdia de ambos, como eles tiveram misericórdia de mim, criando-me desde pequenino!” (Alcorão 17:23-24, ver também 31:14, 46:15 e 29:8)

(2)  Naturalmente o profeta Muhammad especificou esse comportamento para seus seguidores, atribuindo às mães um status inigualável nas relações humanas.  Um homem veio ao Profeta Muhammad e disse: “Ó Mensageiro de Deus!  Quem entre as pessoas tem mais direito ao meu companheirismo?"  O Profeta disse: “Sua mãe.”  O homem disse: “E depois quem?”  O Profeta disse: “Sua mãe.”  O homem perguntou: “E depois quem?”  O Profeta disse: “Sua mãe.”  O homem perguntou: “E depois quem?”  O Profeta disse: “(Então) seu pai.”

D)      Como irmã na fé (em geral):

(1)  De acordo com os ditos do profeta Muhammad: “As mulheres são shaqa’iq (metades ou irmãs) dos homens.”  Esse dito é uma declaração profunda que se relaciona diretamente com a questão da igualdade humana entre os gêneros.  Se for adotado o primeiro significado da palavra árabe shaqa’iq, “metades”, significa que o homem vale a metade (da sociedade) e a mulher a outra metade.  Se for adotado o segundo significado, “irmãs”, implica o mesmo.

(2)  O profeta Muhammad ensinou gentileza, cuidado e respeito pelas mulheres em geral: “Recomendo que sejam bons com as mulheres.”  É significativo que essa instrução do profeta esteja entre suas instruções e lembretes finais no discurso da peregrinação da despedida, feito pouco antes de sua morte.

(3)  Modéstia e interação social: Os parâmetros de modéstia adequada para homens e mulheres (vestimenta e comportamento) são baseados em fontes reveladas (o Alcorão e os ditos proféticos) e, como tal, são considerados pelos crentes e pelas crentes como orientações com base divina, com objetivos legítimos e sabedoria.  Não são restrições impostas pelo homem ou pela sociedade.  É interessante saber que até a Bíblia encoraja as mulheres a cobrir sua cabeça: “Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu.” (1 Coríntios 11:6)

O aspecto legal e político das mulheres no Islã

(1)  Igualdade perante a lei: Ambos os gêneros têm direito à igualdade perante a lei e os tribunais.  A justiça não tem gênero (ver Alcorão 5:38, 24:2, e 5:45).  As mulheres possuem uma entidade legal independente em assuntos financeiros e outros.

(2)  Participação na vida social e política: A regra geral na vida social e política é a participação e a colaboração de homens e mulheres nos assuntos públicos (ver Alcorão 9:71).  Existe evidência histórica suficiente da participação de mulheres muçulmanas na escolha de governantes, assuntos públicos, elaboração de leis, posições administrativas, erudição e ensino e até no campo de batalha.  Esse envolvimento em assuntos sociais e políticos eram conduzidos sem que os participantes perdessem de vista as prioridades complementares de ambos os gêneros e sem violar as orientações islâmicas de modéstia e virtude.

Conclusão

O status que as mulheres não muçulmanas alcançaram durante a época atual não foi alcançado devido à bondade dos homens ou ao progresso natural.  Foi alcançado através de um longo esforço e sacrifício da parte da mulher e somente quando a sociedade precisava de sua contribuição e trabalho, mais especificamente durante as duas guerras mundiais, e devido à escalada da mudança tecnológica.  Enquanto que no Islã esse status compassivo e digno foi decretado, não porque reflete o ambiente do século sete, nem sob a ameaça ou pressão de mulheres e suas organizações, mas por causa de sua verdade intrínseca.

Se isso indicar alguma coisa, seria a demonstração da origem divina do Alcorão e a autenticidade da mensagem do Islã que, diferentemente de filosofias e ideologias humanas, está longe de proceder de seu ambiente humano; uma mensagem que estabeleceu esses princípios humanos que não ficaram obsoletos com o passar do tempo e nem podem se tornar obsoletos no futuro.  Afinal, essa é a mensagem do Deus Sábio e Onisciente, Cuja sabedoria e conhecimento estão muito além do mais moderno em termos de pensamento e progresso humanos.

Comentário

Pobre Melhor

Partes deste Artigo

Visualizar todas as partes juntas

Adicione um comentário

  • (Não é mostrado ao público)

  • Seu comentário será analisado e publicado dentro de 24 horas.

    Campos marcados com um asterisco (*) são obrigatórios.

Outros Artigos na Mesma Categoria

Mais visualizados

Diariamente
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Total
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Favorito del editor

(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Listar conteúdo

Desde sua última visita
Esta lista no momento está vazia.
Todos por data
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Mais populares

Melhores classificados
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Mais enviados por email
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Mais impressos
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Mais comentados
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Seus Favoritos

Sua lista de favoritos está vazia. Você pode adicionar artigos a esta lista usando as ferramentas do artigo.

Sua História

(Leia mais...) Remover
Minimize chat