O Propósito da Criação (parte 1 de 3): Uma Introdução
Descrição: Uma introdução à pergunta mais intrigante da história humana, e uma discussão sobre as fontes que podem ser usadas para encontrar a resposta. Parte 1: A fonte para a resposta.
- Por Dr. Bilal Philips
- Publicado em 12 Jan 2009
- Última modificação em 16 Jul 2023
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Introdução
O propósito da criação é um tópico que intriga todo ser humano em algum ponto de sua vida. Todos em algum momento se perguntam “Por que eu existo?” ou, “Para qual propósito estou na terra?"
A variedade e complexidade dos intrincados sistemas que constituem a fábrica dos seres humanos e do mundo indica que deve ter havido um Ser Supremo que os criou. O projeto indica um projetista. Quando seres humanos encontram pegadas na praia, imediatamente concluem que um ser humano caminhou por ali anteriormente. Ninguém imagina que as ondas do mar se fixaram na areia e produziram ao acaso uma depressão que se parece exatamente com pegadas humanas. Nem os humanos concluem instintivamente que foram trazidos à existência sem um propósito. Uma vez que uma ação com propósito é um produto natural da inteligência humana, os humanos concluem que o Ser Inteligente Supremo que os criou deve tê-lo feito para um propósito específico. Portanto, os seres humanos precisam saber o propósito de sua existência para que suas vidas tenham sentido e para fazer o que, no final das contas, é benéfico para eles.
Através dos tempos, entretanto, têm havido uma minoria entre os humanos que nega a existência de Deus. A matéria, em sua opinião, é eterna e a humanidade é simplesmente produto das combinações acidentais de seus elementos. Conseqüentemente, para eles, a questão “Por que Deus criou o homem?” continua sem resposta. De acordo com eles, simplesmente não existe propósito para a existência. Entretanto, a vasta maioria da humanidade através dos tempos acreditou e continua a acreditar na existência de um Ser Supremo que criou esse mundo com um propósito. Para eles era importante, e continua a ser, saber sobre o Criador e o propósito para o qual Ele criou os seres humanos.
A Resposta
Para responder à pergunta “Por que Deus criou o homem?” primeiro deve ser determinado de qual perspectiva a pergunta está sendo feita. Do ponto de vista de Deus seria, “O que fez com que Deus criasse os seres humanos?” enquanto que do ponto de vista humano seria “Para qual propósito Deus criou os humanos?” Ambos os pontos de vista representam aspectos da pergunta intrigante “Por que eu existo?”...ambos os aspectos da questão serão explorados com base em uma imagem clara pintada pela revelação divina. Esse não é um tópico para especulação humana, porque a conjectura humana não pode produzir a verdade completa nesse assunto. Como os seres humanos podem deduzir de forma intelectual a realidade de sua existência quando eles mal compreendem como seus próprios cérebros ou sua entidade mais elevada, a mente, funciona? Conseqüentemente, os muitos filósofos que especularam sobre essa questão através dos tempos vieram com inumeráveis respostas, todas baseadas em suposições que não podem ser provadas. As perguntas sobre o tópico levaram muitos dos filósofos a alegarem que nós realmente não existimos e que o mundo todo é imaginário. Por exemplo, o filósofo grego Platão (428-348 AC) argumentou que o mundo das coisas mutáveis do dia a dia, que o homem conhece através do uso de seus sentidos, não é a realidade primária, mas um mundo de aparências. Muitos outros, como mencionado anteriormente, alegaram e continuam a alegar que não existe nenhum propósito para a criação dos humanos. De acordo com eles, a existência humana é meramente um produto do acaso. Não pode haver propósito se a vida evoluiu de matéria inanimada que se tornou animada por pura sorte. Os supostos ‘primos’ da humanidade, os macacos, não se preocupam com questões relacionadas à existência, e então por que os seres humanos deveriam se preocupar?
Embora a maioria das pessoas coloque a questão de por que fomos criados após uma breve reflexão ocasional, é extremamente importante para os seres humanos saberem a resposta. Sem conhecimento da resposta correta, os seres humanos se tornam indistinguíveis dos outros animais ao seu redor. As necessidades e desejos do animal de se alimentar, beber e procriar automaticamente se tornam o propósito da existência humana, e o esforço humano então se foca nessa esfera limitada. Quando a satisfação material se transforma no objetivo mais importante da vida, a existência humana se torna ainda mais degradada do que a do mais baixo dos animais. Os seres humanos consistentemente farão mau uso da inteligência dada por Deus quando desconhecem o propósito de sua existência. A mente humana degradada usa suas habilidades para criar drogas e bombas e se envolve em fornicação, pornografia, homossexualidade, adivinhação, suicídio, etc. Sem conhecimento do propósito da vida, a existência humana perde todo o significado e é conseqüentemente desperdiçada, e a recompensa de uma vida eterna de felicidade na outra vida é completamente destruída. Portanto, é de máxima importância que os seres humanos saibam a resposta à pergunta, “Por que estamos aqui?”
Os humanos se voltam a outros seres humanos em busca das respostas. Entretanto, somente nos livros de revelação divina respostas claras e precisas a essas questões podem ser encontradas. Foi necessário que Deus revelasse o propósito para o homem através de Seus profetas, porque os seres humanos são incapazes de chegar às respostas corretas sozinhos. Todos os profetas de Deus ensinaram aos seus seguidores as respostas à pergunta “Por que Deus criou o homem?”
O Propósito da Criação (parte 2 de 3): A Resposta Judaico-Cristã
Descrição: Uma introdução à pergunta mais intrigante da história humana, e uma discussão sobre as fontes que podem ser usadas para encontrar a resposta. Parte 2: Um olhar na Bíblia e na crença cristã sobre esse assunto.
- Por Dr. Bilal Philips
- Publicado em 19 Jan 2009
- Última modificação em 19 Jan 2009
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Escrituras Judaico-Cristãs
Uma pesquisa na Bíblia deixa perdido aquele que busca a verdade honestamente. O Velho Testamento parece mais preocupado com leis e com a história do homem primitivo e do povo judeu do que em responder à pergunta vital relacionada à criação da humanidade. Em Gênesis, Deus cria o mundo e Adão e Eva em seis dias e ‘descansa’ de Seu trabalho no sétimo. Adão e Eva desobedecem a Deus e são punidos, e seu filho Caim mata seu outro filho Abel e vai viver na terra de Nod. E Deus ‘lamenta’ ter criado o homem! Por que as respostas não estão lá em termos claros e inequívocos? Por que existe tanta linguagem simbólica, deixando o leitor adivinhar seus significados? Por exemplo, em Gênesis 6:1-2 e 6:6 é dito:
“E ACONTECEU que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram... Então arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração.”
Quem são esses ‘filhos de Deus?’ Cada seita judaica e cada uma das muitas seitas cristãs têm sua própria explicação. Qual é a interpretação correta? A verdade é que o propósito da criação do homem foi ensinado pelos profetas da antigüidade, entretanto, alguns de seus seguidores – em conluio com os demônios – posteriormente alteraram as escrituras. As respostas se tornaram vagas e muito da revelação ficou oculto em linguagem simbólica. Quando Deus enviou Jesus Cristo aos judeus, ele derrubou as mesas dos mercadores que tinham estabelecido negócios dentro do templo, e pregou contra a interpretação ritualística da lei praticada pelos rabinos judeus. Ele reafirmou a lei do Profeta Moisés e a reviveu. Ensinou o propósito da vida aos seus discípulos e demonstrou como cumpri-lo até seus últimos momentos nesse mundo. Entretanto, após a sua partida desse mundo, a sua mensagem também foi distorcida por alguns que clamavam estar entre seus seguidores. A verdade clara que ele trouxe se tornou vaga, como as mensagens dos profetas antes dele. O simbolismo foi introduzido, especialmente através do “Apocalipse” de João, e o Evangelho que foi revelado a Jesus foi perdido. Quatro outros evangelhos compostos por homens foram escolhidos por Atanásio, um bispo do século 4, para substituir o Evangelho perdido de Jesus Cristo. E os 23 livros dos escritos de Paulo e outros incluídos no Novo Testamento excederam em número até as quatro versões do evangelho. Como resultado, os leitores do Novo Testamento não podem encontrar respostas precisas à pergunta “ Por que Deus criou o homem?” e é forçado a seguir cegamente os dogmas inventados de qualquer seita a qual pertençam ou adotem. Os evangelhos são interpretados de acordo com as crenças de cada seita, e aquele que busca a verdade é deixado mais uma vez se perguntando qual é a resposta correta.
A Encarnação de Deus
Talvez o único conceito comum à maioria das seitas cristãs em relação ao propósito da criação da humanidade, é que Deus se tornou homem para que pudesse morrer nas mãos dos homens e purificá-los do pecado herdado de Adão e seus descendentes. De acordo com eles, esse pecado se tornou tão grande que nenhum ato humano de expiação ou arrependimento poderia apagá-lo. Deus é tão bom que o pecador não pode se apresentar diante Dele. Conseqüentemente, somente o próprio sacrifício de Deus poderia salvar a humanidade do pecado.
A crença nesse mito feito pelo homem se tornou a única fonte para salvação, de acordo com a Igreja. Assim, o propósito cristão da criação se tornou o reconhecimento do ‘sacrifício divino’ e a aceitação de Jesus Cristo como o Senhor Deus. Isso pode ser deduzido das seguintes palavras atribuídas a Jesus no Evangelho de João:
“Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito para que aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna.”
Entretanto, se esse é o propósito da criação e o pré-requisito para a vida eterna, por que não foi ensinado por todos os profetas? Por que Deus não se tornou homem na época de Adão e sua descendência, para que toda a humanidade tivesse uma chance igual de cumprir seu propósito para existência e alcançar vida eterna? Ou aqueles antes da época de Jesus tinham outro propósito para sua existência? Todas as pessoas hoje a quem Deus destinou nunca ouvir de Jesus também não têm chance de cumprir seu suposto propósito da criação. Tal propósito é obviamente muito limitado para se adequar às necessidades da humanidade.
O Propósito da Criação (parte 3 de 3): A Tradição Hindu
Descrição: Uma introdução à pergunta mais intrigante da história humana, e uma discussão sobre as fontes que podem ser usadas para encontrar a resposta. Parte 3: Um olhar nas Escrituras Hindus, e uma conclusão para o assunto.
- Por Dr. Bilal Philips
- Publicado em 19 Jan 2009
- Última modificação em 19 Jan 2009
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Tudo é Deus
As escrituras hindus ensinam que existem muitos deuses, encarnações de deuses, pessoas de Deus e que tudo é Deus, Brama. Apesar da crença de que o ego (atman) de todas as criaturas vives é de fato Brama, um opressivo sistema de castas se desenvolveu no qual os Brâmanes, a casta sacerdotal, possui supremacia espiritual pelo nascimento. Eles são os professores dos Vedas e representam o ideal de pureza ritual e prestígio social. Por outro lado, a casta Sudra é excluída do status religioso e seu único dever na vida é “servir humildemente” as outras três castas e suas milhares de subcastas.
De acordo com os filósofos monistas hindus, o propósito da humanidade é a realização de sua divindade e – seguindo um caminho (marga) para emancipação (moksha) no ciclo do renascimento – a reabsorção da alma humana (atman) na realidade suprema, Brama. Para aqueles que seguem o caminho bhakti, o propósito é amar a Deus porque Deus criou a humanidade para “desfrutar uma relação - como um pai desfruta de seu filho” (Srimad Bhagwatam). Para o hindu comum, o principal objetivo da vida terrena reside na conformidade com os deveres sociais e rituais e com as normas tradicionais de conduta para sua casta – o caminho do carma.
Embora a maior parte da religião dos textos vedas, que revolve em torno de rituais de sacrifício de fogo, tenha sido eclipsada pelas doutrinas e práticas hindus encontradas em outros textos, a autoridade e sacralidade absolutas dos Vedas permanece um dogma central de virtualmente todas as seitas e tradições hindus. Os Vedas são compostos de quatro coletâneas e a mais antiga é o Rigveda (“Sabedoria dos Versos”). Nesses textos, Deus é descrito nos termos mais confusos. A religião refletida no Rigveda é um politeísmo preocupado principalmente com deidades apaziguadoras associadas com o céu e a atmosfera. As mais importantes são Indra (deus dos céus e da chuva), Baruna (guardião da ordem cósmica), Agni (o fogo sacrificial) e Surya (o Sol). Nos textos védicos posteriores, o interesse nos deuses rigvédicos declina e o politeísmo começa a ser substituído por um panteísmo sacrifical à Prajapati (“Senhor das Criaturas”), que é Tudo. Nos Upanishads (ensinamentos secretos referentes a equações cósmicas), Prajapati funde o conceito de Brama, a realidade suprema e substância do universo, substituindo qualquer personificação específica, transformando, portanto, a mitologia em filosofia abstrata. Se os conteúdos dessas escrituras fossem tudo que os seres humanos tivessem para escolher para orientação, teria-se que concluir que Deus ocultou a Si próprio e o propósito da criação da humanidade.
Deus não é o autor de confusão, nem Ele deseja dificuldades para a humanidade. Conseqüentemente, quando Ele revelou Sua comunicação final à humanidade mil e quatrocentos anos atrás, Ele Se assegurou de que fosse perfeitamente preservada para todas as gerações de seres humanos que estavam por vir. Nessa escritura final, o Alcorão, Deus revelou Seu propósito para criar a humanidade e, através de Seu último profeta, Ele esclareceu todos os detalhes que o homem pode compreender. É com base nessa revelação e nas explicações proféticas que devemos analisar as respostas precisas à pergunta “Por que Deus criou o homem?”...
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