Abdullah ibn Salam, rabino, Medina
Descrição: Como o primeiro rabino judeu se converteu ao Islã.
- Por Abdullah ibn Salam
- Publicado em 23 Mar 2009
- Última modificação em 23 Mar 2009
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Al-Husayin ibn Salam era um rabino judeu em Yathrib [Medina] que era amplamente respeitado e honrado pelo povo da cidade, mesmo por aqueles que não eram judeus. Era conhecido por sua piedade e bondade, sua conduta elevada e sua veracidade.
Al-Husayn viveu uma vida pacífica e gentil, mas era sério, com propósitos e organizado na forma como passava seu tempo. Por um período fixo a cada dia ele fazia sua adoração, ensinava e pregava no templo.
Então passava algum tempo em seu pomar, cuidando, podando e polinizando as tamareiras. Depois disso, para aumentar o entendimento e conhecimento de sua religião, ele se devotava ao estudo do Torá.
Nesse estudo é dito que ele era particularmente afetado por alguns versos do Torá, que lidavam com a vinda de um Profeta que completaria a mensagem dos Profetas anteriores. Al-Husayn assumiu então um interesse imediato quando ouviu relatos do aparecimento de um Profeta em Meca.
O que se segue é sua história, em suas próprias palavras:
Quando ouvi do aparecimento do Mensageiro de Deus (que a paz esteja sobre ele), comecei a fazer perguntas sobre seu nome, sua genealogia, suas características, época e lugar e comecei a comparar essa informação com o que estava contido em nossos livros.
Dessas perguntas fiquei convencido sobre a autenticidade de sua missão profética e afirmei a verdade de sua missão. Entretanto, ocultei minhas conclusões dos judeus. Segurei minha língua.
Então chegou o dia quando o Profeta, que a paz esteja sobre ele, deixou Meca e partiu para Yathrib. Quando ele alcançou Yathrib e parou em Quba, um homem chegou correndo na cidade, convocando as pessoas e anunciando a chegada do Profeta.
Naquele momento eu estava no topo de uma tamareira fazendo um trabalho. Minha tia, Khalidah bint Al-Harith, estava sentada sob a árvore. Ao ouvir a notícia, gritei: “Allahu Akbar! Allahu Akbar!” (Deus é Maior! Deus é Maior!)
Quando minha tia me ouviu, me censurou: “Que Deus o frustre... Por Deus, se você tivesse ouvido que Moisés vinha em sua direção não teria sido mais entusiasmado.”
“Tia, ele é realmente, por Deus, o ‘irmão’ de Moisés e segue sua religião. Foi enviado com a mesma missão de Moisés.” Ela ficou em silêncio por um instante e depois disse: “Ele é o Profeta sobre o qual você nos falou que seria enviado para confirmar a verdade pregada pelos Profetas anteriores e completar a mensagem de seu Senhor?”
“Sim,” respondi.
Sem demora ou hesitação fui me encontrar com o Profeta. Vi multidões em sua porta. Andei no meio da multidão até chegar perto dele.
As primeiras palavras que ouvi dele foram: “Ó povo! Espalhe a paz… Compartilhe a comida… Ore durante a noite enquanto as pessoas (normalmente) dormem… e entrarão no Paraíso em paz.”
Olhei para ele bem de perto. O inspecionei e me convencido de que seu rosto não era o de um impostor. Cheguei mais perto e fiz a declaração de fé de que não há nenhuma divindade exceto Deus e que Muhammad é o Mensageiro de Deus.
O Profeta se virou para mim e perguntou: “Qual é o seu nome?” “Al-Husayn ibn Salam,” respondi. “Agora é Abdullah ibn Salam,” ele disse (me dando um novo nome). “Sim,” concordei. “Será Abdullah ibn Salam. Por Aquele que o enviou com a Verdade, não desejo ter outro nome depois desse dia.”
Voltei para casa e introduzi o Islã à minha esposa, meus filhos e o resto de minha família. Todos aceitaram o Islã, inclusive minha tia Khalidah que era então uma senhora idosa. Entretanto, avisei-lhes para ocultar nossa aceitação do Islã dos judeus até que eu desse permissão. Eles concordaram.
Subsequentemente voltei ao Profeta (que a paz esteja sobre ele) e disse: “Ó Mensageiro de Deus! Os judeus são um povo (inclinado) à difamação e falsidade. Quero que convide seus homens mais proeminentes para encontrá-lo. Durante o encontro, devo ser mantido oculto deles em um dos quartos. Pergunte a eles sobre minha condição entre eles antes de descobrirem minha aceitação do Islã. Então os convide ao Islã. Se souberem que me tornei um muçulmano, eles me denunciarão e acusarão das piores coisas e me difamarão.”
O Profeta me manteve em um dos quartos e convidou as personalidades judaicas proeminentes para visitá-lo. Ele introduziu o Islã a eles e os convocou a terem fé em Deus.
Começaram a disputar e argumentar com ele sobre a Verdade. Quando ele percebeu que não estavam inclinados a aceitar o Islã, ele lhes perguntou:
“Qual é a condição de Al-Husayn ibn Salam entre vocês?”
“Ele é nosso sayyid (líder) e filho de nosso sayyid. É nosso rabino e nosso alim (erudito), o filho de nosso rabino e alim.”
“Se soubessem que ele aceitou o Islã, aceitariam o Islã também?” perguntou o Profeta.
“Que Deus não permita! Ele não aceitaria o Islã. Que Deus o proteja de aceitar o Islã,” disseram, horrorizados.
Nesse momento apareci na frente deles e anunciei: “Ó assembléia de judeus! Sejam conscientes de Deus e aceitem o que Muhammad trouxe. Por Deus, certamente sabem que ele é o Mensageiro de Deus e podem encontrar profecias sobre ele e a menção de seu nome e características em seu Torá. De minha parte declaro que ele é o Mensageiro de Deus. Tenham fé nele e acreditem que ele é verdadeiro. Eu o conheço.”
“Você é um mentiroso,” gritaram. “Por Deus, você é mau e ignorante, o filho de uma pessoa má e ignorante.” E continuaram a lançar todo tido de abuso sobre mim.
Aqui termina sua própria narrativa.
Abdullah ibn Salam abordou o Islã com uma alma sedenta de conhecimento. Era devotado de forma apaixonada ao Alcorão e passou muito tempo recitando e estudando seus versículos belos e sublimes. Era profundamente ligado ao nobre Profeta e estava constantemente em sua companhia.
Passava muito de seu tempo na masjid (mesquita), engajado em adoração, aprendizado e ensino. Era conhecido por sua forma doce, comovente e efetiva de ensinar em círculos de estudo dos Sahabah (companheiros) que se reuniam regularmente na mesquita do Profeta.
Abdullah ibn Salam era conhecido entre os Sahabah como um homem das pessoas do Paraíso. Isso por causa de sua determinação em relação ao conselho do Profeta de se apegar com perseverança ao ‘suporte mais confiável’ que é a crença e a submissão total a Deus.
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