Sufismo (parte 1 de 2)

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Descrição: Um breve olhar em como o Sufismo difere e contradiz os ensinamentos do Islã.  Essa primeira parte define Sufismo, menciona suas origens e como difere do Islã no conceito de crença em Deus, crença no Profeta Muhammad (que as bênçãos e misericórdia de Deus estejam sobre ele) e crença no Paraíso e Inferno.

  • Por Abdurrahman Murad (© 2010 IslamReligion.com)
  • Publicado em 11 Oct 2010
  • Última modificação em 11 Oct 2010
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Introdução

Através de um documentário na TV ou um site belamente projetado, a maioria das pessoas já ouviu algo sobre “sufis” e “Sufismo”; programas na TV têm divulgado, anfitriões de programas de entrevista fazem menção a eles e políticos passaram a ter um forte interesse nesse grupo... basta apenas digitar a palavra “sufi” em qualquer programa de busca para ser soterrado com vídeos e fotos disponíveis.  No espaço cibernético podem-se ver imagens e vídeos de místicos e anciões sufis dançando em formas rítmicas ao som de melodias vibrantes.  Imagens perturbadoras de anciões místicos sufis furando suas cabeças com facas ou se submetendo a várias formas de tortura são muito comuns também.  Uma pessoa interessada no Islã pode ter uma idéia errada sobre o Islã e os muçulmanos, porque para o ocidente “sufis” e “Sufismo” é apenas um sinônimo de Islã e muçulmano.

A pergunta que surge é se eles são realmente muçulmanos e se estão praticando o Islã. Antes de continuar tenho que mencionar que existem muitos sites, artigos e livros que foram escritos e compilados, mas a maioria fala sobre Sufismo de forma emotiva, dando a impressão que são imparciais.  Nessa humilde empreitada tento escrever sobre “Sufismo” de maneira informativa, longe de qualquer preconceito.

Embora sejam somente uma pequena minoria, sufis podem ser encontrados em muitos países, islâmicos e não-islâmicos.  Mas contrário à crença de que o Sufismo é um “grupo”, o sufismo é dividido em “ordens”; cada um difere da outra em termos de crença e prática.  Alguns grupos são maiores que outros e alguns grupos acabaram com a passagem do tempo.  Entre os grupos sobreviventes hoje existe a ordem Tijani, a ordem Naqshabandi, a ordem Cadirita e a ordem Chatili.

Origem do Sufismo

Em sua forma inicial os ensinamentos do Sufismo salientavam que um indivíduo deve dar mais ênfase aos aspectos espirituais do Islã, como resultado de muitos perderem de vista esse grande objetivo do Islã.  Depois de um período de tempo, entretanto, anciões infames sufis introduziram práticas estranhas ao Islã que foram bem recebidas por seus seguidores.  Práticas introduzidas incluíam dançar, tocar música e até consumir haxixe.

O sábio Ibn al-Jawzi escreveu em seu livro ‘Talbis Iblis’ sobre a origem do nome usado por esse grupo, dizendo: “São chamados por esse nome em referência a primeira pessoa que dedicou sua vida à adoração ao redor da Caaba, cujo nome era Sufah.”

De acordo com isso, aqueles que queriam imitá-lo se chamavam “sufis”.

Ibn al-Jawzi também menciona outra razão: “usavam roupas feitas de lã.” Lã em árabe é chamado “soof” e roupas de lã eram o sinal de um asceta naquela época, uma vez que a lã era a forma mais barata de vestimenta e era muito áspera sobre a pele; em resumo, era um símbolo de ascetismo.  Em qualquer caso, a palavra sufi não estava presente na época do Profeta Muhammad e seus companheiros e apareceu pela primeira vez por volta do ano 200 da Hégira (200 anos depois da migração do Profeta de Meca para Medina).

Ibn Taymiyyah, o sábio bem conhecido, menciona que o primeiro surgimento do Sufismo foi em Basrah, no Iraque, onde algumas pessoas foram a extremos na adoração e no afastamento da vida mundana, como não era visto em outras terras.[1]

Então, o que é Sufismo?

O Sufismo é uma série de conceitos e práticas que passam pela pobreza, reclusão, ilusão, privação da alma, cantar e dançar; e é baseado em uma mistura de muitas religiões e filosofias diferentes, como a filosofia grega, Zoroastrismo, Budismo, Hinduísmo e também no Islã.  Frequentemente os próprios sufis ou os orientalistas se referem ao Sufismo como o “misticismo islâmico”, para dar a impressão de que o Islã é no todo ou em parte uma religião dogmática com um conjunto de rituais sem sentido.  A própria natureza do Sufismo (ou Tasawwuf) se opõe ao que um muçulmano deve acreditar, o que será explicado mais adiante quando eu fizer menção às crenças sufis em geral.

Características de um Muçulmano

Um muçulmano sempre recorre ao Alcorão e às narrações do Profeta Muhammad, que as bênçãos e misericórdia de Deus estejam sobre ele, chamada Sunnah, em questões de religião.  Deus nos diz no Alcorão:

“Não é dado ao crente, nem à crente, agir conforme seu arbítrio, quando Deus e Seu Mensageiro é que decidem o assunto. Sabei que quem desobedecer a Deus e ao Seu Mensageiro desviar-se á evidentemente.” (Alcorão 33:36)

O Profeta Muhammad enfatizou a importância de seguir o Alcorão e a Sunnah e o perigo de introduzir quaisquer inovações no Islã.  É sabido que o Profeta disse: “Aquele que fizer um ato que não está de acordo com meus comandos (ou seja, a Lei Islâmica), deve ser rejeitado.” (Saheeh Muslim)

Ibn Mas’ood (um companheiro do profeta), que Deus esteja satisfeito com ele, disse:

“O Mensageiro de Deus, que as bênçãos e misericórdia de Deus estejam sobre ele, fez uma linha reta no chão com sua mão e então disse: “Este é a senda reta de Deus.” Depois ele fez uma linha curta de cada lado da linha reta e então disse: “Em cada uma dessas linhas curtas existe um demônio convidando as pessoas para elas.” Então ele recitou o versículo do Alcorão:

“Esta é a Minha senda reta. Segui-a e não sigais as demais, para que estas não vos desviem da Minha senda.”(Alcorão 6:153)

Saheeh: relatado por Ahmad e an-Nasaae’e.

Um muçulmano, portanto, deve obedecer a Deus e Seu Mensageiro.  Esta é a autoridade mais alta no Islã.  Não se deve seguir cegamente líderes religiosos; ao contrário, como humanos devemos usar as faculdades que nos foi dada por Deus, para pensar e raciocinar.  O Sufismo, por outro lado, é uma ordem que retira da pessoa o livre pensar e o critério pessoal e a coloca a mercê do sheik da ordem... como foi dito por alguns anciões sufis, “deve-se comportar com seu sheik como uma pessoa morta se comporta ao ser lavada”, ou seja, não deve argumentar nem se opor à opinião do sheik, e deve demonstrar obediência e submissão totais a ele.

Verdadeiros muçulmanos estão satisfeitos com o nome “muçulmano” dado a eles por Deus Todo-Poderoso, como Ele diz:

“E não vos impôs dificuldade alguma na religião, porque é o credo de vosso pai, Abraão. Ele vos denominou muçulmanos, antes (nas escrituras sagradas anteriores) e neste livro (Alcorão)...” (Alcorão 22:78)

Os sufis podem insistir que são muçulmanos, mas ao mesmo tempo alguns insistem em se identificarem como sufis ao invés de como muçulmanos.

Crenças Islâmicas em um Relance: Crença em Deus

Resumidamente, um muçulmano acredita na unicidade de Deus.  Ele não tem parceiros e nada e ninguém é semelhante a Ele.  Deus, Todo-Poderoso, diz:

“Nada é igual a Ele[2], e Ele é Ouniouvinte, Onividente.” (Alcorão 42:11)

Deus é separado de Sua criação e não uma parte dela. Ele é o Criador e tudo o mais é Sua criação.

Os sufis têm uma variedade de crenças em relação a Deus, Todo-Poderoso; entre essas crenças estão as seguintes:

a)Al-Hulool: Essa crença denota que Deus, Todo-Poderoso, habita em Sua criação.

b)Al-It’tihaad: Essa crença denota que Deus, Todo-Poderoso, e a criação são uma presença única, unida.

c)Wahdatul-Wujood: Essa crença denota que não se deve diferenciar entre o Criador e a criação, porque ambos, Criador e criação, são uma entidade.

Mansur al-Hallaaj, uma figura muito reverenciada pelos sufis, disse: “Sou Aquele a Quem amo”, exclamou, “Aquele a Quem amo sou eu; somos duas almas que coabitam um corpo. Se você vir a mim, O verá e se O ver verá a mim.”[3]

Muhiyddin Ibn Arabi, outra figura reverenciadas no Sufismo, foi infame por suas declarações: “O que está sob minha vestimenta não é nada, exceto Deus,” “O servo é o Senhor e o Senhor é um servo.”[4]

Essas crenças acima contradizem fortemente a crença islâmica na unicidade de Deus, porque o Islã é um estrito monoteísmo.  Essas doutrinas cardinais sufis não estão distantes de algumas das crenças cristãs ou da crença hindu de reencarnação. S.R. Sharda em seu livro “Sufi Thought” (Pensamento Sufi) disse: “A literatura sufi do período pós-Tamerlão mostra uma mudança significativa na essência de pensamento.  É panteísta.  Depois da queda do poder da ortodoxia muçulmana no centro da Índia por aproximadamente um século, devido à invasão de Tamerlão, o Sufismo ficou livre do controle da ortodoxia muçulmana e se associou com santos hindus, que os influenciaram a uma extensão surpreendente.  Os sufis adotaram o monismo, a devoção extremada e práticas Bhakti e iogues da escola vedântica Vaishnava.  Naquela época a popularidade do panteísmo vedântico entre os sufis alcançou seu apogeu.”

Crença no Profeta de Deus

Um muçulmano acredita que o Profeta Muhammad foi o profeta final e mensageiro de Deus.  Não era divino e não é para ser adorado, mas é para ser obedecido. Não se pode adorar Deus exceto da forma que foi sancionada pelo Profeta Muhammad, que as bênçãos e misericórdia de Deus estejam sobre ele.

As ordens sufis adotam uma ampla variedade de crenças em relação ao Profeta Muhammad, que as bênçãos e misericórdia de Deus estejam sobre ele.  Entre eles existem os que crêem que ele ignorava o conhecimento que os anciões sufis possuem.  Al-Bustami, um sheik sufi, disse: “Entramos em um mar de conhecimento na margem em que os profetas e mensageiros pararam.”

Outros sufis atribuem algum tipo de divindade ao Profeta, que as bênçãos e misericórdia de Deus estejam sobre ele, dizendo que toda a criação foi criada da “luz” do Profeta Muhammad.   Alguns até acreditam que ele foi a primeira criação e que está descansando sobre o trono de Deus, que é a crença de Ibn Arabi e outros sufis que vieram depois dele.

Crença no Paraíso e Inferno

De forma resumida, os muçulmanos acreditam que o Inferno e Paraíso existem agora e são duas moradas reais.  O Inferno é onde uma pessoa pecadora será punida e o Paraíso é onde uma pessoa piedosa será recompensada.

Os sufis em geral acreditam que ninguém deve pedir a Deus que lhes garanta o Paraíso; até alegam que o Wali (guardião) não deve buscar o Paraíso, porque é um sinal de falta de intelecto.  Para eles “Paraíso” tem um significado imaterial, que é o de receber o conhecimento do oculto de Deus e se apaixonar por Ele.

Quanto ao Inferno, os sufis acreditam que ninguém deve tentar escapar dele.  De acordo com eles, um verdadeiro sufi não deve temer o Fogo.  Alguns até acreditam que se um ancião sufi cuspir sobre o Fogo ele será apagado, como Abu Yazid al-Bustami alegou.



Footnotes:

[1] Al-Fataawaa (11/6)

[2] Não existe qualquer semelhança entre o Criador e Sua criação em essência, em atributos ou ações.

[3] At-Tawaaseen de Al-Hallaj

[4] Al-Fatoohaatul-Makkiyyah & Al-Fatoohaat

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Sufismo (parte 2 de 2)

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Descrição: Alguns princípios do Sufismo, o papel do “sheik”, A Aliança, “Dhikr” e a posição do Sufismo sobre a interpretação do Alcorão; tudo contradizendo fortemente os ensinamentos do Islã.

  • Por Abdurrahman Murad (© 2010 IslamReligion.com)
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Princípios do Sufismo

“Submissão total e voluntária ao sheik” é provavelmente o lema do Sufismo.  Em um relance, é claro que um laço especial e completo é formado entre o líder da ordem sufi (o “sheik”) e o murid (seguidor); o entendimento dos princípios do Sufismo reside no entendimento de sua estrutura básica.  Sobre o que ele é?

Basicamente o seguidor faz um voto de aliança no qual se compromete a obedecer ao sheik e, por sua vez, o sheik promete livrar o seguidor de todo problema ou calamidade que recair sobre ele.  O sheik também oferece ao seguidor sincero benefícios adicionais lucrativos.  Uma vez que o seguidor concorde, ele é abençoado e lhe é designado um conjunto de Dhikr (cânticos).  O seguidor também deve viver sua vida de uma maneira especificada pela ordem sufi.  Se surgir um conflito entre seus deveres com a ordem e seus deveres externos, o seguidor deve agir de acordo com as instruções do sheik.  Dessa forma, o controle do sheik sobre o seguidor se torna absoluto.

De todas as maneiras o seguidor é separado do mundo exterior e é explorado de várias formas.  Como muçulmanos acreditamos que nenhum humano tem um poder ou habilidade especial para nos livrar das calamidades do túmulo ou da Vida Eterna.  Cada um de nós se apresentará perante Deus e será julgado individualmente.

Deus nos diz:

“Nenhuma alma receberá outra recompensa que não for a merecida, e nenhuma pecador arcará cm culpas alheias.” (Alcorão 6:164)

Também acreditamos que como muçulmanos não devemos nos submeter ou entregar a ninguém além de Deus, Todo-Poderoso.  Além do Criador, tudo o mais está sujeito a cometer erros.  O Profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, afirmou:

“Todo filho de Adão comete erros e o melhor deles é aquele que se arrepende.” (Tirmidthi)

O Sheik

Ele é a “autoridade suprema”, o líder de distribuição de “tarefas” dentro da ordem e dá a cada um dos seguidores seu Dhikhr necessário.  É a esse indivíduo que o seguidor promete obediência total e plena; consequentemente, as duas leis universais do elo sheik-seguidor entrarão em efeito:

a.     O seguidor não deve nunca argumentar com o sheik, nem pedir a ele uma prova em relação aos atos que ele faz.

b.    Quem quer que se oponha ao sheik terá quebrado a “aliança” e fica assim privado de todos os benefícios adicionais oferecidos pelo sheik, mesmo se for um amigo próximo dele.

Como muçulmanos acreditamos que todos os atos de adoração são “Tawqeefiyah”, ou seja, não é sujeito a opinião; então devem ser substanciados com evidências textuais que são autênticas e decisivas.  Deus, Todo-Poderoso, nos diz:

“Mostrai vossa prova se estiverdes certos.” (Alcorão 2:111)

Acreditamos que não existe intermediário entre Deus e Seus servos.  Dirigimos-nos a Ele diretamente.  Deus nos diz:

“E o vosso Senhor disse: Invocai-Me, que vos atenderei! Em verdade, aqueles que se ensoberbecerem, ao Me invocarem, entrarão, humilhados, no inferno.” (Alcorão 40:60)

No Sufismo considera-se o sheik como “o homem inspirado para cujos olhos os mistérios do oculto foram desvelados, porque os sheiks vêem com a luz de Deus e sabem quais pensamentos e confusões estão nos corações dos homens. Nada lhes pode ser ocultado.” [1] Ibn Arabi alegou que costumava receber revelação direta de Deus, semelhante à forma como o Profeta fazia, e suas palavras foram citadas: “Alguns trabalhos que escrevi no comando de Deus me foram enviados durante o sono ou através de revelações místicas.” M. Ibn Arabi, “The Bezels of Wisdom,” pp.3

Acreditamos que o conhecimento do oculto é restrito somente a Deus.  Quem quer que reivindique o conhecimento do oculto, mente.  Deus nos diz:

“Haverá alguém mais iníquo do que quem forja mentiras acerca de Deus, ou do que quem diz: Sou inspirado!, quando nada lhe foi inspirado?” (Alcorão 6:93)

O Profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, afirmou:

“Não forjem mentiras contra mim, porque aquele que o faz entra no Inferno.” (Saheeh Muslim)

A Aliança

Essa é uma cerimônia interessante que, de longe, é o princípio mais importante do Sufismo já que é comum entre todas as ordens sufis.  Aqui o sheik e o seguidor dão as mãos e fecham seus olhos em meditação solene.  O seguidor espontaneamente e de todo coração promete respeitar o sheik como seu líder e guia para o caminho de Deus.  Ele também promete aderir aos rituais da ordem ao longo de sua vida e nunca se afastar dela. Junto com isso o seguidor promete fidelidade completa e incondicional, obediência e lealdade ao sheik. Depois disso o sheik recita:

“Em verdade, aqueles que te juram fidelidade, juram fidelidade a Deus.” (Alcorão 48:10)

Então é dado ao seguidor seu Dhikr específico.  O sheik pergunta ao seguidor: “Aceitou-me como seu sheik e guia espiritual perante Deus, Todo Poderoso?” Em resposta, o seguidor deve dizer “aceitei” e o sheik responde dizendo “nós aceitamos.” Ambos recitam o Testemunho de Fé e a cerimônia termina com o seguidor beijando a mão do sheik.

A cerimônia inteira era desconhecida durante a vida do Profeta e as três melhores gerações que o sucederam.  O Profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, afirmou:

“Quem quer que viva depois de mim verá muitas diferenças (ou seja, inovações religiosas); então se apeguem a minha Sunnah e à Sunnah dos meus Califas Bem Guiados.” (Abu Dawood)

O Profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, também afirmou:

“Em verdade, o melhor dos discursos é o Livro de Deus e a melhor das orientações é a orientação do Profeta Muhammad e o mal de todos os assuntos religiosos são as inovações. Toda inovação (em religião) é uma bidah e cada bidah é desorientação, e toda desorientação levará ao Inferno.” (Saheeh Muslim)

O imame Malik, que Allah lhe conceda Sua Misericórdia, disse: “Aquele que introduz uma inovação na religião do Islã e a considera uma coisa boa de fato alega que Muhammad traiu (a confiança de transmitir) a Mensagem Divina.”

O Dhikr

Também é conhecido como o “Wird” e no Sufismo é a prática de repetir o nome de Deus e a repetição de um número estabelecido de invocações.  Essas invocações podem incluir suplicar aos mortos ou buscar a ajuda de outros além de Deus para necessidades que somente Deus Todo-Poderoso pode conceder.

Ahmad at-Tijani, um ancião sufi, alegou que o wird era realizado pelo Profeta Muhammad, mas que ele não o ensinou a nenhum de seus Companheiros.  At-Tijani alegou que o Profeta sabia que chegaria uma época em que o wird seria tornado público, mas a pessoa que faria isso ainda não existia.  Como consequência, os sufis acreditam que existe uma cadeia de transmissão em andamento entre o Profeta Muhammad e seu sheik atual.

O Dhikr é categorizado pelos anciões sufis em três categorias:

A.    Dhikr do homem comum, em que repetem ‘La ilaaha ill-Allah Muhammad-ur-Rasoolullah’ (ou seja, não existe outra divindade merecedora de adoração exceto Allah e Muhammad é o servo de Deus.)

B.    Dhikr da alta classe, que é repetir o nome de Deus, “Allah”.

C.    Dhikr da elite, que é repetir o pronome divino “Hu” (ou seja, Ele).

Às vezes o Dhikr é cantado em hinos melódicos com os olhos fechados, música rica pode ser tocada (para alguns isso é essencial); além disso alguns dançam perante o sheik enquanto recitam o Dhikr.  Muitas vezes o Dhikr inclui politeísmo notório (o maior pecado no Islã).  Deus nos diz:

“Já te foi revelado, assim como aos teus antepassados: Se idolatrares, certamente tornar-se-á sem efeito a tua obra, e te contarás entre os desventurados.” (Alcorão 39:65)

Interpretação do Alcorão

No Sufismo estudar a exegese do Alcorão ou ponderar sobre os significados de seus versículos é desencorajado e, às vezes, até proibido.  Os sufis alegam que todo versículo do Alcorão tem um significado manifesto e um significado interior.  O significado interior é conhecido somente pelos anciões sufis.  Com base nisso os sufis introduziram conceitos e palavras que são totalmente estranhos aos ensinamentos do Islã.

No Alcorão, Deus Todo-Poderoso nos encoraja a entender corretamente Suas palavras.  Deus nos diz:

“(Eis) um Livro Bendito, que te revelamos, para que os sensatos recordem os seus versículos e neles meditem.” (Alcorão 38:29)

A exegese do Alcorão é realizada pelo estudo do Alcorão junto com a Sunnah; essas duas fontes da lei islâmica devem ser consideradas uma unidade integral.  Compreendemos e interpretamos o Alcorão e a Sunnah da forma que foram compreendidos pelas primeiras gerações.

Conclusão

Como pode ser visto do que foi mencionado acima, o Sufismo difere de forma muito drástica do verdadeiro espírito do Islã.  O Sufismo inculca no seguidor a vontade de parar de usar as faculdades básicas dadas a ele por Deus, o Criador do mundo, e a se submeter a uma forma de escravidão.

O Islã, por outro lado, é muito simples; não há necessidade de intermediários ou quaisquer santos entre o homem e Deus e só se deve submeter e entregar a Deus, Todo-Poderoso.

                                                                                                                        



Footnotes:

[1] Saif an-Nasr, Seera of Hamidiyyeh, 1956

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