Sana, ex-cristã, Egito (parte 2 de 2): O poder do Alcorão

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Descrição: Uma menina cristã tradicional encontra respostas para suas perguntas no Alcorão, mas enfrenta muitas dificuldades com os amigos e a família após a conversão.

  • Por Sana (traduzido por Samy Akl)
  • Publicado em 03 Mar 2014
  • Última modificação em 03 Mar 2014
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Pobre Melhor

Minhas mãos tremeram mais ainda e meu rosto ficou suado.  Senti um arrepio em todo o meu corpo.  Estava surpresa com essa sensação. Tinha ouvido o Nobre Alcorão com frequência nas ruas, na TV, no rádio e na casa de meus amigos muçulmanos, mas nunca tinha tido esse sentimento antes.  Queria continuar lendo, mas parei ao ouvir o som da chave de meu marido abrindo a porta do apartamento.  Rapidamente escondi o Alcorão Sagrado e corri para encontrar meu marido.  No dia seguinte fui para o trabalho com um número enorme de perguntas em minha mente.  O versículo que li colocava um fim à dúvida inquietante sobre a natureza de Jesus, que a paz esteja sobre ele.  Ele é filho de Deus, como alegado pelos padres?!! - glorificado seja Deus, Que está acima de todo o mal que associam a Ele! - ou um profeta digno como descrito no Alcorão?  O versículo removeu o nevoeiro que declara que Jesus, que a paz esteja sobre ele, é um ser humano.  Portanto, ele não é filho de Deus, porque Deus, o Todo-Poderoso:

“Não gerou e nem foi gerado.E ninguém é comparável a Ele!”

Pensei profundamente sobre uma saída depois de conhecer a verdade eterna de que não existe divindade merecedora de adoração exceto Deus e que Muhammad é Seu mensageiro.  Podia declarar minha adoção do Islã?  Qual seria a reação e atitude de meus parentes e marido?  Além disso, qual seria o futuro dos meus filhos?  Essas perguntas preocupavam tanto minha mente que eu mal conseguia fazer meu trabalho.  Dar o primeiro passo talvez me expusesse a grandes perigos, o menor deles ser morta por meus parentes, marido ou igreja.

Por semanas, me mantive afastada das pessoas.  Meus colegas costumavam me ver como uma funcionária ativa.  Desde o dia em que abri o Nobre Alcorão, mal podia fazer meu trabalho.  Por fim, chegou o dia esperado.  Naquele dia me livrei de todas as dúvidas e temores e fui das trevas da descrença para a luz da fé.  Enquanto estava sentada no trabalho aquele dia pensando sobre o que tinha me determinado a fazer, ouvi o chamador para a oração convidando os muçulmanos a encontrar seu Senhor e fazer a oração de Dhuhr.  A voz do chamador penetrou em toda a minha alma.  Senti o alívio espiritual que buscava.  Naquele momento percebi a gravidade de meu pecado da descrença, ignorando o grande chamado de Iman (fé) dentro de mim.  E, assim, sem hesitação, me levantei e declarei: “Testemunho que não existe divindade merecedora de adoração exceto Deus e que Muhammad é Seu mensageiro.”

Completamente atônitos, meus colegas correram para mim com lágrimas de felicidade em seus rostos, para me parabenizar.  Minha resposta foi cair no choro, pedindo a Deus para me perdoar e ficar satisfeito comigo.  As notícias se espalharam em todos os cantos do Escritório geral da cidade.  Quando meus colegas cristãos ouviram as notícias, voluntariamente informaram minha família e marido.  Também começaram a espalhar boatos em relação às razões diretas de minha decisão.  Não prestei atenção a isso.  A coisa mais importante para mim era anunciar meu Islã oficialmente.  Fui para a sede central da polícia e concluí o assunto oficialmente (como faz alguém que se converte ao Islã no Egito).  Voltei para casa para descobrir que assim que meu marido ouviu a notícia, reuniu os parentes dele, queimou todas as minhas roupas e pegou todo o dinheiro, joias e mobiliário que eu tinha.  Aquilo me magoou.  Mas o que me magoou mais foi ele manter meus filhos longe de mim.  Fez isso para me forçar a voltar para as trevas da infidelidade.  Senti muito pelos meus filhos e temia que se crescessem dentro das igrejas, acreditando na trindade, terminariam no inferno com o pai.

Supliquei a Deus para devolver meus filhos para mim, para que eu pudesse educá-los islamicamente.  Deus me atendeu.  Um senhor muçulmano me mostrou como reivindicar a custódia de meus filhos.  Fui ao tribunal apresentar o caso perante o juiz e introduzir meu certificado de declaração do Islã.  A corte apoiou a verdade.  O juiz convidou meu marido oficialmente e deu a ele essas duas escolhas: Aceitar o Islã ou os laços matrimoniais entre nós terminariam de acordo com a legislação islâmica: Não é permitido que uma muçulmana se case com um não muçulmano.  Meu marido arrogantemente escolheu não aceitar a verdadeira religião.  Como resultado, o juiz declarou nossa separação e me deu o direito de custódia sobre os meus filhos.  Nesse caso, quando as crianças não atingiram a idade da razão, a lei designa o pai ou mãe muçulmano como custodiante.

Pensei que meus problemas tivessem acabado.  Ainda assim, estava incomodada com os maus tratos de meu ex-marido e seus familiares.  Começaram a espalhar boatos para destruir minha autoconfiança e a me difamar.  Também tentaram convencer outras famílias muçulmanas de não me ajudarem ou socializarem comigo.  Apesar de todas essas circunstâncias desagradáveis, permaneci forte, aderindo à minha fé e superando cada tribulação para me afastar da verdadeira religião.  Elevei minhas mãos em súplica a Deus, o Dono da terra e dos céus, para me conceder o poder de enfrentar essa dificuldade e facilitar minha vida.  Deus, o Próximo, o Mais Generoso, me atendeu.  Uma muçulmana viúva que tinha quatro filhas e um filho simpatizou comigo e admirou minha atitude corajosa.  Embora ela fosse pobre, tinha um grande caráter e me ofereceu seu filho único, Muhammad, que ficou viúvo após a morte da esposa.

Vivo feliz hoje com meu marido muçulmano, sua família e meus filhos.  Apesar da vida dura que levamos, me sinto contente, satisfeita e feliz.  O ressentimento do meu ex-marido e a hostilidade de minha família cristã não me impediram de fazer súplicas contínuas a Deus para guiá-los para a religião correta e cobri-los com Sua misericórdia, assim como Ele, o Todo-Poderoso, fez comigo.

Para Deus nada é difícil.

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