Maria, Ex-Católica, EUA (parte 2 de 2) Experiência Islâmica
Descrição: Sua visão após experimentar que Deus é a única realidade.
- Por Maria
- Publicado em 03 Feb 2014
- Última modificação em 03 Feb 2014
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Voltando para casa - Meus quarenta anos e para sempre
Li sobre os princípios do Islã. Faziam sentido para mim, sem contradições. As descrições da maneira islâmica de vida, as funções dos homens e das mulheres na sociedade como complementares, ao invés de competitivos, eram muito lógicas. Depois de ler isso entendi que o que sentia instintivamente sobre mim mesma como mulher era, de fato, fiel à minha verdadeira natureza. Ao invés de me sentir menosprezada, me senti elevada, não apenas como mulher, mas como membro da raça humana. Comecei a sentir meu verdadeiro eu pela primeira vez em minha vida. Comecei a ter a sensação de que estava voltando para casa. Li o Alcorão. Embora não no original em árabe, descobri que simplesmente ler os versículos em inglês me enchia com uma enorme sensação de paz e calma, da maneira mais gentil. Os próprios versículos respondiam muitas questões que tive ao longo da minha vida, mas para os quais nunca consegui uma resposta clara. Lendo o Alcorão comecei a perceber que esse livro devia ser o trabalho e a palavra de Deus, por causa de sua lógica impecável e seu efeito sobre mim. Aprendi que essa é uma das qualidades do Alcorão, certa “barakah” ou graça que tem um efeito calmante sobre a alma humana.
Logo depois fiz uma cirurgia com a esperança de que, talvez, pudesse ter um filho. A cirurgia correu bem, mas minhas chances de ter um filho continuavam mínimas, quase nulas. Nessa época estava lendo o Alcorão regularmente e tentando aprender mais sobre o Islã. Fazia perguntas constantemente e imergi na atmosfera do Islã - amava ouvir as chamadas para as orações diárias em cada rua e um dia pedi a meu marido para me levar a Al-Azhar, o renomado centro de aprendizado islâmico, para visitar a mesquita. Tinha visto essa mesquita na TV e me sentia curiosamente atraída por ela. Então, um dia fui. Estava calmo. Caminhei, li o Alcorão e sentei silenciosamente por um tempo. Foi um excelente e pacífico momento. Depois partimos. Na metade da rua parei e olhei ao redor - queria ter certeza de que meus pés tocavam o chão, porque não podia sentir a calçada sob meus pés. Sentia como se estivesse caminhando no ar... esse é o efeito do Islã sobre mim - o sentimento de leveza foi traduzido literalmente.
Tive tantas experiências incomuns durante essa época, muitas apenas coisas momentâneas, que comecei verdadeiramente a acreditar em meu coração que Deus estava, de fato, comigo e próximo a mim. O melhor de tudo no sentido humano foi que no ano seguinte tivemos uma bela filha - um verdadeiro presente de Deus. Até a médica que havia realizado a cirurgia ficou surpreso. Foi a primeira vez que ela havia realizado esse tipo de cirurgia e não tinha como prever o resultado, exceto que as chances eram pequenas. (Deus estava comigo até naquele momento).
Mudamos para os EUA e nossa filha nasceu no outono, 4 meses depois de nossa chegada. No ano seguinte voltamos para o Egito para que a família de meu marido pudesse encontrar essa maravilhosa adição à nossa família. Antes de partirmos, decidi que era hora de oficialmente me tornar muçulmana - Deus havia me mostrado tantos sinais que sabia que era o caminho claro para mim. E assim, de volta ao Egito, fui a Al-Azhar declarar que “Não há divindade exceto Deus (Allah) e Muhammad é Seu mensageiro.” Agora estou nos meus quarenta anos e olhando para trás, particularmente os últimos 10 anos, vejo a mão de Deus em todas as centenas de incidentes e eventos pelo caminho. Como alguém sempre buscando a Verdade, boa ou má, encontrei, por meio de experiência pessoal, que Deus é A ÚNICA REALIDADE. Só precisamos abrir nossos olhos, ouvidos e corações para reconhecer a Verdade:
“Nós os faremos ver Nossos sinais nos horizontes e neles mesmos, até que se torne evidente, para eles, que o Alcorão é a verdade. Acaso não basta teu Senhor, Que é Testemunha de tudo? Não é certo que estão em dúvida quanto ao comparecimento ante o seu Senhor? Acaso não é verdade que Deus abrange tudo?” (Alcorão 41:53-54)
Descobrir o Islã tem sido como descobrir um tesouro - um tesouro de valor ilimitado. Por causa do Islã encontrei a mim mesma. Através de experiência concreta descobri que Deus existe; que Ele é gentil, amoroso, misericordioso e sempre atento a mim. Encontrei clareza, significado e direção clara em minha vida. Deus me deu tanto, incluindo uma família além dos meus sonhos, que ressoa perfeitamente com os desejos mais profundos de meu coração e alma, como só Ele pode prover da maneira mais perfeita. Tenho tranquilidade e paz de espírito somente quando bebo profundamente do Islã e do Alcorão, uma bebida curativa maravilhosa que apenas Deus pode prover da maneira mais perfeita. A maior dádiva de Deus para mim foi ter tocado minha alma e me deixado sentir Sua gentileza, bondade amorosa e misericórdia. Pela graça de Deus, estou me tornando al-mahdayah, a corretamente guiada. Para nos tornarmos os melhores, mais produtivos e misericordiosos seres humanos que podemos ser, Deus nos enviou Sua mensagem final para a humanidade da maneira mais perfeita - a maneira do Islã, o caminho da paz. Minha experiência pessoal com o Cristianismo me deixou um sentimento de vazio por tanto tempo que não pude reconhecer seu valor. Entretanto, o Islã nos ensina que o Judaísmo, o Cristianismo e o Islã vêm todos de Deus, cada um com uma mensagem enviada por Deus e, portanto, todos são merecedores de respeito. Embora tenha nascido no Cristianismo, o Islã é o caminho verdadeiro para a minha alma. Como agora estou firmemente fundamentada em minha relação com Deus, descobri que também posso apreciar outras tradições, a partir da perspectiva do Islã. Não há conflito interno, porque voltei para casa.
“Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso
Todos os louvores são para Deus, o Senhor de todos os
Mundos,
o Misericordioso, o Perdoador,
o Soberano do Dia do Juízo.
Só a Ti adoramos e só de Ti imploramos ajuda!
Guia-nos à senda reta,
à senda dos que agraciaste,
não à dos abominados, nem à dos extraviados.” (Alcorão
1:1-7)
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