Capítulo 5, Al-Maidah (A Mesa Servida) (Parte 1 de 3)
Descrição: Um breve comentário do capítulo 5 do Alcorão. Discute comida, caça, os compromissos assumidos pelos judeus e cristãos, a vida futura, e a ceia de Jesus.
- Por Imam Mufti (© 2018 IslamReligion.com)
- Publicado em 23 Jul 2018
- Última modificação em 25 Jun 2019
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Introdução
O capítulo relata a comida, e um tema central é a regulamentação de lícito e ilícito, obediência ao que é considerado como parte da promessa entre Deus e os crentes. Também fala sobre caça por comida durante a peregrinação. Deus tinha recebido as promessas dos judeus e cristãos e o capítulo lida com o que fizeram com suas promessas. Algumas passagens lidam com a vida futura e o veredito dos mensageiros no comportamento de suas comunidades. Jesus é mencionado quando seus discípulos pediram que ele orasse a Deus e sua renúncia a qualquer alegação de divindade.
Versículos 1-6 Legislação de contratos, oferendas a Deus, os peregrinos, e meses invioláveis, comida, banho ritual, ablução e ablução seca
Cumpri vossas obrigações.
Está-vos vedada a caça, sempre que estiverdes consagrados à peregrinação. E quando tiverdes deixado os recintos sagrados, caçai, então, se quiserdes. Não deixe que o ódio por algumas pessoas vos impulsione a violar a lei. Ajudem uns aos outros a fazer o que é certo e não se ajudem mutuamente no pecado.
Estão proibidos de comer carniça, sangue, porco, carne de qualquer animal que outro nome além do de Deus tenha sido mencionado e qualquer coisa sacrificada em altares. Além disso, qualquer animal permitido que for estrangulado, ou vítima de um golpe violento ou queda, ou é chifrado ou atacado por um animal de caça, também é proibido, a menos que sejam capazes de abatê-lo antes de sua morte.
Hoje, completei a Religião para vós; tenho-vos agraciado generosamente e vos aponto o Islã por Religião. E quem sem intenção de pecar, se vir compelido a (alimentar-se do vedado), saiba que Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo.
O alimento dos judeus e cristãos é lícito para vós, assim como o vosso é lícito para eles. Está-vos permitido casardes com as castas judias e cristãs, não para tomá-las como amantes ou em segredo.
Deus não deseja impor-vos carga alguma; só quer purificar-vos e agraciar-vos, para que Lhe agradeçais.
Versículos 7 - 32 Aliança de Deus, favores, e comando para fazer justiça, algumas condições do Povo do Livro, a experiência de Moisés com os judeus, os dois filhos de Adão, e a inviolabilidade da alma humana
A fé é o voto que une Deus e Seus súditos. O súdito promete que permanecerá consciente de Deus em sua vida e Deus garante que será o guardião de Seu súdito neste mundo e na vida futura. O súdito de Deus deve provar o seu cumprimento dos votos de duas formas.
Primeiro, deve ser perseverante no caminho de Deus. Em toda ocasião, deve dar a resposta esperada de um súdito a seu Senhor. Quando observa o universo, sua mente deve ser preenchida com a percepção da glória e poder de Deus. Quando olha para si mesmo, deve perceber que sua existência é inteiramente devido à graça de Deus e Sua misericórdia. Se suas emoções irrompem, devem entrar em erupção em nome de Deus. Se sua atenção está focada em alguém, que seja sobre Deus. Seus medos devem ser ligados a Deus. A recordação de Deus deve estar em sua mente. Deve ser dado à oração e obediência a Deus e dispender seus bens pela causa de Deus.
Segundo, para o cumprimento da promessa o súdito de Deus deve ser justo em seus negócios com seus semelhantes. Justiça significa aplicar a uma pessoa o tratamento que ela merece - nem mais, nem menos. Em seus negócios, deve seguir os ditames de justiça e não seus desejos. Deve ser vinculado por este princípio, na medida em que deve aderir à justiça mesmo quando lidar com seus inimigos; mesmo quando memórias amargas e queixas são passíveis de desviá-lo do caminho da justiça.
Uma promessa foi feita com os filhos de Israel por seu profeta de que levariam uma vida religiosa, e doze chefes de doze tribos foram nomeados para vigiá-los. A promessa do Filhos de Israel era que seriam religiosos oferecendo a salat (a oração), que se encarregariam dos direitos dos outros na forma do zakat (caridade obrigatória), se alinhando com Deus no apoio a Seus profetas e dispendendo seus bens na luta pela religião de Deus. Somente depois disso e de ter estabelecido um sistema coletivo entre si para assegurar o cumprimento contínuo desses deveres que tiveram direito a companhia e apoio de Deus. Alcança-se o Paraíso pela realização de boas ações e não devido a qualquer relacionamento racial.
O Povo do Livro se desviou por omitir alguns ensinamentos da religião através de distorção ou má interpretação deliberadas. Também impuseram sobre si mesmos restrições que não tinham sido ordenado por Deus.
Considerar qualquer comunidade como favorita de Deus é um pensamento sem sentido. Todos terão sua recompensa diante de Deus de acordo com seus atos. O futuro de cada homem será decidido com base em seu desempenho nesse mundo de testes e tribulações. Nem o Paraíso e nem o Inferno são o lugar de nascimento de qualquer comunidade.
Caim foi instruído por um corvo a como enterrar o cadáver sob o solo. Isso indica que o homem tinha menos conhecimento do que os animais sobre as formas da natureza.
Quando uma pessoa mata outra, é a assassina não só de uma pessoa, mas de todos os seres humanos porque infringe a lei do respeito pela vida humana, da qual depende a vida de todos os seres humanos.
Capítulo 5, Al-Maidah (A Mesa Servida) (Parte 2 de 3)
Descrição: Um breve comentário do capítulo 5 do Alcorão. Discute comida, caça, os compromissos assumidos pelos judeus e cristãos, a vida futura, e a festa de Jesus.
- Por Imam Mufti (© 2018 IslamReligion.com)
- Publicado em 30 Jul 2018
- Última modificação em 25 Jun 2019
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Versículos 33-40 Punições ordenadas, punição para assalto em estradas, temer a Deus e se aproximar Dele versus incredulidade, punição para roubo e arrependimento,
O princípio sobre o qual Deus criou o sistema desse mundo é que todos devem desempenhar seu dever e ninguém deve interferir desnecessariamente na esfera de outros. Os seres humanos receberam instruções claras através de profetas, mas lhes foi concedido livre arbítrio para agirem corretamente ou se rebelar. Aqueles que declaram guerra contra Deus e Seu profeta são terríveis criminosos. Essas pessoas engajam em atos de terrorismo. Para eles existe uma terrível punição nesse mundo e um fogo consumidor na Outra Vida.
A maior realização para o homem é a proximidade com Deus. O caminho para alcançar essa proximidade é através de taqwa (temor a Deus ou piedade), ou seja se tornar um devoto ou adorador de através do temor a Deus e se empenhando pela Sua causa. Tem que submeter seu ego, tolerando toda dificuldade e desagrado; se move na direção de Deus.
O sistema punitivo no Islã para crimes sociais tem dois aspectos específicos: um é a punição por um crime do homem e o outro é o efeito dissuasor daquela punição. Entretanto, se o criminoso está realmente arrependido, busca perdão de Deus e se abstém completamente de tais delitos no futuro, e então Deus pode perdoá-lo na Outra Vida.
Versículos 41-50 Obrigação de julgar pelo o que Deus revelou, judeus e a Torá, Jesus e o Evangelho, Muhammad e o Alcorão
Em Medina havia dois tipos de pessoas que se opuseram a missão islâmica - os hipócritas e os judeus. Os hipócritas, sentindo que a missão islâmica real era prejudicial para seu sucesso e propósitos, apenas fingiram terem adotado o Islã. Os judeus por sua parte, sentiam que a missão islâmica os estava tirando de sua posição. Portanto, juntaram as mãos em uma campanha contra o Islã. Costumavam distorcer o significado das palavras do profeta para difamá-lo e a sua missão. A atitude deles era aceitar somente o que se adequava aos seus interesses. Essas pessoas abandonaram Deus e Deus as abandonou.
O servo de Deus, que surgiu com a mensagem da verdadeira religião de Deus, não deve ser desencorajado pela oposição. A atividade contra Deus nunca pode ser bem sucedida.
Alguns sábios religiosos antigos costumavam dar decretos e opiniões falsos depois de receberem subornos. Entretanto, uma forma pior de corrupção é a distorção das provisões da religião por oportunistas adequando-as aos gostos populares, para terem honra e glória conferidas pela admiração do público e receberem contribuições e ofertas de todos.
Os antigos líderes judaicos tinham se tornado um centro de atração para o povo distribuindo esse tipo de religião. Elevar a voz da verdade parecia intolerável a eles, já que isso representava a demolição da estrutura de seus interesses. Queriam espalhar notícias ruins sobre ele por interesse e suas próprias adições.
O propósito do Livro de Deus era guiar as pessoas para o caminho do bem-estar eterno e tirá-las da escuridão da adoração do desejo para a luz da adoração verdadeira. O temente a Deus considera o Livro de Deus como um pacto sagrado entre Deus e Seus súditos e sabe que não pode aumentar em benefícios confere ou diminuir de qualquer forma o rigor de suas leis.
Em conexão com justiça é a exigência da lei islâmica que suas normas devam ser aplicadas, sem considerar o status de qualquer indivíduo. Às vezes a violência de um homem não é o resultado de intenção maliciosa, mas ocorre acidentalmente sob a influência do estresse emocional. Sob tais circunstâncias, se a vítima perdoa o criminoso isso será considerado um ato de magnanimidade.
Com a passagem do tempo, a realidade interna de religião foi perdida e rituais públicos e cerimônias formais assumiram a força da realidade interna, eventualmente se tornando "sagrados". Foi por isso que Deus mudou a estrutura externa de tempos em tempos, para que essa mentalidade de considerar a estrutura como a substância real da religião fosse erradicada e somente Deus fosse o centro de atenção.
Os portadores das escrituras anteriores não puderam preservá-las em sua forma original, portanto, Deus revelou o Alcorão, a expressão autêntica de Sua vontade.
Versículos 51-86 Os aliados dos muçulmanos são Deus, Seu Mensageiro e os verdadeiros crentes, práticas e crenças do Povo do Livro, exceder os limites na religião e seguir caprichos, um exemplo positivo e negativo
As pessoas verdadeiramente fiéis são aquelas que têm todo o seu ser permeado pela Fé e desenvolvem uma relação com Deus ao nível do amor. A realização dos objetivos islâmicos é muito clara para elas e não há nada, exceto simpatia e bondade em seus corações para com seus irmãos no Islã. A vida islâmica é de propósito e luta. É a missão de um muçulmano transmitir a religião de Deus para as pessoas, orientando o mundo a ficar longe do caminho que leva ao Inferno e a trilhar o caminho para o Paraíso.
Aqueles que reivindicam com base em uma religião pessoal terem um monopólio de devoção a Deus desenvolvem extrema aversão a isso e perdem todo o senso de racionalidade. O resultado é que consideram os muçulmanos puros como criminosos e são flagrantemente injustos.
O que impede um homem de seguir os ditames de seus desejos é sua fibra moral. Quando a obstinação e a inimizade o dominam, sua capacidade de pensar se torna reprimida e não há nada para combater a pressão de seus desejos.
Havia dois tipos de judeus proeminentes, os rabinos e os homens "sagrados", que permaneciam ocupados no trabalho da religião. O segredo de sua liderança era sua apresentação de uma versão popular da religião, ao invés de a verdadeira religião favorecida por Deus. A religião favorecida de Deus é aquela de taqwa. Em outras palavras, um homem deve viver na sociedade de uma forma que faça boas ações e se abstenha de pecado.
A ideia de que Deus é pobre com Mãos vazias e Seus súditos são ricos é falsa. A raiz de toda imprudência é a bravata irresponsável do homem. Mas um homem que teme a Deus imediatamente entende o poder que emana Dele, e sua bravata desaparece.
Por ilusão os membros da comunidade judaica foram convencidos de sua salvação diante de Deus. O que tem peso com Deus é executar Seus comandos e fundamentar a vida na Sua religião.
Capítulo 5, Al-Maidah (A Mesa Servida) (Parte 3 de 3)
Descrição: Um breve comentário do capítulo 5 do Alcorão. Discute comida, caça, os compromissos assumidos pelos judeus e cristãos, a vida futura, e a ceia de Jesus.
- Por Imam Mufti (© 2018 IslamReligion.com)
- Publicado em 06 Aug 2018
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Versículos 87-108 Coisas boas que Deus tornou lícitas, regras sobre juramentos, vinho, jogo e outras práticas proibidas, caça, orientações para os crentes, testemunho na hora da herança
Proibir as coisas boas que Deus permitiu não é um sinal de piedade. Ser excessivo é desagradável a Deus, mas consumir boa comida com moderação é perfeitamente aceitável. Deus não nos pede contas por quebrar juramentos impensados.
Deus proíbe bebidas alcoólicas, jogos e divinização aos crentes e os chama de atos de Satanás.
Deus pede que O obedeçamos e ao Seu mensageiro e para estarmos atentos, mas se as pessoas optarem por não prestar atenção, então o mensageiro só tem que transmitir claramente a mensagem. Aqueles que creem e fazem boas ações não podem ser responsabilizados pelo que consumiram no passado, desde que estejam conscientes de Deus, tenham crença adequada e sigam-na com boas obras. Afinal, Deus ama aqueles que fazem o bem.
Ninguém tem permissão para caçar enquanto realiza peregrinação a Meca. Qualquer um que mate uma caça intencionalmente deve expiação por isso. Pescar e comer frutos do mar é, contudo, permitido. Deus é misericordioso e, ao mesmo tempo, severo em punição.
O dever do profeta Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, é transmitir a mensagem, não forçar as pessoas a aceitá-la. O bem e o mal não são a mesma coisa. Questionamento demasiado pode dificultar as coisas; o silêncio de Deus às vezes é por Ele ser indulgente e tolerante.
Quando pedido que se rendam à revelação de Deus, é dito às pessoas que usem sua razão, mas elas tendem a seguir o caminho de seus antepassados. Você é responsável por si mesmo, se acredita.
Deixe um testamento antes da morte.
Versículos 109-120: Questionando os mensageiros no Dia da Ressurreição sobre as respostas das pessoas, lembrete de milagres de Jesus e a história da mesa, diálogo entre Jesus e Seu Senhor no Dia da Ressurreição, boas consequências dos verazes
Essa passagem visa estabelecer a verdade sobre Deus e a servitude a Ele, como concebida pelo Islã. Essa verdade é apresentada através de uma grande cena retratada na qual Jesus fala na frente de todos os mensageiros de Deus e do resto da humanidade. O capítulo apresenta essa verdade em uma cena vívida tirada do Dia do Juízo, da mesma forma que o Alcorão apresenta várias cenas daquele grande Dia. Em todas essas apresentações, a imagem é retratada de uma forma inspiradora, vívida e eficaz que quase a vemos diante de nossos próprios olhos. Ouvimos o que está sendo dito e sentimos todas as reações e respostas.
Deus pedirá aos profetas que enviou às pessoas quanto à resposta que receberam. Jesus será lembrado dos favores e milagres que realizou com a permissão de Deus: falar às pessoas ainda no berço, conhecimento do Livro, a Torá e o Evangelho e a sabedoria, fazer pássaros de barro que se tornariam vivos quando Jesus soprava dentro deles, cura do cego e do leproso, ressuscitar os mortos, proteção quando tentaram prejudicá-lo ao mostrar sinais, os discípulos que acreditaram nele e se devotaram a Deus.
Os discípulos pediram a Jesus que suplicasse a Deus para enviar uma mesa para eles do céu. Jesus os avisou, ao que responderam que simplesmente desejavam comer e ter seus corações tranquilizados que o que lhes contou era verdade e testemunharem isso. Jesus então orou ao Senhor para enviar uma mesa do céu. Deus aceitou a súplica de Jesus, mas advertiu que qualquer um que descresse depois de ver o sinal receberia uma punição exemplar.
No Dia Final, Deus perguntará a Jesus se exigiu que as pessoas o adorassem e a sua mãe, Maria, em seu ministério terreno. Deus sabe muito bem o que Jesus disse às pessoas. Mas esse interrogatório preocupante naquele Dia temeroso é destinado a outras pessoas e não a quem é dirigido.
Jesus declarará inocência e dirá que nunca exigiu isso e não tinha relação com pedir às pessoas que o adorassem. Se o tivesse feito Deus saberia, porque Ele conhece tudo que está oculto. A resposta de Jesus está carregada de reverência e temor. Começa glorificando Deus e prossegue com uma negação absoluta de quaisquer pensamentos ou de quaisquer reivindicações. Jesus declarará que não disse nada a sua comunidade, além de pedir que adorassem somente a Deus e afirmando que, como eles, não era mais que o servo de Deus. Então, negará qualquer responsabilidade pelo que fizeram depois do fim de seu tempo na terra. Jesus concluirá deixando o destino de seu povo absolutamente para Deus, afirmando ao mesmo tempo, que são Seus servos e à Sua disposição. Deus pode perdoá-los ou puni-los. Quer Ele decida em uma direção ou outra, essa decisão é baseada em Sua sabedoria.
"Esse é o Dia em que os verazes se beneficiarão de sua veracidade." Essa é a palavra de Deus no final daquele interrogatório, observado por todas as criaturas. É a palavra final e decisiva. É associada à recompensa que a veracidade e os que são verdadeiros merecem.
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