Diane Charles Breslin, Ex-Católica, EUA (parte 1 de 3)
Descrição: Uma católica estrita perde a fé após ler a Bíblia, mas sua fé contínua em Deus a leva a explorar outras religiões.
- Por Diane Charles Breslin
- Publicado em 04 Jan 2009
- Última modificação em 07 Jan 2009
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Quando me perguntam como eu me tornei muçulmana eu sempre respondo que eu sempre me senti uma crente no ÚNICO, mas eu só percebi o que isso significava quando eu li sobre uma religião chamada Islã e um livro chamado Alcorão.
Mas deixem-me primeiro começar com uma breve sinopse de meu histórico predominantemente católico irlandês tradicional.
Eu Era de Fato Católica
O meu pai deixou o seminário após três anos de treino como um missionário. Ele era o mais velho de treze filhos, todos nascidos e criados na área de Boston. Duas de suas irmãs se tornaram freiras, como sua tia materna. O irmão mais novo do meu pai também estava no seminário, e o abandonou após nove anos, pouco antes de fazer seus votos finais. A minha avó acordava na alvorada para se vestir e ir até à igreja local para a missa da manhã, enquanto o resto da casa dormia. Eu lembro dela como uma mulher muito severa, gentil, justa, forte e profunda – algo nada usual naquela época. Eu tenho certeza que ela nunca ouviu falar do Islã, e que Deus a julgue de acordo com as crenças que ela mantinha em seu coração. Muitos que nunca ouviram falar do Islã oram para o Único por instinto, embora tenham herdado rótulos de várias denominações de seus ancestrais.
Eu estava inscrita em um jardim de infância católico aos 4 anos e passei os 12 anos seguintes de minha vida cercada por fortes doses de doutrinação trinitária. As cruzes estavam em todo lugar, o dia todo – nas próprias freiras, nas paredes da sala de aula, na igreja que freqüentávamos quase diariamente, e em quase todo cômodo da minha casa. Sem mencionar as estátuas e figuras sagradas – em todo lugar que você olhasse havia Jesus ainda bebê e sua mãe, Maria – algumas vezes felizes, outras vezes tristes, mas sempre classicamente brancos e com feições anglo-americanas. Uma variedade de figuras de anjos e santos estavam presentes, dependendo do feriado que se aproximava.
Eu tenho memórias vívidas de pegar lilases e lírios-do-vale de nosso jardim para fazer buquês que eu colocava no vaso na base da nossa maior estátua da Virgem Maria, no corredor próximo ao meu quarto. Ali eu me ajoelhava e orava, desfrutando do agradável aroma de flores frescas e serenamente contemplando o quão adorável era o longo cabelo castanho de Maria. Eu posso afirmar sem sombra de dúvidas que eu nunca orei PARA ELA ou senti que ela tivesse quaisquer poderes para me ajudar. O mesmo era verdadeiro quando eu segurava o meu rosário à noite na cama. Eu repetia as súplicas rituais do Pai Nosso e da Ave-Maria e o Glória ao Pai, tudo enquanto olhava para cima e dizia do fundo do meu coração – eu sei que só Tu existes, o Todo-Poderoso - eu só estou dizendo isso porque é tudo que eu aprendi.
No meu aniversário de doze anos a minha mãe me deu uma Bíblia. Como católicos nós não éramos encorajados a ler qualquer coisa exceto o nosso Catecismo de Baltimore, sancionado pelo Vaticano. Qualquer introspecção comparativa era negada e desacreditada. Ainda assim eu lia fervorosamente, procurando conhecer o que eu esperava ser uma estória sobre o meu criador. Eu fiquei ainda mais confusa. Esse livro era obviamente o trabalho de homens, complicado e difícil de entender. Mas era tudo que estava disponível.
Eu parei de freqüentar a igreja no meio da minha adolescência, como era a norma para a minha geração, e quando eu cheguei aos vinte anos, eu basicamente não tinha uma religião formal. Eu li muito sobre Budismo, Hinduísmo e até tentei a igreja Batista local por alguns meses. Elas não foram suficientes para prender a minha atenção, as primeiras eram muito exóticas e a última muito provinciana. Ainda assim através dos anos em que não pratiquei formalmente, não se passava um dia que eu não "conversasse com deus" especialmente quando eu ia dormir, sempre para agradecer por todas as bênçãos e pedir ajuda para qualquer problema que estivesse passando. Era sempre o mesmo ÚNICO a quem eu me dirigia, certa de que Ele estava ouvindo e confiante em Seu amor e proteção. Ninguém nunca me ensinou algo a esse respeito; era puro instinto.
Diane Charles Breslin, Ex-Católica, EUA (parte 2 de 3)
Descrição: As leituras de Diane sobre o Islã a fizeram amar novamente Jesus e Maria, mas um amor verdadeiro sob uma nova luz.
- Por Diane Charles Breslin
- Publicado em 04 Jan 2009
- Última modificação em 07 Jan 2009
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Os Outros
Foi durante a minha preparação para obtenção do meu mestrado que eu li o Alcorão pela primeira vez. Até então, como a maioria dos americanos, eu sabia “dos árabes” apenas como predadores misteriosos, prontos para atacar nossa civilização. O Islã nunca era mencionado – apenas os árabes sujos, camelos e tendas no deserto. Como uma criança na aula de religião, freqüentemente eu me perguntava quem eram as outras pessoas. Jesus caminhava em Canaã, Galiléia e Nazaré, mas tinha olhos azuis - quem eram as outras pessoas? Eu tinha um senso de que havia um elo perdido em algum lugar. Em 1967 durante a guerra árabe-israelense todos nós tivemos um primeira impressão das outras pessoas, e elas eram claramente identificadas com o inimigo pela maioria. Mas eu gostava deles, e sem razão aparente. Eu até hoje não posso explicar isso, exceto que eu compreendia que eles eram meus irmãos muçulmanos.
Eu estava com 35 anos quando li minha primeira página do Alcorão. Eu o abri com a intenção de uma pesquisada casual para me informar sobre a religião dos habitantes da região sobre a qual eu estava me especializando para o meu diploma de mestrado. Deus fez com que o livro caísse aberto na Surata al-Muminum (Os Crentes) versículos 52-54:
“Verdadeiramente, esta é a vossa nação, uma nação única, e Eu sou vosso Senhor. Então, temei-Me. Mas eles quebraram o mandamento em seitas, cada um jubiloso em sua crença. Então, deixa-os em seu erro até um certo tempo.” (Alcorão 23:52-54)
Da primeira leitura eu sabia que havia uma certa verdade – clara e poderosa, revelando a essência de toda a humanidade e confirmando tudo que eu tinha estudado como uma especialista em História. A patética rejeição da verdade pela humanidade, sua incessante competição vã para ser especial e sua negligência do propósito de sua própria existência, tudo exposto em poucas palavras. Estados-nações, nacionalidades, culturas, línguas – todos se sentindo superiores quando, de fato, todas essas identidades mascaram a única realidade que nós devemos ficar felizes em compartilhar – servir a um mestre, O ÚNICO Que criou tudo e Que é dono de tudo.
Eu Continuo a Amar Jesus e Maria
Quando criança eu costumava dizer a frase “Virgem Maria, mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte, Amém,” encontrada na oração “Ave-Maria”. Eu agora vejo o quanto Maria foi difamada pelas falsas afirmações sobre ela ser mãe de Deus. É suficiente vê-la como escolhida sobre todas as mulheres para conceber o grande profeta Jesus através do Nascimento Virginal. A minha mãe freqüentemente justificava suas súplicas constantes à Maria explicando que ela também era mãe e entendia os sofrimentos de uma mãe. Seria muito mais útil para a minha mãe e todos os outros contemplar como a pura Maria foi caluniada pelos judeus de seu tempo, acusada de um pecado muito desprezível, o da fornicação. Maria suportou tudo isso, sabendo que ela seria vindicada pelo Todo-Poderoso e que ela receberia forças para suportar todas as calúnias.
Esse reconhecimento da fé de Maria e confiança na misericórdia de Deus permite que se reconheça a sua posição mais exaltada entre as mulheres, e ao mesmo tempo remove a calúnia de chamá-la de mãe de Deus, o que é uma acusação ainda pior do que a dos judeus de seu tempo. Como muçulmano você pode amar Maria e Jesus, mas amar mais a Deus concederá a você o Paraíso, porque são Dele as regras que você deve obedecer. Ele o julgará em um dia no qual ninguém poderá ajudá-lo. Ele criou você, Jesus e sua abençoada mãe Maria, como Ele criou Muhammad. Todos morreram ou morrerão – Deus nunca morre.
Jesus (Isa em árabe) nunca clamou ser Deus. Ao contrário, ele repetidamente se referiu a si próprio como um enviado. Quando eu olho para trás e reflito sobre a confusão que experimentei em minha juventude, vejo que suas raízes residem na alegação da igreja de que Jesus era mais do que ele próprio admitia. Os pais da igreja formularam uma doutrina para inventar o conceito de Trindade. É essa interpretação confusa do Torá e Injil [Evangelho] originais (escrituras dadas a Moisés e Jesus) que está no centro da questão da Trindade.
É suficiente simplesmente afirmar que Jesus foi um profeta, sim, um mensageiro que veio com a palavra Daquele Que o enviou. Se nós vermos Jesus, que Deus o exalte, em sua perspectiva correta, é fácil então aceitar Muhammad, que Deus o exalte, como seu irmão mais jovem que veio com a mesma missão – chamar todos à adoração do ÚNICO Todo-Poderoso, Que criou tudo e para Quem nós retornaremos. Não é importante debater suas características físicas. Árabe, judeu, caucasiano, olhos azuis ou castanhos, cabelos longos ou curtos - tudo é completamente irrelevante em comparação à sua importância como portadores da mensagem. Toda vez que eu penso em Jesus agora, após conhecer o Islã, eu sinto aquela conexão que se sente em uma família feliz – uma família de crentes. Você vê Jesus como um “muçulmano”, alguém que se submeteu ao seu Senhor.
O primeiro dos “Dez Mandamentos” declara:
1. Eu sou o Senhor teu Deus, não terás outros deuses além de mim.
2. Tu não tomarás o nome do Senhor teu deus em vão.
Qualquer um que conheça o significado correto de “la ilaha ill-Allah” (não existe deus exceto Deus) imediatamente reconhecerá a semelhança nesse testemunho. Então nós podemos realmente unir a estória real de todos os profetas e por um fim às distorções.
“E eles dizem que o Misericordioso tomou para Si um filho. De fato fizeste algo terrível. Por causa disso os céus quase se despedaçam, e a terra se fende, e as montanhas caem em ruínas.” (Alcorão 19:88-90)
Diane Charles Breslin, Ex-Católica, EUA (parte 3 de 3)
Descrição: Diane discute sua aceitação do Islã, sua nova vida, e uma oração pela América.
- Por Diane Charles Breslin
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Minha Jornada ao Islã
Eu levei três anos completos de minha busca e estudo do Alcorão antes de estar pronta para proclamar que eu queria ser uma muçulmana. Claro que eu temia as mudanças na vestimenta e hábitos, como namorar e beber, com os quais eu tinha me acostumado. A música e a dança eram uma grande parte de minha vida, e biquínis e mini-saias eram o meu caminho para a fama. Todo esse tempo eu não tive chance de encontrar quaisquer muçulmanos, já que não havia nenhum em minha área exceto uns poucos imigrantes que falavam inglês muito mal na única mesquita no estado na época, a uma hora de viagem. Quando eu ia à Oração de Sexta-Feira para tentar e checar o que eu estava considerando, eu recebia olhares furtivos e talvez fosse considerada uma espiã como era o caso, e ainda é, na maioria das reuniões islâmicas. Não havia um único muçulmano americano disponível para me ajudar e, como eu disse, toda a população imigrante era muito fria, para dizer o mínimo.
No meio dessa fase da minha vida o meu pai morreu de câncer. Eu estava ao lado do seu leito e literalmente testemunhei o anjo da morte remover sua alma. Ele foi tomado pelo temor enquanto lágrimas rolavam pelo seu rosto. Uma vida de luxo, iates, clubes de campo, carros caros...para ele e minha mãe, tudo resultante de juros, e agora estava tudo acabado.
Eu senti um desejo repentino de entrar no Islã rapidamente, enquanto havia tempo, mudar meu estilo de vida e não continuar seguindo cegamente o que eu tinha sido educada para acreditar que era uma boa vida. Pouco depois eu vim para o Egito, e me envolvi em uma longa e lenta jornada através do milagre da língua árabe e a descoberta da verdade clara – Deus é Um, o Eterno; Aquele que nunca nasceu ou deu à luz e nada é comparável a Ele.
É a igualdade resultante entre os humanos que também me atraiu muito para a religião. O Profeta Muhammad, que Deus o exalte, disse que as pessoas são como dentes de um pente – todas iguais, as melhores sendo as mais virtuosas. No Alcorão, nos é dito que os melhores são os mais piedosos. Piedade envolve amor e temência a Deus somente. Entretanto, antes de você poder ser realmente piedoso, deve aprender quem é Deus. E conhecê-Lo é amá-Lo. Eu comecei a aprender árabe para ler a palavra de Allah em árabe, como ela foi revelada.
Aprender o Alcorão mudou cada faceta da minha vida. Eu não desejava mais ter quaisquer luxos terrenos; nem carros, nem roupas, nem viagens podem me atrair para aquela rede de desejos vãos na qual eu estava presa antes. Eu desfruto da vida boa de uma crente; mas como eles dizem...não está mais embutida no coração... apenas no que está a mão. Eu não temo a perda de meus antigos amigos ou parentes – se Deus escolher aproximá-los, então que seja, mas eu sei que Deus me concede exatamente o que eu preciso, nem mais, nem menos. Eu não me sinto mais ansiosa ou triste, nem me arrependo do que se passou comigo, porque eu estou segura sob a proteção de Deus – O ÚNICO que eu sempre conheci mas não sabia Seu nome.
Uma Oração Pela América
Eu oro a Deus Todo-Poderoso que permita a cada americano a oportunidade de receber a mensagem da Unicidade de Deus em uma forma simples e direta...Os americanos são, em sua maioria, extremamente mal informados em relação à teologia islâmica correta. A ênfase é quase sempre na política, que foca nos atos dos homens. É hora de nos concentrarmos nos atos dos profetas que vieram para nos tirar das trevas e nos levar até a luz. Não há dúvida que as trevas prevalecem na doença que afeta a América agora. A luz da verdade nos servirá a todos, e independentemente se alguém escolhe ou não seguir o caminho do Islã, não há dúvida de que bloqueá-lo ou ocultá-lo de outros certamente levará a mais miséria. Eu me preocupo muito com o futuro saudável do meu país, e eu estou muito certa de que aprender mais sobre o Islã aumentará as chances de minhas esperanças serem alcançadas.
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