Dez razões para se empolgar com os manuscritos do Mar Morto
Descrição: Adaptado de dois artigos do Dr. Lawrence Brown sobre os manuscritos do Mar Morto, ‘Five Reasons to Get Excited about the Dead Sea Scrolls’ e ‘Five More Reasons to Get Excited about the Dead Sea Scrolls’, nos quais ele menciona os pontos intrigantes e fascinantes sobre esses manuscritos.
- Por Laurence B. Brown, MD
- Publicado em 29 Jun 2017
- Última modificação em 17 Feb 2020
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Cinco razões para se empolgar com os manuscritos do Mar Morto
1) São antigos. Então? Sim, bem, entendo. O vovô é velho, mas a única que se empolga com ele é a vovó e, mesmo com ela a mágica se desgastou há vinte anos. Mas a chave não é a idade dos manuscritos do Mar Morto. É o período sangrento e tumultuado no qual estiveram ocultos. Foi 68 EC e a Judeia estava no meio de sua revolta contra o governo romano. O imperador Nero, infame por sua perseguição dos cristãos e judeus na sequência do grande incêndio de Roma, atribuiu ao general Vespasiano espalhar as legiões romanas por toda a Judeia e acabar com a insurgência judaica. No meio de sua campanha, Nero foi deposto e cometeu suicídio. Com o império romano em convulsão e os judeus da Judeia empreendendo uma guerra civil e também combatendo o ataque romano, os guardiães dos pergaminhos esconderam suas escrituras valiosas nas cavernas em Qumran (a área do mar Morto onde foram encontrados).
2) Estavam incompletos. Até os pergaminhos melhor preservados tinham buracos e tinham partes de texto faltantes. A biblioteca dos pergaminhos do Mar Morto parece um quebra-cabeça inacabado. Quem sabe que informações essenciais estão faltando? Entretanto, os textos dão pistas para conceitos religiosos estonteantes.
3) Pode haver pergaminhos ainda não descobertos escondidos na Terra Santa. Estudiosos estimam que umas vinte das cavernas em Qumran se perderam, junto com seus conteúdos, devido a colapso. Essas cavernas não podem ser encontradas, a menos que escavadas por acidente. Podem existir compartimentos com pergaminhos na Terra Santa também. Entretanto, o estrangulamento de Israel sobre esse fluxo de informação tem feito estudiosos levantarem acusações de conspiração acadêmica e/ou religiosa.
4) Grupos importantes de interesses não querem que você saiba sobre eles. Mas admitamos: Se alguém diz a você para não olhar para algo, não é a primeira coisa que você quer fazer? Bem, muitos grupos de interesse não querem que você olhe, ou pelo menos, não de maneira profunda. Visite as exposições dos manuscritos do mar Morto e admire sua preservação, aprecie sua antiguidade, mas então prossiga para a exposição de vidros fenícios. Faça o que quiser, mas não se aprofunde na história dos manuscritos e seu significado. Alguns estudiosos que revelaram segredos contrários à "versão oficial" sancionada têm alegado a punição do informante, a perseguição acadêmica. Livre pensadores como Robert Eisenman e Michael Baigent são charlatães, como as autoridades religiosas de Israel nos querem fazer acreditar ou estudiosos lúcidos que ressoam o chamado da razão? The Dead Sea Scrolls and the First Christians (Os pergaminhos do mar Morto e os primeiros cristãos, em tradução livre) de Eisenman deixa claro seu nível elevado de erudição, enquanto que The Dead Sea Scrolls Deception (O engodo dos pergaminhos do mar Morto, em tradução livre) de Baigent e Leigh torna plausível a reivindicação de uma "conspiração de consenso". Por várias décadas os estudiosos denunciaram a demora de Israel na liberação dos pergaminhos para o público; o trabalho desses autores, entre outros, fornece evidência poderosa para apoiar a teoria de um escândalo acadêmico. Por que as autoridades de Israel foram tão lentas para liberar os pergaminhos do mar Morto? Se você acredita nos estudiosos revisionistas, autoridades judaicas e cristãs trinitárias têm boa razão para temer os segredos dos pergaminhos.
5) Os guardiães dos pergaminhos foram assassinados depois de escondê-los nas cavernas. Em essência, morreram para preservar os pergaminhos. Então... devem ter tido pelos pergaminhos uma reverência ligeiramente maior do que, digamos, o equivalente escritural de revistas em quadrinhos, certo? Então, o que era tão precioso sobre os pergaminhos do mar Morto - não para nós, mas para seus guardiães? Havia um segredo profundo e obscuro pelo qual estavam dispostos a morrer? Ou os pergaminhos eram muito sagrados? De qualquer forma, devemos querer saber.
Cinco razões mais para se empolgar com os manuscritos do Mar Morto
6) Descobertas modernas lançaram luz sobre a importância deles. Os manuscritos mais antigos e autoritativos do Novo Testamento encontrados até hoje, os códices Sinaiticus e Vaticanus (o que é um códex, plural códices? Um manuscrito de escritura em forma de livro, em oposição a pergaminhos), foram descobertos no século dezenove, muito depois de a versão mais popular da Bíblia em língua inglesa, a versão do rei Jaime de 1611, ser escrita. Esses códices questionavam ou, em alguns casos, negavam claramente, questões que eram consideradas por muitos como certezas religiosas. Devido a esse conhecimento novo, o criticismo textual bíblico está experimentando uma ressurgência de interesse. Muitos fatos novos têm sido expostos, alguns de tamanha importância a ponto de serem considerados revolucionários do ponto de vista religioso. Os pergaminhos do mar Morto, como um peça crítica de um quebra-cabeça inacabado, ajuda a preencher nosso entendimento da Bíblia cristã.
7) A erudição bíblica moderna exige a reavaliação do Velho e Novo Testamentos. Estudiosos como Bart D. Ehrman e Bruce Metzger expuseram vários erros e inconsistências no Velho e Novo Testamentos. Alguns desses erros são significativos o suficiente para desafiar as crenças ortodoxas judaica e cristã trinitária. No contexto dessa incerteza escritural e canônica, cada pedaço de evidência ajuda. Mais uma vez, os pergaminhos do mar Morto ajudam.
8) Os pergaminhos do mar Morto excitam a imaginação. Falam de um Professor de Virtude, que alguns estudiosos acreditam ser Jesus ou Tiago. Também falam do antagonista do Professor de Virtude, identificado como o "Sacerdote ímpio", o "Homem zombador", "O homem da mentira", "O propagador da mentira" e "O sacerdote rebelde". Alguns estudiosos acreditam que esses eufemismos se referem a Paulo, a quem os pergaminhos descrevem como tendo sido excomungado da igreja cristã primitiva. Agora... espere um minuto. Se Paulo era um inimigo de Jesus ou Tiago e foi excomungado da igreja cristã primitiva, o que isso diz a respeito do cânone cristão trinitário, que é baseado principalmente nos ensinamentos de Paulo?
9) Os pergaminhos do mar Morto são divertidos! Quero dizer, aqueles guardiães dos pergaminhos? Eram homens selvagens! Sabiam como se divertir, no estilo do início do primeiro milênio. Seus pergaminhos sectários descrevem seu alimento e bebida puros, seus banhos rituais diários e noites gastas no estudo da escritura e oração. Se um dos "Filhos da Luz" fizesse um gesto com sua mão esquerda era punido, e qualquer um que sussurrasse contra a lei mosaica era exilado para sempre. Abrindo mão de riqueza terrena, vivendo uma vida monástica no deserto, eram um bando de caras loucos e selvagens vestindo túnicas de lã. Mas sério, mesmo que não respeite as convicções deles, precisa respeitar sua sinceridade. Os guardiães dos pergaminhos (que a maioria dos estudiosos acredita que tenham sido judeus essênios), viveram uma vida dura devotada à piedade e adoração. Então, o que eles sabiam sobre os pergaminhos que não sabemos?
10) E, finalmente, qual é a razão principal para nos empolgarmos com os manuscritos do Mar Morto? A mesma razão que faz os grandes poderes políticos e religiosos do mundo ficarem empolgados com eles! Em lugar nenhum na Bíblia encontramos o evangelho de Jesus. De fato, os estudiosos cristãos modernos reconhecem que todos os quatro evangelhos do Novo Testamento (Mateus, Marcos, Lucas e João) foram escritos de maneira anônima. O mundo religioso adoraria encontrar o verdadeiro evangelho de Jesus...bem... talvez. Talvez eu deva dizer que o mundo religioso adoraria encontrar o verdadeiro evangelho de Jesus, mas só se disser o que querem que diga. Se o verdadeiro evangelho de Jesus for encontrado algum dia, considere as consequências. Um evangelho que prove de maneira inequívoca a missão profética de Jesus destruiria o Judaísmo e negaria o propósito político de Israel para criar um estado judaico. Se Jesus ensina o monoteísmo do Cristianismo unitário, ao invés dos mistérios trinitários derivados dos ensinamentos de Paulo, destruiria o cânone da igreja católica romana e também o de outras denominações trinitárias. Ao mesmo tempo desafiaria a fé (e o apoio político) de todas as supostas nações cristãs. Estamos falando de uma convulsão importante das religiões do mundo e dos superpoderes baseados na religião. Consequentemente, se o evangelho de Jesus for encontrado algum dia, esses poderes do mundo lutariam para possuí-lo ou matariam para suprimi-lo, dependendo do que contiver. Agora isso é algo com o qual definitivamente vale a pena se empolgar.
Sobre
o autor:
Laurence B. Brown, MD, é autor de vários artigos e livros e seu website oficial
é www.leveltruth.com onde também pode ser contatado na página "Contato".
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