Hijab na Bíblia e no Torá (parte 2 de 2): Hijab no Torá

Classificação:
Tamanho da fonte:
A- A A+

Descrição: A história do uso do véu e da cobertura da cabeça no Judaísmo.

  • Por Aisha Stacey (© 2017 IslamReligion.com)
  • Publicado em 23 Jan 2017
  • Última modificação em 23 Jan 2017
  • Impresso: 15
  • 'Visualizado: 13,607 (média diária: 5)
  • Classificação: nenhum ainda
  • Classificado por: 0
  • Enviado por email: 0
  • Comentado em: 1
Pobre Melhor

Hijab_in_the_Bible_and_Torah_(part_2_of_2)_por-BR._001.jpgAs judias modernas que cobrem o cabelo atribuem vários significados ao ato.  Para algumas é um sinal de casamento, outras um símbolo de piedade e humildade, talvez um ato de deferência à vontade de Deus.  Também é considerado um sinal de modéstia.  Em tempos bíblicos, no Oriente Médio e mundo greco-romano antigo era costume que o cabelo fosse coberto pelas mulheres respeitáveis e livres, pelo menos as casadas.  O Velho Testamento (Torá) menciona cobrir a cabeça ou cabelo de maneira breve, mas essa poucas palavras se desenvolveram em um ritual complexo de hijab praticado por judias devotas em todo o mundo.

A afirmação de que cobrir o cabelo era uma injunção bíblica vem de uma pequena passagem no livro de Números, referindo-se ao sacerdote descobrindo ou afrouxando o cabelo de uma mulher como uma punição ou humilhação.  Descreve uma cerimônia que testa a fidelidade de uma mulher acusada de adultério.  De acordo com o Torá, o sacerdote descobre ou destrança o cabelo da mulher acusada como parte da humilhação que precede a cerimônia e pode ser encontrada no livro de Números 5:18.  

Outras ordens conclamando as judias a usarem o hijab ou cobrir o cabelo vêm do corpo literário conhecido coletivamente como Talmude.  Mulheres que saíam com o cabelo descoberto estavam praticando um ato inaceitável, tão inaceitável que era considerado justificativa para divórcio.  Em uma sociedade tão altamente consciente da sexualidade e seus perigos, o uso do véu era considerado uma necessidade absoluta para manter a modéstia e a castidade.  Alguns rabinos até consideravam a exposição do cabelo de uma mulher algo tão socialmente inaceitável quanto a exposição de suas partes íntimas.  Assim, era ordenado às casadas que cobrissem o cabelo em espaços comunais e muitos rabinos até proibiam as recitações de bênçãos na presença de uma mulher com a cabeça descoberta. 

As leis de modéstia encontradas no Talmude agiam para tornar a mulher inacessível ou indisponível a todos, exceto ao marido.  A cobertura do cabelo era um aviso que significava que a mulher era casada e respeitável.  Embora o hijab judaico seja um símbolo de submissão, também é uma distinção honorífica.  Quando uma mulher casada cobre sua cabeça é um símbolo de uma dignidade maior atribuída a ela.  Muitas mulheres consideravam cobrir a cabeça um ato equivalente ao da rainha usar uma coroa. 

No Judaísmo bíblico e pós-bíblico o uso do hijab passou a representar parte do ciclo de vida das mulheres, simbolizando o movimento de passagem da virgindade à condição de mulher.  Até a Idade Média cobrir a cabeça estava firmemente enraizado como obrigação religiosa em todo o mundo judaico.  Essa era a mesma obrigação que, na época, existia nas esferas de influência cristã e muçulmana. 

O primeiro desafio sério à cobertura de cabelo tradicional veio do uso de perucas.  Uma prática que começou na corte francesa logo se espalhou pela Europa e nas comunidades judaicas.  A prática foi denunciada pela primeira vez pelas autoridades judaicas que investiram contra o que parecia ser uma imitação inadequada dos modos dos não-judeus.  Muitos mantinham que a proibição tradicional contra as mulheres mostrarem o cabelo era prevenir a atração feminina de fazer os homens terem pensamentos pecaminosos.  A peruca, alegavam, podia evocar os mesmos sentimentos que o próprio cabelo da mulher.  Apesar disso o uso de perucas logo se enraizou nas comunidades judaicas e foi finalmente aceito. 

Apesar disso muitas judias continuaram a achar difícil usar uma peruca, ao invés de lenços e véus mais tradicionais e algumas usam perucas, mas as cobrem da maneira usual.  O uso de perucas como cobertura de cabelo também teve um retorno nos séculos 19 e 20, quando as judias precisaram participar da vida secular, mas não queriam comprometer éditos religiosos.  Quando as pressões externas da vida europeia forçaram muitas judias a saírem de cabeça descoberta, algumas acharam mais conveniente substituir o véu tradicional por uma peruca.  

Embora não vinculado de maneira inexorável com o uso de perucas, a prática de raspar o cabelo de uma mulher no casamento se tornou prevalente na Europa central no que é conhecido como o período inicial da lei judaica moderna.  Assim muitas mulheres escolhiam raspar suas cabeças para que nenhum cabelo escapasse de sua peruca ou lenço.

Nos séculos 20 e 21 houve desconsideração generalizada pela prática de cobrir o cabelo.  Entretanto, judeus voltados para religião continuam a confrontar o problema.  Existem rabinos que toleram a falha do costume com a compreensão de que a sociedade mudou e não é mais considerado falta de modéstia deixar o cabelo descoberto, mas em geral a cobertura da cabeça continua a ser uma questão problemática.  Hoje a maioria das judias não cobre o cabelo, exceto na sinagoga.

Para judias e muçulmanas a modéstia é uma parte importante de suas crenças, influenciando suas vidas diárias de muitas maneiras, como a forma como andam, se vestem e interagem com outros.  Ambas as religiões encorajam a modéstia, canalizando a beleza de uma mulher para onde ela de fato pertence, que é dentro de seu casamento.  Ambas as religiões levam suas leis de modéstia muito a sério e o hijab é considerado uma maneira de viver, ao invés de apenas um lenço, peruca ou véu.  Em uma determinada época, e a apenas 100 anos atrás, a maioria das denominações cristãs também considerava cobrir o cabelo e se vestir modestamente como parte integrante de suas crenças religiosas.  No século 21 esse comportamento ficou geralmente restrito a denominações minoritárias, mas ainda assim, até certo ponto, tanto o Cristianismo quanto o Judaísmo ainda consideram vestimenta e comportamento modestos como norma.  

Pobre Melhor

Partes deste Artigo

Visualizar todas as partes juntas
Comentários de Usuário Visualizar comentários

Adicione um comentário

  • (Não é mostrado ao público)

  • Seu comentário será analisado e publicado dentro de 24 horas.

    Campos marcados com um asterisco (*) são obrigatórios.

Outros Artigos na Mesma Categoria

Mais visualizados

Diariamente
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Total
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Favorito del editor

(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Listar conteúdo

Desde sua última visita
Esta lista no momento está vazia.
Todos por data
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Mais populares

Melhores classificados
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Mais enviados por email
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Mais impressos
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Mais comentados
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Seus Favoritos

Sua lista de favoritos está vazia. Você pode adicionar artigos a esta lista usando as ferramentas do artigo.

Sua História

Sua história está vazia.

Minimize chat