Carla, uma ex-católica romana (parte 1 de 3)
Descrição: Como uma mãe de cinco filhos descobriu o Islã com a idade de 67 anos. Parte 1: Vida Pregressa.
- Por Anônimo (islamicbulletin.org)
- Publicado em 06 Oct 2014
- Última modificação em 06 Oct 2014
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Quando alguém recentemente me perguntou como entrei no Islã, fui pega de surpresa. Nunca havia pensado sobre a minha vinda para o Islã como sendo um momento crítico e decisivo. Quando questionei o Catolicismo pela primeira vez? Quando quis ser muçulmana pela primeira vez? As respostas a essas e muitas outras perguntas exigem mais reflexão do que poderia ter imaginado. Para realmente responder a essas perguntas tenho que começar bem do início para que entendam o ponto em que cheguei em minha vida e que me levou a finalmente a aceitar a verdade do Islã. Tornei-me muçulmana com a idade de 67 anos e agradeço a Deus por ter me abençoado para que me tornasse uma crente no Islã.
"A quem Deus quer iluminar, dilata-lhe o peito para o Islã; a quem quer desviar (por tal merecer), oprime-lhe o peito, como aquele que se eleva na atmosfera. Assim, Deus cobre de abominação aqueles que se negam a crer." (Alcorão 6: 125)
Cresci em um lar estritamente católico romano, a filha do meio de três filhas. Meu pai trabalhava duro e por muitas horas todos os dias. Saía cedo pela manhã todos os dias e voltava tarde da noite. Tudo isso para que minha mãe pudesse ficar em casa e cuidar de minhas irmãs e eu. Em um dia muito triste e infeliz minha mãe nos contou que meu pai tinha sofrido um acidente de carro. Morrei repentinamente e todo o nosso mundo virou de cabeça para baixo. Com todas as mudanças que estavam acontecendo, minha mãe nos disse que teria que voltar a trabalhar. Minha mãe, que já tinha sido enfermeira, foi então forçada a voltar a trabalhar para nos sustentar. Conseguiu emprego em um hospital local, muitas vezes trabalhando em dois turnos. Mas com essa nova responsabilidade minha mãe não era mais capaz de supervisionar nossa educação. E embora ela tenha nos enviado para a escola católica, o emprego a impedia de ficar de olho em suas filhas.
Então, com muito tempo livre, me vi passando o tempo com meus amigos nas cafeterias locais. Foi lá que encontrei um muçulmano muito gentil que mais tarde se tornou meu marido. Minha mãe não sabia que eu passava tempo com esse homem. De fato, quando contei a ela que estava apaixonada e queria me casar, ela me alertou que tínhamos históricos diferentes e que teríamos problemas. Afirmou que se tivéssemos filhos no futuro, inquestionavelmente surgiriam problemas relacionados à religião. Com vinte anos não podia imaginar que teríamos problemas em nosso casamento. Estava muito apaixonada e feliz porque alguém tomaria conta de mim. Meu marido não era um homem muito religioso na época e no fundo sentia que seria capaz de convertê-lo ao catolicismo. Quanto a não termos a mesma origem étnica, me considerava mais mente aberta e estava excitada em abraçar uma nova cultura.
Tudo pareceu transcorrer perfeitamente pelos vários anos seguintes. Estávamos felizes e nem uma vez a cultura ou religião nos causou qualquer problema. Deus nos abençoou com um belo filho e, então, vários anos depois, com uma bela filha. Ainda assim, seguimos em frente com nossas vidas e até comecei a levar meus filhos para a igreja comigo. Meu marido nunca me impediu de frequentar a missa semanal aos domingos. Entretanto, depois de levar nossos filhos algumas vezes à igreja, ele disse que não queria que as crianças frequentassem a igreja. Francamente fiquei zangada e aborrecida. "Mas por que não?", objetei. "Qualquer religião é melhor do que religião nenhuma", argumentei. Não podia compreender o mal em levá-los para a igreja. Até esse ponto nunca tínhamos sequer discutido religião. De fato, nunca tinha nem questionado que poderia haver uma religião diferente do catolicismo. Nasci católica e achava que o catolicismo era a religião certa. Depois de incontáveis explicações, pareceu que desse dia em diante muitos problemas ficaram evidentes. Discutíamos o tempo todo - sobre tudo e todos. Pequenas coisas se tornavam um grande problema. A religião se tornou um motivo de discussão entre nós. As diferenças em nossas culturas passaram a ser algo a discutir. Discutíamos sobre nossos sogros e, o que era mais triste, discutíamos sobre a educação familiar de nossos filhos. Tudo que minha mãe havia alertado estava se tornando realidade.
A única paz e harmonia que havia agora entre nós era a sabedoria, sinceridade, preocupação e amor que o pai de meu marido, meu sogro, tinha pelo nosso casamento. Meu sogro amava o filho e os netos e, ainda assim, me amava de forma genuína como sua filha. Era um muçulmano muito religioso e devoto e um homem muito sábio. Naquela época, como eu não estava cercada pelo Islã, meu sogro foi a primeira apresentação que tive do Islã. Fazia todas as orações, jejuava durante o mês de Ramadã e era muito generoso com os pobres. Podia sentir a conexão dele com Deus. Meu sogro era tão gentil com os necessitados que todos os dias depois de vir para casa da oração de dhur na mesquita, convidava qualquer pessoa necessitada para almoçar em sua casa. Isso acontecia todos os dias. Até sua morte com a idade de 95 anos, os parentes lembraram que ele mantinha esse hábito.
Meu sogro não gostava das brigas entre eu e meu marido e nos aconselhou a encontrar uma solução antes que as crianças sofressem como resultado de nossas brigas. Tentou desesperadamente nos ajudar a encontrar uma solução. Alertou o filho para me dar espaço para praticar minha religião, mas as brigas já não eram mais sobre religião. Sentia-me frustrada e queria dar um tempo. Quando pedi ao meu marido uma separação, ele concordou que talvez fosse a melhor coisa para o nosso casamento. Você conhece o ditado: "A ausência aumenta a paixão." Bem, não no nosso caso. De fato, a ausência fez com que nos afastássemos. Depois da separação, ambos queríamos uma separação permanente e concordamos com o divórcio. Embora eu desesperadamente quisesse que meus filhos morassem comigo, ambos sentimos que seria melhor para as crianças serem criadas pelo pai. Ele estava em posição muito melhor, financeiramente, para educá-las e dar a elas muitos confortos, algo que não estava preparada para dar. Como sentia a falta deles todas as noites. Voltei a morar com minha mãe e continuei a ver meus filhos todos os finais de semana. Meu ex-marido deixava as crianças nas tardes de sexta-feira e as pegava nas manhãs de domingo. Embora esse arranjo doesse, era melhor que nada.
Carla, uma ex-católica romana (parte 2 de 3)
Descrição: Como uma mãe de cinco filhos descobriu o Islã com a idade de 67 anos. Parte 2: Interação com os filhos.
- Por Carla (islamicbulletin.org)
- Publicado em 06 Oct 2014
- Última modificação em 06 Oct 2014
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Toda noite, antes de dormir, lia a Bíblia. Quando meus filhos me visitavam, lia para eles uma passagem mesmo que não pudessem entendê-la. Depois de ler uma passagem, uma noite pedia ajuda a Jesus, na noite seguinte aos anjos, na noite seguinte a santos diferentes e na próxima noite à Virgem Maria. Mas uma noite não tínhamos mais a quem pedir, porque tinha esgotado todos os santos. Então disse: "Agora vamos pedir ajuda a Deus". Meu filho disse: "Tudo bem, mas quem é Deus?" Eu disse: "Ele é quem criou você e a mim. Está sempre ao nosso lado". Ele ficou ponderando, pensando sobre essas palavras. Para minha explicação, esfreguei as mãos em minha cruz novamente. Disse: "Agora, agradeça a Deus". Ele olhou para a cruz e disse: "Mamãe, quem é esse?" Eu disse: "Esse é Deus. É o filho de Deus". Ele disse: "Você me disse há um minuto que Deus é eterno. Como pode esse estar morto?" Nunca, nunca em toda a minha vida tinha me dado conta desse fato. Ele me perguntou: ‘De onde veio esse deus?"E eu respondi que ele tinha vindo do útero de Maria, a Virgem Maria. E ele disse: "Ah, então ele tinha nascido algum tempo antes". Eu disse: "Bem, sim". Mas então ele disse: "Mas você me contou que ele é eterno. Nunca morre e nunca nasceu." Meu filho, que estava agora com oito anos, me perguntou diretamente: "Mamãe, por que você não simplesmente pede ajuda a Deus?"Estava surpresa e atônita e lembro de me sentir um pouco chocada por ele questionar minha religião. Disse a ele que também pedia ajuda a Deus. Não imaginava que esse meu filho cresceria e se tornaria um espinho constante ao meu lado, sempre me lembrando da necessidade de adorar ao Único e Verdadeiro Deus. Graças a Deus.
Acabei me casando novamente alguns anos depois e me mudei para a Austrália com meu novo marido. Meu ex-marido, que também tinha se casado novamente, se mudou com a família para a Arábia Saudita. Queria ver meus filhos, mas no fim estava na Itália quando comecei uma nova família e me tornei mãe de mais três filhas. Ainda assim, todas as noites orava: "Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo." Os anos passaram com rapidez e muito ocupados. Estava muito excitada um verão, porque meu filho e minha filha vinham me visitar. Tantas coisas passaram pela minha cabeça. Ficariam felizes em me ver depois dessa longa ausência? Sobre o que conversaríamos? Orei por ajuda. Todos os meus temores se evaporaram quando coloquei os olhos em meus filhos pela primeira vez no aeroporto. Houve um elo instantâneo entre mãe e filhos e foi como se pouco tempo tivesse passado. Meu filho era o mais falante dos dois. Fez questão de me lembrar que não comiam porco e nem podiam comer alimentos que contivessem álcool. Eu disse que me lembrava disso sobre a religião deles. Disse a ele que também não comia porco e nem bebia álcool, um hábito que permaneceu do tempo em que fui casada com o pai dele. Quanto ao vinho, bem, me asseguraria de parar de cozinhar com vinho enquanto estivessem em casa comigo.
Tivemos um belo verão, nos conhecendo, eles conhecendo suas novas irmãs, fazendo piqueniques, passeando, nadando. Não queria que terminasse. Mas sabia que tinham a vida deles na Arábia Saudita e que precisavam retornar. Fiz a minha filha a pergunta temida sobre como a madrasta a tratava e fiquei honestamente feliz quando ela disse que era tratada como uma filha.
Meus filhos me visitaram mais duas vezes depois daquele verão. Quando meu filho fez 21 anos veio morar comigo por 6 meses. Discutíamos sobre religião - como discutíamos sobre religião! Meu filho e eu somos de certa forma parecidos em personalidade, mas temos nossas diferenças - e muito óbvias nesse caso! Enquanto eu sou acalorada em disputas, meu filho é muito mais tranquilo e tende a manter um senso de calma enquanto estou a ponto de ficar louca! Apesar do confronto, acredito que funcione a nosso favor, porque conseguimos encontrar o equilíbrio em nossa discussão. Somos muito parecidos no sentido de sermos pessoas amorosas, generosas e prestativas. O que mais admiro em meu filho é sua dedicação a quase tudo que faz. É uma pessoa doce e gentil, mas tem ética e objetivos fortes para alcançar o que tem em mente, algo que respeito muito. Admiro sua habilidade de manter o equilíbrio nas situações mais estressantes. É muito lógico e não se debruça por muito tempo em um problema. Só tenta encontrar soluções e neutralizar as situações ao máximo. Continuei a orar para que meu filho se convertesse ao catolicismo. Desejava tanto que ele se tornasse um padre - sentia que ele seria um ótimo pregador. Era um menino bom e temente a Deus. Boas qualificações para o sacerdócio. Quando disse a ele uma vez que seria um padre maravilhoso, meu filho sorriu e respondeu que era mais provável que sua mãe se tornasse muçulmana do que ele vir a se tornar um padre católico.
Depois de 6 meses, entretanto, meu filho expressou o desejo de partir para os Estados Unidos. Finalmente se estabeleceu na América e fez um lar em Miami, Flórida. Enquanto isso fiquei viúva, com uma filha adolescente em casa. Meu filho realmente queria que me juntasse a ele na América e parti para os Estados Unidos com minha filha de 17 anos. Gostamos muito da América e minha filha rapidamente começou a construir uma vida para ela. Nada havia mudado entre eu e meu filho - continuávamos falando sobre Catolicismo e Islã e nenhum de nós desistia. Às vezes, quando o assunto da Trindade surgia e eu não conseguia encontrar respostas para refutar as noções que ele apresentava, eu simplesmente levantava minha mão e ia embora. Ficava muito zangada pelo que via como um ataque contra minha religião.
"Por que você não pode ser como todo mundo?", perguntei. "Outros muçulmanos me aceitam e não tentam me converter." "Não sou como todo mundo", respondeu ele. "Eu amo você. Sou seu filho e quero que vá para o Paraíso." Disse a ele que ia para o Paraíso - sou uma mulher boa, honesta, não minto, não roubo e não engano. Meu filho respondeu: "Essas coisas são necessárias e úteis nessa vida terrena, entretanto, no Alcorão é afirmado muitas vezes que Deus não perdoa shirk (politeísmo). O Alcorão diz que o ÚNICO pecado que Deus não perdoará é associar parceiros com Ele, mas perdoa qualquer outra coisa de quem Ele quiser." Ele me implorou para ler, aprender e descobrir o Islã. Trouxe livros para que eu pudesse abrir minha mente. Recusei. Nasci católica, morreria católica.
Pelos 10 anos seguintes continuei a morar próximo de meu filho, sua esposa e família. Entretanto, desejava passar também algum tempo com minha filha, que ainda estava morando na Arábia Saudita. Não era fácil conseguir um visto. Meu filho brincou dizendo que se eu aceitasse o Islã teria um visto para entrar na Arábia Saudita, porque então eu poderia obter um visto para a Umrah. Eu disse a ele seriamente que não era muçulmana. Depois de muito trabalho e algumas conexões, recebi um visto de visitante para visitar minha filha, que agora era mãe de três crianças. Antes de partir meu filho me deu um abraço muito forte, disse o quanto me amava e o quanto desejava o Paraíso para mim. Então prosseguiu dizendo como tinha tudo que queria na vida, exceto uma mãe que fosse muçulmana. Disse que orava a Deus todos os dias para que Ele, o Todo-Poderoso, mudasse meu coração para aceitar o Islã. Disse a ele que isso nunca aconteceria.
Carla, uma ex-católica romana (parte 3 de 3)
Descrição: Como uma mãe de cinco filhos descobriu o Islã com a idade de 67 anos. Parte 3: Papel do filho.
- Por Carla (islamicbulletin.org)
- Publicado em 13 Oct 2014
- Última modificação em 13 Oct 2014
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Visitei minha filha na Arábia Saudita e me apaixonei pelo país, o clima e o povo. Não queria partir depois de 6 meses e pedi uma extensão. Ouvia o athan (chamado para a oração) 5 vezes ao dia e via os crentes fechar suas lojas e caminhar para a oração. Embora fosse muito tocante, continuava lendo minha Bíblia todas as manhãs e todas as noites e constantemente repetia o rosário. Nem uma vez minha filha ou qualquer outra pessoa muçulmana falou comigo sobre o Islã ou tentou me converter. Elas me respeitavam e permitiam que praticasse minha religião.
Meu filho estava vindo para a Arábia Saudita para me visitar. Estava muito feliz - também tinha sentido a falta dele. Assim que chegou voltou a ficar falando sobre religião e a Unicidade de Deus. Eu estava zangada. Disse a ele que estava na Arábia Saudita por mais de um ano e nem uma vez alguém tinha falado comigo sobre religião. E ele, na sua segunda noite, rapidamente começou a pregação. Ele se desculpou e mais uma vez me disse o quanto queria que eu aceitasse o Islã. Disse a ele novamente que nunca deixaria o Cristianismo. Ele me perguntou sobre a Trindade e como eu acreditava em algo que não fazia o menor sentido. Lembrou-me que até eu tinha perguntas a respeito. Disse-lhe que nem tudo tem que fazer sentido - apenas temos que ter fé. Pareceu que ele tinha aceitado essa resposta e fiquei feliz em finalmente ganhar uma discussão sobre religião. Meu filho então me disse para explicar o milagre de Jesus para ele. A-há, pensei! Finalmente estou chegando a algum lugar. Expliquei o nascimento milagroso de Jesus, a Virgem Maria, que Jesus morreu por nossos pecados, que Deus soprou Seu Espírito nele, Jesus como Deus e como Filho de Deus. Ele ficou quieto o tempo todo enquanto eu falava - sem retrucar - meu filho, quieto? Então calmamente ele perguntou: "Mamãe, se Jesus morreu por nossos pecados em uma sexta-feira, e então, como você diz, foi ressuscitado três dias depois em um domingo, quem governou o mundo por esses três dias? Mamãe, explica isso para mim?" Pensei sobre a lógica dessa pergunta e, naquele momento, sabia que não fazia qualquer sentido.
Disse: "Jesus é o filho de Deus. Jesus e Deus são um e o mesmo." Meu filho respondeu: "Vacas têm bezerros, pequenas vacas. Gatos têm gatinhos, pequenos gatos. Humanos têm filhos, pequenos humanos. Quando Deus tem um filho, o que ele é? Um pequeno Deus? Se sim, então você tem dois Deuses?" Então ele me perguntou: "Mamãe, você pode um dia se tornar Deus?" Que pergunta ridícula, disse eu a ele. Humanos nunca podem ser um Deus. (Agora eu estava realmente ficando zangada) Ele então perguntou: "Jesus era um ser humano?" Respondi: "Sim." Então ele disse: "Consequentemente, nunca podia ser Deus." A alegação de que Deus tornou-Se homem também é um absurdo. Não é adequado a Deus assumir características humanas porque significa que o Criador tornou-se Sua criação. Entretanto, a criação é um produto do ato criativo do Criador. Se o Criador Se torna Sua criação, significa que o Criador criou a Si mesmo, um absurdo óbvio. Para ser criado, Ele primeiro não poderia existir e se Ele não existisse, como poderia criar? Além disso, se Ele fosse criado, significaria que tinha tido um começo, o que também contradiz ser eterno. Por definição a criação precisa de um criador. Porque as coisas criadas para existirem devem ter um criador para trazê-las a existência. Deus não precisa de um criador porque Deus é o Criador. Assim, existe uma contradição óbvia em termos. A alegação de que Deus tornou-Se Sua criação implica que Ele precisaria de um criador, um conceito ridículo. Contradiz o conceito fundamental de Deus ser incriado, não necessitar de criador e ser o Criador. Sabendo que não tinha uma resposta para ele, respondi: "Deixe-me pensar sobre a resposta."
Naquela noite, pensei muito sobre o que meu filho disse. A ideia de Jesus como filho de Deus não fazia mais sentido para mim. Também não podia aceitar o fato de Jesus e Deus serem um no mesmo. Antes de ir dormir naquela noite, meu filho me disse para orar a Deus e pedir somente a Ele para me orientar para o caminho certo. Prometi ao meu filho que suplicaria sinceramente a Deus pela resposta. Fui para o meu quarto e li o livro que meu filho tinha me dado. Em seguida, abri o Alcorão Sagrado e comecei a ler. Foi como se um peso tivesse sido removido de meu coração. Senti-me diferente. Vi a verdade no Islã. Contra o que tinha lutado todos esses anos?
Aquela noite orei somente a Deus - não para Jesus, Maria, os anjos ou santos ou para o Espírito Santo. Evoquei somente a Deus e pedi orientação. Orei para que, por favor, mudasse meu coração e minha mente se o Islã fosse a escolha certa. Fui dormir e na manhã seguinte acordei e anunciei para o meu filho que estava pronta para aceitar o Islã. Ele ficou atônito. Ambos começamos a chorar. Minha filha e minha neta foram chamadas e assistiram enquanto eu pronunciava que: "Não há divindade exceto Deus (Allah) e Muhammad é Seu mensageiro." Senti-me uma mulher mudada. Estava feliz, como se alguém tivesse removido um véu de escuridão de meu coração. Todos que me conheciam não conseguiam acreditar que tivesse me convertido. Às vezes nem eu consigo acreditar! Mas o Islã era tão pacífico, tão sereno!
Depois que meu filho partiu de volta para os Estados Unidos, aprendi a como recitar a surata Al-Fatiha em árabe e desde então aprendi como fazer as orações. Continuei minha vida como antes, exceto que agora sou muçulmana. Sempre gostei de participar das reuniões familiares e dos eventos sociais com minha filha. Frequentava os casamentos da família e de amigos, as celebrações de nascimentos (aqiqah) e os encontros quando alguém morria. Depois de 6 meses que tinha me convertido ao Islã, fui a um encontro em um funeral que tocou muito o meu coração e reforçou que o Islã é uma bela religião. Um menino havia morrido de uma doença. Como minha filha estava pronta para levar as condolências, perguntei se ela conhecia bem a família. Ela respondeu que não. "Então por que ir?" Perguntei. "Porque a família está sofrendo e é meu dever no Islã ir e, talvez, oferecer qualquer apoio que eu possa dar."
Decidi me vestir e ir com ela. Fui com minha filha oferecer as condolências à família do menino e fiquei surpresa com o número de pessoas na reunião. Surpresa e tocada que tantas pessoas viessem dar apoio à família. Tudo em que conseguia pensar quando vi a família sofrendo foi na beleza do Islã como religião, para fazer com que tantas pessoas sentissem que era sua responsabilidade dar apoio. E aquele evento, no qual muçulmanos demonstravam simpatia, foi outro momento que provei da beleza do Islã.
Tenho sido muçulmana por três anos, Alhamdullilah (Todos os louvores são para Deus). Desde aquela época, fiz Umrah duas vezes com meu filho e minha filha. Meu filho, filha e eu visitamos a Caaba e a mesquita do profeta em Medina. Acabei de fazer setenta anos.
Alhumdullilah. Às vezes em toda a dificuldade e dor de cabeça que devo ter dado ao meu filho, mas meu filho ficou extremamente feliz em me servir e também por ser um meio de me levar ao Islã. Ele então contou que o profeta, que Deus o exalte, disse a uma pessoa que "O paraíso reside aos pés das mães." O significado do hadith é que você deve servir sua mãe e cuidar dela. Com certeza por estar aos meus pés é que houve paraíso para nós dois. Também me penso que, se minha filha tivesse me pressionado um pouco, talvez tivesse me tornado muçulmana antes. Mas meu filho me lembrou de que Deus é o melhor dos planejadores. E somente Ele pode dar Hidaya (orientação) a uma pessoa.
"Indeed it is not such that you can guide whomever you love, but God guides whomever He wills." (Quran 28:56)
A melhor coisa com a qual Deus me honrou foi me guiar para o caminho do Islã e fazer de mim uma muçulmana e, insh’Allah (se Deus quiser) entrar junto com meu filho no Paraíso. Amém.
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