A Beleza e Eloquência do Alcorão (parte 2 de 2)
Descrição: Em uma época em que a eloquência era perfeitamente competitiva, foi revelado o Alcorão de explicação milagrosa. Parte 2.
- Por Munir Munshey
- Publicado em 11 Feb 2013
- Última modificação em 11 Feb 2013
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A poesia deve sua atração e brilho a mentiras e ficção. O poeta deixa sua imaginação solta, que vagueia desenfreada para além do reino da realidade. Quanto mais ele se deixa levar por sua imaginação, mais belo é seu poema. Quanto mais ele voa para o território da fantasia, mais fantasiosa e fabulosa é sua ficção. A verdade é a primeira vítima de sua excursão para o território da fantasia. As frases são seus brinquedos e a ficção é seu lugar de brincadeiras. As palavras são suas ferramentas e sua oficina o salão de beleza, onde o que é simples torna-se sensual e sensacional e os fatos simples são vestidos para parecerem bonitos e apresentáveis. Palavras belas e apropriadas são sua profissão e seu objetivo é provocar a imaginação de sua audiência. Planeja mergulhar seus ouvintes em uma arena de ilusão, o mundo irreal e etéreo.
O exagero é a especialidade do poeta, seu chamado especial. Até um simples sorriso é um voo de fantasia para um poeta. Estica a verdade até o limite, até que se torne uma mentira. Com um pouco de embelezamento transforma um evento brando em um conto tentador. Se a verdade não lhe agrada, segue adiante para diluir o efeito do fato. Se o fato não se adequa à sua fantasia e o mistura com uma dose de mito, tirando o fato de foco. Com palavras, pode tricotar um escudo para desviar o fato. Assim, ele trivializa a verdade. Torcerá e distorcerá as palavras e atacará a verdade até que produza o significado que deseja. Cobre a verdade com camadas de interpretações até que a verdade torne-se uma estranha. Com o uso hábil de palavras, pode batizar uma ficção e também ficcionalizar um fato. Circula mentiras ao envolvê-las com camadas de fatos conhecidos e irrefutáveis. Empresta credibilidade e respeito a suposições infundadas ao cercá-las de fatos respeitados. A falsidade, assim, é fortalecida. O texto poético é a prioridade de um poeta e seu talento consiste de frases fantasiosas, não de verdade. A poesia agrada a estética e o intelecto, mas não é verdade. Sobre os poetas, o Alcorão diz:
" E os poetas que seguem os insensatos. Não tens reparado em como se confundem quanto a todos os vales? E em que dizem o que não fazem?” (Alcorão 26: 224-226)
" E não instruímos (o Mensageiro) na poesia, porque não é própria dele. O que lhe revelamos não é senão uma Mensagem e um Alcorão lúcido.” (Alcorão 36:69)
Que este (Alcorão) é a palavra do Mensageiro honorável. E não a palavra de um poeta. - Quão pouco credes- Nem tampouco é a palavra de um adivinho. Quão pouco meditais! (Esta) é uma revelação do Senhor do Universo. (Alcorão 69: 40-43)
A diferença entre ele e o trabalho dos poetas, escritores e filósofos não é apenas de grau ou qualidade, mas também de caráter e classe. Não se rebaixou ao modelo terreno de distorção e desonestidade. Ao contrário, engrandeceu e higienizou os padrões de literatura e a introduziu em um novo patamar. Impôs um requisito mais difícil para o padrão literário e exigiu honestidade e precisão absolutas. Recusou-se a unir-se à ficção e à arte de ficcionalização de fatos e desdenhou o exagero. Não ganhou fazendo uso das formas e meios dos outros trabalhos literários.
Os gigantes literários conhecem as normas de gramática e dicção. Ainda assim, não podem atender à regra estabelecida pelo Alcorão. Estão em desvantagem porque sua competência não tem valia sem falsidade e ficção. Se o exagero fosse removido de seus trabalhos, não sobraria muito. Não conseguem imaginar a poesia sem um grau de mentiras e embelezamentos. Assim, o Alcorão tirou as restrições dos fatos e liberou a verdade das garras de seus captores - os poetas, escritores e filósofos do passado, presente e futuro. Expôs suas espertezas. Quando se trata de assuntos que pertencem a esse mundo, conhecem os fatos, mas nem sempre escolhem ser honestos e precisos. Entretanto, quando se trata de assuntos do além túmulo, são de fato charlatães que se apoiam em suposições e conjecturas.
Sua maioria não faz mais do que conjecturar, e a conjectura jamais prevalecerá sobre a verdade; Deus bem sabe tudo quanto fazem! (Alcorão 10: 36)
"Se obedeceres à maioria dos seres da terra, eles desviar-te-ão da senda de Deus, porque não professam mais do que a conjectura e não fazem mais do que inventar mentiras.ˮ (Alcorão 6: 116)
O Alcorão desafiou as normas aceitas de literatura e alcançou a eloquência e eminência sem recorrer a qualquer tipo de exagero. Por causa disso, cada clássico literário criado em qualquer período da história e em qualquer idioma do mundo, recairia em uma classe inferior àquela do Alcorão. Tem um caráter único que é todo seu. Apresenta os fatos de forma clara e meticulosamente adere à narração precisa. Mesmo quando cita uma parábola, a comparação nunca é enganosa e não distorce a verdade. As palavras e frases que usa trazem a verdade inalterada. Jura dizer nada além da verdade. A precisão é sua prioridade e todo o seu texto pode ser aceito literalmente. O tratado científico deve igualmente exato. Sua adesão à precisão quando se trata de assuntos que pertencem a esse mundo, infunde fé e confiança nos crentes. São convencidos de que os eventos programados para ocorrer além da morte também são retratados com a mesma exatidão e precisão e sem exageros. A razão pela qual o Alcorão permaneceu incomparável em substância e estilo é tratar-se da absoluta verdade. Diz a seu próprio respeito:
“Tais são os versículos de Deus que realmente te ditamos, porque és um dos mensageiros.” (Alcorão 2:252)
Ele te revelou (ó Muhammad) o Livro (paulatinamente) com a verdade corroborante dos anteriores, assim como havia revelado a Tora e Evangelho. (Alcorão 3:3)
"Alif, Lam, Meem, Ra. Estes são os versículos do Livro. O que te foi revelado por teu Senhor é a pura verdade; porém, a maioria dos humanos não crê nisso.ˮ (Alcorão 13:1)
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