Omar, o Critério (parte 3 de 3): Ocomandante dos crentes

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Descrição: Omar era um modelo de justiça, generosidade e virtude.

  • Por Aisha Stacey (© 2013IslamReligion.com)
  • Publicado em 15 Jul 2013
  • Última modificação em 15 Jul 2013
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Omar__The_Criterion_(part_3_of_3)_PT-BR_001.jpgOmar Ibn Al Khattab foi o segundo califa da Ummah (nação) muçulmana e o primeiro governante muçulmano a ser chamado comandante dos crentes.  Depois da morte do profeta Muhammad, seu amigo mais próximo Abu Bakr tornou-se seu sucessor e liderou os muçulmanos por aproximadamente dois anos.  Quando Abu Bakr sentiu que sua própria morte se aproximava, reuniu seus amigos e conselheiros mais próximos e informou-os de que suas alianças com ele estava terminada.  Abu Bakr esperava que esses homens escolhessem seu sucessor entre o grupo.  Entretanto, depois de muita discussão os companheiros de Abu Bakr retornaram para que ele escolhesse, porque confiavam em sua escolha sem qualquer questionamento.  Abu Bakr escolheu Omar.

Alguns dos homens em torno de Abu Bakr expressaram preocupação com o fato de Omar, conhecido por ser um homem muito rígido e ríspido, seria muito duro com o povo.  Abu Bakr respondeu dizendo que considerava Omar o melhor entre eles. Apesar dessas reservas iniciais entre alguns homens de Medina, Omar foi nomeado como segundo califa dos muçulmanos.  Começou seu reinado dirigindo-se ao povo e imediatamente explicou suas expectativas a respeito de si próprio.  Omar sabia que o povo estava ciente de sua reputação de rigidez e abordou essa questão.

Disse: "Ó povo! Sei que fui nomeado para governar nossos assuntos, então reconheçam que minha rigidez está agora enfraquecida, mas continuarei sendo severo e rígido em relação aos que oprimem e transgridem e colocarei seus rostos no chão[1].  Saibam também que colocarei meu próprio rosto no chão para defender as pessoas virtuosas."

Omar prosseguiu explicando ao povo que não pegaria nada do que suas terras produzissem ou dos espólios de guerra, exceto o que Deus ordenasse e que gastaria dinheiro apenas de forma que agradasse a Deus. Omar estava totalmente ciente da importância de justiça financeira e que seria responsabilizado por cada centavo que pertencesse à Ummah muçulmana.  Omar também informou ao povo que aumentaria seus salários e provisões e guardaria suas fronteiras.

A jovem nação muçulmana que o profeta Muhammad, que Deus o exalte, e seus companheiros tinham trabalhado muito duro para estabelecer era uma Ummah como nenhuma outra.  Benefícios eram pagos a cada membro da Ummah do tesouro muçulmano; não era necessário ser um funcionário do governo, a fortuna da nação em constante expansão era compartilhada igualmente.  Omar não instituiu isso e estava meramente seguindo o que já havia sido estabelecido por seus predecessores, mas prometeu aumentar os pagamentos.

Omar também prometeu não enviar exércitos muçulmanos "para a destruição", significando que não despacharia exércitos a menos que os riscos fossem avaliados e considerados aceitáveis. Prometeu não manter os soldados longe de suas famílias por um período longo de tempo e garantiu aos homens que enquanto estivessem longe combatendo pela Ummah muçulmana e se não retornassem, ele, o califa, seria o pai de seus filhos e responsável por suas esposas. Omar acreditava que o papel do líder era proteger o povo.

Esse conceito parece muito incomum hoje em dia quando vemos presidentes e primeiros-ministros cercados por guarda-costas e dispostos a passar por cima de qualquer um para protegerem a si mesmos e seu poder.  Omar Ibn al Khattab, embora fosse o líder de um império, nunca achou necessário ter um guarda-costas.  Caminhava pelas ruas de Medina como um cidadão comum, mesmo à noite.  De fato, era durante as noites que circulava pelas ruas obtendo informações sobre aqueles sob sua proteção e distribuindo caridade anonimamente.

Um dos anos do reinado de Omar ficou conhecido como Ano das Cinzas. Esse ano foi o maior teste para a Ummah muçulmana. Foi uma época de seca e fome, quando o vento era tão quente que queimava a pele como se fosse cinza quente. Carne, manteiga e leite não estavam disponíveis e as pessoas sobreviviam com pouco mais que pão seco às vezes imerso em óleo. Omar fez um voto de que não comeria ou beberia nada que não estivesse disponível para o povo. Mesmo quando os alimentos voltaram a ficar disponíveis nos mercados, Omar se recusou a comprá-los por causa dos preços inflacionados. Costumavam ouvi-lo dizer: "Como posso me preocupar e compreender meus próprios súditos se não estiver passando pelos mesmos testes pelos quais eles passam?"

Mais de mil e quatrocentos anos de seu reinado, Omar continua sendo lembrado como um homem justo.  Partindo dos princípios de justiça, misericórdia e compaixão inerentes ao Islã, Omar tratava todos sob seus cuidados igualmente, ricos ou pobres, negros ou brancos, poderosos ou fracos.  Temia constantemente que Deus o questionasse por suas ações. Preocupava-se com a existência de pessoas doentes ou pobres entre os crentes que não tivessem sido tratadas corretamente.  Omar ibn Al Khattab nunca nomeou juízes ou governadores que expressaram desejo pelo cargo, mas escolheu sabiamente entre os membros mais virtuosos da Ummah.

Omar se considerava um muçulmano comum, mas a história registrou que era tudo, menos comum. Omar era forte, física e espiritualmente, generoso, nobre e viveu uma vida de humildade. Omar seguiu os passos de seu amado profeta Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, seguindo seu exemplo e mantendo suas tradições. Omar estava totalmente focado em agradar a Deus; temia que a punição de Deus, mas esperava ir para o paraíso. Omar foi capaz de distinguir a verdade da falsidade, sentiu dor quando a Ummah ou qualquer membro estava sendo ferido e sentiu alegria quando aqueles sob sua responsabilidade estavam contentes e satisfeitos adorando seu Senhor.  Omar foi um dos quatro califas sabiamente guiados.  Mesmo hoje ele continua a ser um modelo de força, justiça, amor e misericórdia.



Footnotes:

[1] Essa era uma expressão usada pelos árabes da época para denotar resposta dura, que não deixa dúvida que a opressão a outros e a transgressão de seus direitos não serão toleradas.

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