A Viagem Noturna e a Ascensão (parte 3 de 6): A Ascensão

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  • Por Aisha Stacey (© 2012 IslamReligion.com)
  • Publicado em 20 Feb 2012
  • Última modificação em 20 Feb 2012
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The_Night_Journey_and_the_Ascension_(part_3_of_6)_PT-BR_001.jpgA Viagem Noturna e a Ascensão foram uma grande bênção concedida a Muhammad, o profeta de Deus.  Foi uma viagem que começou na Masjid sagrada em Meca, dirigiu-se à Masjid al-Aqsa em Jerusalém e, finalmente, continuou através dos sete céus até a presença de Deus, o Todo-Poderoso.  À medida que viajamos através dos sete céus com o profeta Muhammad é importante lembrar que os lugares que ele visita não são parte do Paraíso.

Geralmente usamos a palavra céu para significar o plano espiritual de felicidade eterna, a recompensa para uma vida virtuosa e o oposto de inferno, o local de punição eterna.  Entretanto, nem sempre foi esse o caso; a palavra céu, do latim caelu, referia-se à área acima da terra onde estão os corpos celestiais.  Mas com o passar do tempo céu passou a significar também Paraíso.  Em árabe, entretanto, sempre existiram duas palavras separadas, sama e jennah.  A palavra sama é usada para os céus acima de nós e eles são parte do mundo temporário que será destruído no Dia do Juízo.  A palavra jennah, entretanto, denota Paraíso, a terra de bênção eterna, o lar permanente dos crentes virtuosos e o oposto de Inferno.

“Assim, completou-os, como estes céus, em dois dias, e a cada céu assinalou a sua ordem. E adornamos o firmamento terreno com luzes, para que servissem de sentinelas. Tal é o decreto do Poderoso, Sapientíssimo.” (Alcorão 41:12)

“O seu Senhor lhes anuncia a Sua misericórdia, a Sua complacência, e lhes proporcionará jardins, onde gozarão de eterno prazer. Onde morarão eternamente, porque com Deus está a magnífica recompensa.” (Alcorão 9:21-22)

As Maravilhas de Deus

O profeta Muhammad ascendeu aos céus a partir da rocha agora abrigada no domo dourado que se tornou símbolo de Jerusalém.  Essa é uma viagem que nenhum outro humano jamais havia feito ou fez desde então.  Demonstra a habilidade de Deus de fazer o que parece impossível.  Aqui, os conceitos de tempo e espaço como conhecemos não se aplicam e está além de nossas capacidades humanas compreendermos a verdadeira onipotência de Deus.  Em seus ditos e tradições o profeta Muhammad descreveu o tamanho dos céus; o primeiro céu, comparado com o segundo, é semelhante a um pequeno anel no deserto; ele continuou essa narrativa até que descreveu o sexto céu como sendo do tamanho de um anel no deserto, comparado com o sétimo céu.  A magnitude disso é inimaginável.  Nossa terra e o que chamamos de universo está contido dentro do primeiro céu.  Mesmo com o conhecimento científico do século 21, não temos idéia de sua dimensão, do quanto o universo se estende ou que maravilhas contêm.

O profeta Muhammad viajou com o anjo Gabriel até o mais alto dos céus.  Juntos chegaram ao portão do primeiro céu, onde o anjo Gabriel pediu permissão para entrar.  Os guardiões perguntaram: “Quem é?”, ao que Gabriel respondeu: “Sou eu, Gabriel.” Os guardiões então perguntaram quem o acompanhava; quando lhes foi dito que era Muhammad, perguntaram se ele tinha recebido permissão para guiar toda a humanidade para a adoração do Deus Único.  O anjo Gabriel respondeu em afirmativa e assim os anjos deram as boas vindas ao profeta Muhammad, disseram que sua chegada era um prazer e abriram o portão.

Saudando os Profetas

O profeta Muhammad nos conta que viu seu pai Adão, o pai de toda a humanidade.  Ele o saudou com a saudação de todos os muçulmanos - Assalamu alaikum (que a paz esteja contigo).  Adão retornou a saudação e expressou sua fé na missão profética de Muhammad.  Chamou-o de filho puro, o profeta puro.  Imagine o prazer que esse encontro deve ter dado a ambos.  Após milhares de anos, Adão foi capaz de ver seu filho Muhammad, o maior de seus descendentes.  Muhammad foi capaz de olhar nos olhos do pai da humanidade.  As maravilhas, entretanto, estavam apenas começando.  O anjo Gabriel e o profeta Muhammad então ascenderam ao segundo céu.

No portão o anjo Gabriel, mais uma vez, pediu permissão para entrar.  Quando os guardiões souberam que o profeta Muhammad tinha recebido sua missão e estava tentando entrar, deram a ele as boas vindas e abriram o portão.  Lá o profeta Muhammad viu os dois primos, o profeta João (conhecido nas tradições cristãs como o Batista) e o mensageiro de Deus, o profeta Jesus; o profeta Muhammad trocou saudações com eles.

O profeta Muhammad e o anjo Gabriel ascendeu mais uma vez aos portões do terceiro céu.  Em cada portão a mesma troca ocorria.  Quando os guardiões tomavam conhecimento de que era o anjo Gabriel na companhia do profeta Muhammad, que tinha de fato recebido sua missão, davam permissão para entrar.  Aqui, no terceiro céu, o profeta Muhammad encontrou José e o descreveu como uma personificação de metade de toda a beleza.

À medida que o profeta Muhammad encontrava profetas em cada céu e trocava saudações com eles, era sempre Assalamu alaikum, a saudação de paz usada por todos que se submetem ao Verdadeiro e Único Deus.  No quarto céu o profeta Muhammad encontrou o profeta Idris, a quem Deus descreveu no Alcorão (19:57) como sendo elevado a um nível muito alto.  No quinto céu ele encontrou o profeta Aarão, o irmão de Moisés.  A cada encontro os profetas expressavam sua fé na missão profética de Muhammad.  No sexto céu o profeta Muhammad encontrou Moisés.

Sempre que o profeta Moisés é mencionado no Alcorão ou nas narrações do profeta Muhammad, sabemos que algo importante está prestes a ser descrito.  Após os dois profetas terem trocado saudações e o profeta Moisés expressado sua fé na missão profética de Muhammad, Moisés começou a chorar.  Quando lhe foi perguntado por que, ele respondeu: “Um rapaz veio depois de mim e mais seguidores dele do que meus entrarão no paraíso”.

Até o advento do Islã, o profeta Moisés tinha tido o maior número de seguidores do que qualquer profeta.  Moisés chorou e, a partir disso, podemos entender que houve um tipo de rivalidade entre os profetas, mas não uma competição cheia de ciúme ou inveja. Ao invés disso, foi cheia de compaixão.  Quando prosseguirmos com a viagem, veremos o amor e compaixão que o profeta Moisés tinha por Muhammad e seus seguidores.  O profeta Muhammad e o anjo Gabriel então ascenderam ao sétimo céu.

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