Capítulo 99, Az-Zalzalah (O Terremoto)
Descrição: Um breve comentário do capítulo 99 do Alcorão Sagrado. Esses versículos descrevem de maneira concisa os horrores do Dia do Juízo.
- Por Aisha Stacey (© 2016 IslamReligion.com)
- Publicado em 07 Nov 2016
- Última modificação em 07 Nov 2016
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Introdução
Existe alguma disputa acadêmica sobre se esse capítulo foi revelado em Meca ou Medina. Em geral os capítulos revelados em Meca enfatizavam o estabelecimento de uma sociedade islâmica. Os primeiros capítulos mecanos apresentavam os fundamentos do Islã de uma forma concisa e efetiva e isso incluía o julgamento final. Esse é um de uma série de capítulos que lidam com cenas do Dia do Juízo. (Outros incluem os capítulos 81, 82 e 101).
Versículos 1-3 Terror no Dia do Juízo
Esse é o começo do fim, o Dia Final. Deus está nos contando de maneira muito clara como começará o Dia do Juízo. Haverá um terremoto violento como nunca foi visto antes. Toda a terra tremerá, com uma convulsão enorme após a outra. Tremerá, parará e então tremerá novamente várias vezes, até que as montanhas caiam e os edifícios colapsem. A terra então será reduzida a uma superfície plana.
Os tremores e convulsões violentos farão a terra expelir seus fardos. Os sábios muçulmanos têm dado a esse versículo mais de um significado. O primeiro é que os corpos dos mortos serão jogados para fora de seus túmulos, ressuscitados. O segundo é que os tesouros desse mundo serão apresentados, expondo sua insignificância. Que benefício têm carros caros e joias, por exemplo, quando a terra e tudo que tem nela tremeu e foi destruído? O terceiro é que a terra expulsará, como se fosse uma gravação em vídeo, um registro de todos os atos ocorridos ao longo de sua história.
Toda a humanidade olhará ao redor amedrontada e chocada. Cada pessoa ficará admirada e aterrorizada ao mesmo tempo, perguntando a si mesma o que está acontecendo. O que há de errado com essa terra?! Lentamente o medo será substituído pela percepção de que esse é o Dia do Juízo e o terror assumirá uma dimensão nova. Esse é o dia que foi prometido, o Dia da Ressurreição, o Dia do Juízo.
Versículos 4 e 5 A terra testemunha
A própria terra testemunhará sobre o que aconteceu. Cada coisa e os atos de cada pessoa serão expostos. A humanidade individualmente e como um todo ficará perplexa. Nada foi ocultado. A terra registrou e lembrou-se de cada ação e reação e agora, ao comando de Deus, revelará suas confidências mantidas por tanto tempo. Os esquecidos serão relembrados das ações que de alguma forma dissiparam de suas consciências.
Deus fará a terra falar ou de alguma forma revelar os eventos que ocorreram. Segredos mantidos por muito tempo, a versão verdadeira de eventos perdidos e imersos no tempo, grandes feitos e alguns aparentemente insignificantes que nunca foram reconhecidos, serão claramente identificáveis. A terra relatará suas notícias, descreverá sua condição e o que aconteceu a ela. A terra obedece às ordens de Deus em submissão verdadeira e completa.
Versículos 6-8 Os resultados
Muitos sábios acreditam que se trata de descrever pessoas em categorias separadas, dependendo de qual será sua posição na Outra Vida. É uma cena indescritível em qualquer linguagem humana. As pessoas estão ao mesmo tempo aterrorizadas e admiradas enquanto são confrontadas com seus atos, bons e maus. Para muitos será mais angustiante do que qualquer punição terrena, porque a humanidade é muito boa em ocultar seus crimes, até mesmo de si mesma.
No sétimo versículo há uma conclusão. Agora verão todas as más ações e todas as boas ações que fizeram. Nada será deixado de fora, até mesmo coisas muito pequenas como um grão de areia ou um átomo. Ter uma boa ação tão pequena quanto um átomo pode ser um resultado favorável e, da mesma forma, uma má ação, mesmo tão pequena quanto um átomo, pode resultar em ser jogado no abismo.
Esse capítulo começou com algo grande e termina com a menor das coisas. Até uma boa ação muito comum tem seu próprio valor e, da mesma forma, até o mal mais comum também será considerado e levado em conta. Assim, nenhuma boa ação, por menor que seja, deve deixar de ser feita. Pode ser que muitas pequenas boas ações possam vir a pesar na Balança. Da mesma forma, nem o mal mais corriqueiro deve ser cometido, porque pecados pequenos feitos repetidamente podem endurecer o coração e torná-lo cego à seriedade de delitos maiores.
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