Capítulo 79, versículos 34-41: A inevitabilidade da Outra Vida
Descrição: Um grupo de versículos do capítulo 79 do Alcorão que descreve de maneira concisa as consequências de se entregar aos desejos e contrasta isso com as consequências de levar uma vida consciente de Deus.
- Por Aisha Stacey (© 2016 IslamReligion.com)
- Publicado em 21 Nov 2016
- Última modificação em 21 Nov 2016
- Impresso: 4
- 'Visualizado: 3,608 (média diária: 1)
- Classificado por: 0
- Enviado por email: 0
- Comentado em: 1
"Mas, quando chegar o grande evento - o Dia em que o homem se há de recordar de tudo quanto tiver feito, e a fogueira for exposta visivelmente, para quem a quiser ver - então, o que tiver transgredido, e preferido a vida terrena, esse certamente terá a fogueira por morada. Ao contrário, quem tiver temido o comparecimento ante o seu Senhor e se tiver refreado em relação à luxúria, terá o Paraíso por abrigo." (Alcorão 79:34-41)
Esses versículos cruciais e essenciais do Alcorão vêm do capítulo 79, An-Naziat ou traduzido como Os Arrebatadores (os anjos que extraem as almas). O capítulo foi revelado em Meca e seu tema é a inevitabilidade do Dia do Juízo. Os oito versículos (34-41) que discutiremos se referem particularmente àquele evento. É um capítulo emocionante que até esse ponto tem evocado temor e expectativa apreensiva.
O primeiro versículo nesse conjunto de versículos começa com uma afirmação de autoridade. Afirma quando esse grande evento vier ou quando a calamidade arrebatadora chegar. O fato é que chegará. O conhecimento de quando será pertence somente a Deus e o profeta Muhammad alertou aos crentes repetidamente que o momento não é conhecido, mas o fato de que chegará é indisputável. A terra chegará ao seu evento de extinção e o conforto passageiro dessa vida se extinguirá.
Naquele Dia todos os seres humanos se lembrarão do que passaram seus dias buscando nesse mundo. Lembrarão-se de pelo que se empenharam. Cada pessoa pode ter se distraído pelos confortos ou eventos em suas vidas, mas quando a calamidade atingir se lembrarão do que fizeram de bom e de mal. Lembrarão-se dos avisos que lhes chegaram e muitos começarão a contar suas transgressões.
Esse sentimento às vezes toma conta das pessoas nessa vida, particularmente quando escaparam de um acidente sério ou se recuperaram de uma doença grave. Pensam sobre a morte e suas próprias imortalidades e repentinamente se lembram daqueles pecados que agora desejam nunca terem cometido. Nessa ocasião momentosa (Dia do Juízo) não só se lembrarão, mas o Inferno lhes será mostrado.
Será exposto para que todos o vejam. Todos verão com seus próprios olhos, não haverá mais imaginação e sim a realidade visualmente confrontante. Aqueles que afirmaram que nunca acreditariam até que pudessem ver com seus próprios olhos, agora veem e acreditam. Torna-se claro que as pessoas têm destinos diferentes. Deus Se dirige às pessoas que transgrediram, cometeram pecado e não se arrependeram, preferiram as distrações da vida mundana em relação às questões da religião.
Aqueles que se rebelaram contra as instruções de Deus não somente verão o Inferno - entrarão nele. A rebelião não é necessariamente uma rejeição da vida futura, é uma preferência por questões do mundo em relação à Outra Vida.
Deus chama o Inferno de refúgio. É uma forma de sarcasmo. Refira-se ao versículo 12 desse capítulo em que os descrentes chamam a ressurreição de um retorno cheio de perdas - "Tal será, então, um retorno de perdas!" (Alcorão 79:12). Quando foi dito aos descrentes que seriam ressuscitados após a morte começaram a ironizar, dizendo uns para os outros: "Bem, se realmente formos restaurados, certamente estaremos condenados."
Por outro lado, aqueles que temeram seu Senhor e controlaram seus desejos mundanos terão o Paraíso como seu refúgio. Aquele que teme se apresentar perante de deus não comete pecado consciente ou espontaneamente. Se ele ou ela escorrega em um momento de fraqueza humana, se arrepende e ora por perdão. Temor a Deus e controle dos desejos são mencionados juntos no mesmo versículo. Uma pessoa pode usar o temor a Deus para combater os maus desejos. Como Deus compreende a fraqueza humana, Ele não pede à humanidade que suprima as inclinações maldosas. Simplesmente pede que nos controlemos. E a recompensa para o autocontrole é o Paraíso.
Os versículos terminam com uma declaração de que aqueles que preferem focar na Vida Futura e controlam seus desejos maldosos encontrarão refúgio eterno no Paraíso. Deus conhece as dificuldades envolvidas nessa luta e designou uma recompensa adequada.
Nessas poucas palavras, oito versículos pequenos do Alcorão, Deus articula claramente qual será o critério do julgamento final. Será como uma pessoa conduziu sua vida terrena. Se a conduta envolveu desobedecer a Deus conscientemente e sem arrependimento, a morada será o Inferno. Se a pessoa temeu a Deus e lutou contra as inclinações maldosas, sua morada será o Paraíso.