Oved ben Aharon, ex-judeu, EUA (parte 1 de 4)
Descrição: 25 anos de reflexão, avaliação da comunidade judaica e sua tradição e estudos profundos dentro dos Yeshivas de Jerusalém, finalmente levam Oved para o Islã. Parte 1: Uma avaliação sincera da comunidade judaica “exilada”.
- Por Oved ben Aharon
- Publicado em 10 Jul 2017
- Última modificação em 16 Jul 2017
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Rambam (rabino Moses ben Maimon) comenta em Moreh Nevuchim (Guia para os perplexos) que devemos "pausar e parar" naquilo que parece duvidoso. Em vários momentos de minha vida pausei para considerar a veracidade ou precisão de minha fé e tradição judaica. Mas pelos últimos 15 anos especialmente, venho pausando e reavaliando o Judaísmo e o status de Klal Yisrael (a congregação inteira de Israel). A duração de nosso exílio atual, o exílio romano, superou em cinco vezes a duração de nosso exílio no Egito. A grande maioria dos cidadãos israelenses em nossa terra natal "judaica" são ateus militantes. Uma pesquisa com judeus israelenses perguntando se acreditam na vinda do Messias e na construção do Terceiro Templo revela que a resposta é um NÃO apático. Todas essas coisas são corrigíveis, mas sugeri isso para mostrar que algo está errado e, sinceramente, pedir a todos vocês para pausarem e considerarem com uma mente aberta o que aconteceu com nossa comunidade.
Ao se mudar para uma nova comunidade ou quando a comunidade recebe uma nova família, as primeiras três perguntas feitas são as seguintes: "1. O que você faz? 2. Você observa kosher e se sim, o quão estrito é? E isso inclui estritamente não comer fora ou apenas em sua casa? 3. Você é Shomer Shabbos (observa o Sabbath)?" As perguntas em si não são o problema, mas as mudanças culturais por trás dessas perguntas são preocupantes. Por que não perguntamos: "1. Você acredita em Deus e recita o Shema diariamente? 2. Você ora 3 vezes ao dia e, se não, precisa de ajuda para aprender como orar?" Por que os congregados são categorizados por ocupação e aderência ao Sabbath, ao invés de pela adoração ao Verdadeiro e Único Deus por meio do dever da oração?
Por anos tenho tido conversas com amigos sobre Deus ter sido substituído no Judaísmo, mas precisamente Deus ter sido substituído pelo Judaísmo. Se tem alguma dúvida, preste muita atenção às conversas na sua Mesa de Sabbath e nos artigos de jornal durante o Rosh Hashana e a Páscoa judaica. Essas edições de jornal nos últimos anos destacaram arquitetura e receitas e dois dos artigos com os quais meus rabinos locais contribuíram, só mencionarem Deus no finalzinho: "Deus lhe dê um ano novo alegre." Durante o período no qual devemos estar tentando nos aproximar de Deus e renovando nosso comprometimento, estamos procurando receitas para impressionar. Quando frequentava uma atividade de aprendizado oferecida por uma plataforma de educação para adultos pertencente a uma organização hassídica internacional, as perguntas no final das unidades incluíam: "O que o Torá quer que você faça nessa situação?" Minha reação é que o Torá não quer que eu faça nada, já que é um pergaminho e não tem emoções, mas Deus quer que eu faça algo. Por que Deus foi substituído e há quanto tempo isso aconteceu em nossa tradição? Quando o Templo permaneceu toda a comunidade entendeu o pecado grave que era usar mel nos sacrifícios ou incluir mel nos festivais rituais - lembre a seção do Talmude sobre a mistura de incenso incluída no Siddur para as orações do Sabbath, a recitação que torna claro que o uso do mel na mistura do incenso invalidava o incenso. Por que tão grave? Era grave porque o uso do mel era popular com as ofertas idólatras e não fazíamos uso do mel para nos distanciarmos da idolatria e não voltarmos às práticas proibidas. Rambam explica que os idólatras escolhiam coisas doces para seus sacrifícios, que eram temperados com mel. Em contraste o sal nunca é mencionado entre os sacrifícios deles e, por isso, nossa Lei exige sal com todos os sacrifícios (veja Levíticos 2.13). Ainda assim hoje, do Rosh Hashanah ao Sukkot, afundamos maçãs e nosso pão Challah no mel e a comunidade judaica está mais atenta a essa adição ritual (embora inapropriada e sem base no Torá ou no Talmude) do que ao requisito de mudança de palavras na recitação do Kaddish e nas mudanças das orações diárias. Em outras palavras, o mel é mais popular e tem maior ênfase do que Deus ser abordado como Melekh (Rei).
Acredito que o problema é que o Judaísmo tinha se reinventado depois da destruição do Segundo Templo, se não antes. O rabino Yochanan ben Zakai escapou da carnificina romana e foi para Yavne e lá moldou o que se tornou o Judaísmo rabínico de hoje - serviços de oração sem sacrifícios do Templo, referências feitas dentro da oração do que deve, mas não pode ser feito, e festivais e Dia da Expiação sem nenhum alto sacerdote recitando o Nome de Deus. O rabino Yochanan ben Zakai criou um sistema de observância e manutenção diárias, que não depende do Templo ou da peregrinação à Jerusalém, que nos permitiria aguentar até o final do exílio que ele próprio acreditava ser iminente (veja Berakot 28b, com sua morte se aproximando, instruiu seus alunos a prepararem um trono para Hezekiah, o rei de Judá, que está vindo). Ben Zakai tinha que enfatizar a observância externa para abordar Deus porque a Presença Divina havia desaparecido e o método instruído para se aproximar de Deus (sacrifício ritual) tinha desaparecido. Os judeus educados sabem que a Presença Divina (Shechinah) não estava de fato no Segundo Templo (como a Aron Kodesh, Arca da Aliança, se perdeu quando o Primeiro Templo foi destruído). Então, o sistema estabelecido por ben Zakai, naquela época, removeu duas etapas de verdadeiramente se aproximar do Divino.
Deve-se destacar que as ações de ben Zakai em Yavne foram questionáveis, já que ele adornou sua escola como o novo Sanhedrin em uma mudança unilateral de poder para tomar decisões depois da destruição de Jerusalém. À luz disso, o Judaísmo rabínico é o filho de uma instituição ilegítima (Judaísmo Mamzer?). Em termos de abordagem do Divino e lugar sagrado hoje, lembro-me de ir para o Muro das Lamentações com meu amigo yeshiva Naftali. Ele me contou que não sentia coisa alguma no Muro, que invejava os homens idosos com barbas chorando e que queria ter aquela experiência. Expliquei que eles sentiam o mesmo, nada, e que provavelmente era por isso que estavam chorando. Estamos chorando porque não sentimos nada, estamos no exílio, e a Presença Divina se foi. Essa é nossa desculpa para as muitas falhas da comunidade - estamos no exílio.
Oved ben Aharon, ex-judeu, EUA (parte 2 de 4)
Descrição: 25 anos de reflexão, avaliação da comunidade judaica e sua tradição e estudos profundos dentro dos Yeshivas de Jerusalém, finalmente levam Oved para o Islã. Parte 2: O Judaísmo é uma celebração de cultura e judaicidade, mas onde está Deus e a submissão a Ele?
- Por Oved ben Aharon
- Publicado em 10 Jul 2017
- Última modificação em 10 Jul 2017
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Quase 2.000 anos em nosso exílio mais longo, vemos agora o resultado das mudanças de ben Zakai - a elevação de cultura externa sobre a moralidade. Isso é mais bem compreendido por meio de exemplos. Um bom amigo e rabino explicou isso para mim como "Yiddishkeit" (judaicidade, ou seja, verdadeiro Judaísmo) versus "Frumkeit" (a observação aparente). O Judaísmo determina modéstia durante a oração, que as mulheres devem cobrir os cabelos durante a oração conhecida como Shema, a declaração de que Deus é Único. Essa é a lei, isso é Yiddishkeit. Frumkeit é o mercado de sheitels (perucas) sendo adquiridas por mulheres por milhares de dólares, que usam o tempo todo, criticando as mulheres que só cobrem o cabelo quando é de fato exigido (somente durante a oração de Shema). A explosão de respostas e ataques cruéis pelas mulheres que insistem que devem cobrir o cabelo o tempo todo pela lei é prova desse ponto - o verdadeiro Judaísmo foi substituído pelo desejo de parecer observante externamente. O Judaísmo exige ter algo extra no Sabbath, uma refeição extra, um pão extra em cada refeição. Frumkeit é o último desejo de livros de receitas para o Sabbath que giram em torno não somente de um jantar delicioso para o Sabbath, mas um jantar chique (pense na série do livro de receitas "Kosher by Design" ou o novo lançamento da editora Feldheim "Chic Made Simple"). O ponto é que o Sabbath agora é equiparado com comida, não com o Divino, e a maneira com a qual o Sabbath é aprimorado é por meio de comida extravagante e álcool - não com a discussão de Deus ou do Sabbath. Rambam explica que o sacrifício ritual incluía todas as nossas faculdades sensoriais e, assim, inclui carne, vinho e música. O Judaísmo de ben Zakai é uma celebração da carne, vinho e música, sem o sacrifício de fato, sem o Divino. É uma celebração de uma cultura externa compartilhada, que dá uma sensação de unidade, mas é uma imitação dispendiosa e substituição do Divino.
Um dos casos mais extremos de frumkeit que testemunhei é o que minha esposa chama de o "cara do sotaque falso". Um Sabbath, depois dos serviços, quando estávamos batendo papo com outros e fazendo um lanche, um rosto novo se sentou e falou com um sotaque estranho. Não era um sotaque ídiche, era quase israelense, mas não consigo encaixá-lo e na verdade não me importava, já que podia viver minha vida sem ter que saber de onde ele era e não queria ser rude. Minha esposa, por outro lado, uma antropóloga de campo treinada, imediatamente detectou a fraude já que o conhecimento dela de linguística detectou inconsistências. Depois de um breve interrogatório de 15 segundos feito pela minha esposa, ela descobriu que ele era de Omaha, Nebraska, tinha vivido em Israel por pouco tempo (uns 8 meses) estudando em um yeshiva desconhecido e estava na cidade em visita com a família. O indivíduo estava tentando falar com uma mistura de sotaques ídiche e hebraico para imitar o que acreditava ser um sotaque de um "yeshiva". Por que uma pessoa tentaria imitar e falar com um sotaque de yeshiva? Não devemos de fato nos surpreender, porque em uma cultura que celebra e abraça os aspectos externos e observáveis do Judaísmo, um sotaque yeshiva é outra maneira de se sentir mais judeu.
Aqui está um exemplo recente da elevação da cultura sobre a moralidade. Ao longo dos últimos 3 anos vários convertidos e os interessados na conversão passaram pela minha casa e se sentaram em minha mesa de Sabbath. Sem qualquer instrução de minha parte, simplesmente perguntei a cada um por que se converteu e por que se sentia conectado ao Judaísmo. Com uma única exceção que elaborarei abaixo, as várias respostas deixaram muito claro que todos estavam se convertendo pela cultura, pelo status de "escolhido" e os benefícios percebidos e não por Deus. Um gay convertido se juntou ao Judaísmo porque o identificou como um refúgio progressista para homossexuais. Não acreditava/interpretava que o Torá proibia a prática da homossexualidade. Outra convertida escreveu expressamente no livro que se converteu porque queria dar aos filhos uma cultura (ser americana não era cultura suficiente) e escolheu o Judaísmo porque era antigo e tinha sobrevivido a tempestades de várias sociedades. Não conseguia se conectar com Deus como católica e até se referia a Deus com uma ambiguidade moral, mas se sentia em casa no Judaísmo, onde observância e piedade são medidas pela participação cultural e realizações materiais.
A pergunta "O que você faz, qual sua ocupação?" é usada hoje como a prova do princípio da marca da aliança abrâmica, ou seja, Abraão e seus descendentes prosperarão e os que ficarem no caminho ou se opuseram a nós serão derrubados. Dentro e fora da nossa comunidade, realizações materiais são usadas como prova de que os judeus continuam escolhidos. A opinião de que prosperar pode simplesmente significar estar próximo de Deus, sem qualquer tipo de sucesso material, parece escapar a muitos. Ao invés disso, definimos "bem-aventurança" como ganhadores de prêmios Nobel e membros bem-sucedidos e famosos da tribo, e usamos isso como prova de que a aliança permanece intacta. Em vários comentários de artigos antissemitas em jornais, os judeus correm para defender a comunidade com histórias de indivíduos que deixaram a Europa oriental ou o Oriente Médio sem nada, vieram para a América e se tornaram milionários ou cientistas de destaque, etc., e, portanto, os judeus continuam escolhidos por Deus. Em outras palavras, nosso sucesso MATERIAL é prova dessa aliança ESPIRITUAL. Isso é irracional.
Oved ben Aharon, ex-judeu, EUA (parte 3 de 4)
Descrição: 25 anos de reflexão, avaliação da comunidade judaica e sua tradição e estudos profundos dentro dos Yeshivas de Jerusalém, finalmente levam Oved para o Islã. Parte 3: Deixando o exílio e retornando a Deus.
- Por Oved ben Aharon
- Publicado em 17 Jul 2017
- Última modificação em 17 Jul 2017
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Alcançar sucesso material mantendo participação cultural é o Santo Graal do judeu verdadeiramente virtuoso no Judaísmo frumkeit. O mais extremo em ambos os lados (mais participação cultural, mais sucesso financeiro), melhor. Por exemplo, sendo um observante do Sabbath é ótimo, mas ser um observante do Sabbath E um profissional bem-sucedido que coloca os negócios de lado para observar o Sabbath é especialmente digno. Estar desempregado e observante não é reconhecido como piedade, embora a humildade e lealdade inabalável dessa pessoa com Deus, apesar da ausência de bem-estar material, seja provavelmente a marca de piedade como exemplificada pelo profeta Iyov (Jó). Ser um profissional observante do Sabbath é o objetivo. Existem até livros para orientar a pessoa para esse objetivo, por exemplo "The Meister Plan: Uma prescrição do médico para segurança financeira e sucesso no aprendizado", disponível em Artscroll.com. Note que a descrição do livro não faz nenhuma referência a Deus (a Presença Divina que desapareceu há mais de 2.500 anos) e só dá uma descrição do método do autor para equilibrar formação no Torá e segurança financeira. O único ponto alto que permanece para o profissional bem-sucedido observante do Sabbath é imediatamente se mudar para Israel! A maioria dos judeus americanos tem um amigo ou parente bem-sucedido que se mudou ou se aposentou em Israel, que se encarregam de exigir que todos façamos Aliyah (nos elevemos) ao mudarmos para a terra natal. Entretanto, como muitos judeus idealistas (ou seja, não tão seguros financeiramente) se mudaram para Israel, o PIB de Israel (e, portanto, nosso status de escolhidos) está caindo. Felizmente temos agora uma solução para esse problema, o novo livro de Feldheim, "A Financial Guide to Aliyah and Life in Israel" (Um guia financeiro para Aliyah e a vida em Israel, em tradução livre).
Infelizmente esses livros não são suficientes para proteger nosso status como um povo realizado e financeiramente seguro, uma vez que uma das minhas amigas que buscava se juntar a tribo foi barrada no portão e teve a entrada negada, simplesmente porque não tinha a aura de um membro potencialmente afluente. Ela é a única exceção que mencionei acima, que verdadeiramente sente uma conexão com o Deus de Israel, confia Nele e quer se juntar ao que acredita ser Seu povo. Tem sido devotada por sete anos, mas não pode pagar para que um rabino retorne sua ligação. Quando foi redirecionada do primeiro rabino para o segundo, foi informada que se quisesse continuar com sua "conversão", seria necessária uma taxa de aprendizado de US$ 1.000,00. Está agora trabalhando com o terceiro rabino e ainda não desistiu. Em contraste, os portões para a tribo se abrem rápido para o afluente ou prestes a ser afluente, ou seja, a filha de Donald Trump e um indivíduo que identificarei como sra. Ploni. A sra. Ploni frequentava a sinagoga esporadicamente, não fazia esforço para ser observante do Sabbath ou uma judia com conhecimento, mas foi convertida em 6 meses. A diferença entre a sra. Ploni e minha amiga é que a sra. Ploni estava na indústria da saúde e noiva de um médico judeu - ela já era bem-sucedida e se enquadrava na casta do descendente abrâmico ideal que temos que retratar, para manter nosso status como nação escolhida (já que não podemos mais apontar para a Presença Divina).
A "vida observante" judaica foi reconhecida como problemática pelo presidente da União Ortodoxa, o rabino Richard Joel, que em uma introdução ao Jewish Action Magazine alguns anos atrás, afirmou que hoje somente 10% dos ortodoxos podem se permitir serem/permanecerem observantes. Infelizmente ele perde o foco ao identificar o problema como sendo a necessidade de tornar a observância mais barata e, portanto, mais acessível para os judeus não afluentes. O rabino Joel não reconhece que a observância judaica hoje enfatiza o externo e é amplamente dependente de afluência financeira. Acessibilidade não deve, de forma alguma, estar na equação. Quando o Templo sobreviveu, todos pagavam a mesma quantia para manutenção (o meio shekel) e os pobres não eram excluídos do sacrifício, já que suas ofertas eram pássaros e nos festivais recebiam carne das ofertas dos outros. A comunidade de hoje ajuda os menos afluentes a viverem dentro de um Eruv, de modo que possam participar mais (ou ao menos participar) no Sabbath? As crianças judias são excluídas da escola diurna ou hebraica se os pais não puderem pagar as mensalidades? Doadores anônimos de federações judaicas são tratados como mais meritórios (como a Halachah diz que devem ser) do que os que querem seus nomes vistos como "pilares", etc.? Esses problemas da comunidade são mais profundos do que tentar acompanhar os Cohens.
Depois de 25 anos de reflexão, avaliação da comunidade judaica e sua tradição e estudos profundos dentro dos Yeshivas de Jerusalém, cheguei a várias conclusões. Uma das conclusões estabelece um curso que jamais teria imaginado que tomaria. Parte dessa conclusão é que o terceiro Templo já foi construído. Especificamente, os muros de porcelana do Haram al Sharif (a Montanha Nobre, o Domo da Rocha) com muros que saíram do fogo que o Talmude (no tratado de Berachos) se refere como muros de Fogo. Como indiquei aos meus amigos antes, a comunidade judaica hoje está no seu exílio mais longo na história. Por numerosas razões, concluí que esse exílio nunca acabará porque Deus nos deixou claro com Sua Mesquita na montanha de fogo, que Ele não tem intenção de remover. A palavra fogo pode ser lida como literal ou como implícita ou derivada. Com base na extensão de nosso exílio e por razões que ficarei feliz em discutir se não relacionadas abaixo, estou confiante de que os muros de porcelana do Domo existente derivaram do fogo, e entre os únicos materiais no mundo capazes de resistir ao fogo, são muros de fogo verdadeiros que devemos abraçar, e não tentar derrubar. Esse é meu anúncio formal de que fui à Jerusalém, para Yeshiva, para me tornar um rabino, mas ao invés disso tive experiências e discernimentos que me levaram hoje a declarar que sou muçulmano. Declaro firmemente que não há divindade exceto Allah e que Muhammad é Seu profeta.
Nunca esquecerei o dia em que fui com alguns amigos ao daven neitz no Muro ocidental, orações da manhã literalmente ao nascer do sol, e durante as orações fui interrompido por um judeu, que pediu Tzedakah (dinheiro de caridade). Dei a ele as moedas que tinha em meu bolso que pretendia distribuir mais tarde. Ele as devolveu para mim e pediu "notas". Ele não só me interrompeu no momento impróprio (durante Shemoneh Esrei e não nos salmos anteriores quando o dinheiro é separado para caridade), mas também rejeitou minha caridade e pediu mais. Quando deixei a cidade velha para ir a uma pizzaria no meu caminho para casa, vi ao longe uma muçulmana sentada com a mão estendida, sem interromper ninguém, sem falar com ninguém, apenas sentada. Observei incontáveis judeus passando por ela sem nem ao menos reconhecer sua existência. Recusei-me a fazer o mesmo e dei a ela as moedas que ainda tinha. Ela chorou e agradeceu em árabe. Naquele dia, literalmente naquele dia, fui a uma loja árabe para comprar um pouco de suco, uma vez que as lojas de judeus estavam fechadas em preparação para o Sabbath. Acidentalmente deixei algumas notas de dinheiro no balcão da loja - e a única razão de saber disso é porque o filho do dono correu atrás de mim por várias quadras para devolvê-las para mim. Naquele Shabbat pensei muito sobre o comportamento de meus irmãos judeus e dos outros descendentes de Abraão, meus primos ismaelitas que eram gratos e honestos.
Aquele dia em Jerusalém se transformou em vários dias das mesmas observações de comportamento, tanto em Israel quanto nos Estados Unidos. Isso deveria fazer todo judeu se perguntar: "Por que os árabes são conhecidos por sua hospitalidade e os judeus por sua esperteza?"
Oved ben Aharon, ex-judeu, EUA (parte 4 de 4)
Descrição: 25 anos de reflexão, avaliação da comunidade judaica e sua tradição e estudos profundos dentro dos Yeshivas de Jerusalém, finalmente levam Oved para o Islã. Parte 4: O Islã e a comunidade muçulmana, o verdadeiro Deus e a entrada na fé verdadeira.
- Por Oved ben Aharon
- Publicado em 17 Jul 2017
- Última modificação em 17 Jul 2017
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Em uma época em que ansiava por saber se Deus redimiria o povo judeu de nosso exílio e minha pesquisa sobre o assunto levantou a questão de que a maioria dos judeus do mundo disse não ou não se importaram, o pensamento me voltou novamente de que, talvez, fosse o outro "Mesorah", os outros descendentes de Abraão e sua tradição, a mensagem autêntica que Deus queria que Abraão transmitisse. Lembrem-se do núcleo daquela mensagem - só existe um Deus. Quem hoje está proclamando verbalmente e inequivocamente que só existe um Deus? Um amigo meu em Boston me encorajou a visitar o site de sua sinagoga e encorajou minha família a se mudar para sua comunidade. O site não fazia referência a Deus e, ao invés disso, diz que a congregação são embaixadores para o Torá. O site para a comunidade muçulmana local, em contraste, enfatiza que a mensagem do Islã é a existência de um Deus.
Não só os convertidos ao Judaísmo estão fazendo isso pela cultura e não por Deus, mas a entrada no caminho judaico vem com um custo. Como exemplo, a família de um amigo judeu recentemente adotou uma menina de 2 anos, e precisava convertê-la formalmente ao Judaísmo. A mulher é a filha de um rabino bem respeitado e, ainda assim, para provar que seu bebê era sério sobre se converter teve que pagar uma taxa de U$ 800, além das despesas de viagem de ida e volta para Chicago para que o ritual de imersão de conversão ocorresse. Compare isso com a entrada no Islã, que não exige avaliação monetária, mas só requer a declaração sincera de que não há divindade exceto Allah e que Muhammad é Seu profeta. Que padrão Abraão seguiu: pagou uma taxa ou declarou sua crença?
A minha vida inteira, da juventude à vida adulta, questões espirituais têm sido importantes e tenho sido incansável em minha busca por Deus. Não sou mais incansável, sou grato de Ele ter sido paciente comigo e me guiado para um caminho que era necessário para minha aceitação e compreensão do Islã. É preciso humildade para deixar uma tradição que foi minha vida e identidade inteiras, mas é assim que Deus trabalha - pede a Seus seguidores verdadeiros que se submetam a Seu caminho e deixem a vida acumulada para trás, assim como Abraão se submeteu. Desafio meus amigos e outros a avaliarem objetivamente qual dos descendentes de Abraão estão agindo como uma nação sagrada - a nação de Sabras (Israel) composta de uma cultura de ateísmo militante e imoralidade ou a nação das duas mesquitas compostas de uma cultura e vida governados pela vontade de Deus, como revelada no Alcorão. Desafio meus amigos a avaliarem de maneira objetiva qual dos filhos de Abraão se veste e age de maneira modesta - simplesmente vá a um zoológico em uma grande área metropolitana e compare aquelas mulheres que cobrem o cabelo, seja com sheitel (peruca) ou hijab, e veja quem está arrogantemente colocando um símbolo cultural de modéstia, mas usa uma saia curta e roupas justas. Desafio meus amigos a avaliarem de maneira objetiva quais dos filhos de Abraão segue a admoestação de Deus de não oprimir seu irmão, a congregação que cobra milhares de dólares para uma filiação ou o lugar durante os feriados não será concedido, ou a congregação na qual as orações dos pobres são preferidas por Deus; para um exemplo diário de não oprimir seu irmão, avalie os custos da comida kosher que pode ser economicamente devastador para a maioria dos judeus devotos. Nosso pai Abraão ficaria envergonhado de ler na edição de junho/julho 2013 da Hadassah Magazine, em que um dos artigos destaca a estrada de arco-íris para Tel Aviv, Israel, como a capital gay do Oriente Médio com uma atitude c’est la vie.
Existem exemplos numerosos que podem ser dados, mas não duvido que meus amigos ignorarão o comportamento predominante da comunidade muçulmana no mundo, para focar nos 0,00000005% de fundamentalistas que ignoram a vontade de Allah que diz no Alcorão de que não há compulsão na religião. Desafio todos vocês a pararem e pausarem e avaliarem seriamente sua comunidade e sua posição com Deus, e avaliar o povo judaico e a posição da nação com Deus. Afastem-se do Mesorah desorientado que levou Israel a se tornar a mais nova Sodoma e Gomorra e se remova do Mesorah desorientado que transformou os feriados judaicos e festivais de Sabbath em exibições de glutonia e riqueza, com vários pratos com alimentos caros. O Mesorah autêntico de Abraão ainda existe hoje e aquela nação que para publicamente cinco vezes ao dia para proclamar que só existe um Deus e aceita um jejum de um mês para nos lembrar de que os pobres geralmente passam fome, mas Deus ama os pobres e suas orações. Seja corajoso e saia por si mesmo (Lekh Lekha) do Mesorah desorientado de indulgência, em que "ser escolhido" é definido por realizações materiais e culturais, e se submeta a Deus. Deixe de lado os Tefillin e Tallitot caros, que Deus não exige para a oração. A oração não está limitada àqueles que podem arcar com os artigos de ritual e morar em uma área na qual 10 judeus podem ser reunidos para oração. Deus quer nossas orações, onde quer que você esteja e independente de quantos estão reunidos.
Por anos nunca considerei me converter ao Islã porque tinha ouvido dos rabinos e outros que o Islã proíbe aceitar convertidos judeus. Então um dia vi um documentário na Al Jazeera sobre Muhammad Assad, anteriormente conhecido como Leopold Weiss, um judeu alemão que tinha se convertido ao Islã. Isso me intrigou e quando comecei a estudar o Islã, descobri que não era o que a mídia e outros diziam. A virada para mim foi ouvir a história da ascensão de Muhammad aos céus, quando Allah informou a ele que a oração era compulsória e que Muhammad e seus seguidores devem orar 50 vezes ao dia. Quando Muhammad estava retornando, passou pelo profeta Moisés, meu profeta, que disse a Muhammad que era muito, que tinha tido dificuldades lidando com Israel e suas obrigações em relação à oração e que Muhammad devia retornar para Allah para reduzir o número de orações, para não sobrecarregar as pessoas. Reconheci a voz de Moisés, sua personalidade de argumentar com Deus, e não houve dúvida em minha mente de que essa conversa entre Moisés e Muhammad de fato ocorreu. Quando decidi dizer a Shahada, a declaração de que não há divindade exceto Allah e que Muhammad é Seu profeta, minha alma estava retornando para o que sempre soube ser verdade.
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